Coração De Obsidiana - BowserxLuigi

Coração de Obsidiana

Depois de dar todas as cinco voltas pela pista de corrida do reino do cogumelo, quase morrer com um casco azul e choramingar atrás do pódio ao receber uma medalha de bronze, Luigi estava pronto para tomar chá com Daisy. Muito, muito pronto.

Ele observava a multidão saindo das arquibancadas com uma felicidade contagiante, pelo menos era o que seu irmão e os outros corredores conseguiam ver, ele queria morrer ali mesmo por não ser bom o suficiente para aquele negócio. Ele pensava que usar uma moto em uma corrida de carros fosse uma boa ideia, em teoria ela correria mais do que aqueles veículos de quatro rodas, mas na prática não era bem assim, era bem mais difícil.

Luigi tinha medo de capotar e se ralar todo em toda curva brusca que dava, por isso desaceleração consideravelmente e passava para o nono lugar na corrida; e ele sabia que o problema não era a moto em si, ela era pesada e bastante grande, mas o problema era ele, o próprio Luigi, quem a dirigia.

Sabia disso por que ele não era o único dirigindo uma moto, Daisy também fazia isso e, apesar dela lhe ensinar todos os truques que sabia, ela ainda era melhor em curvas e ultrapassagem do que ele. E agora ela estava lá, no primeiro lugar do pódio gritando para os seus súditos que iam a loucura com seus pulos.

Até para ser o par de alguém, Luigi era inútil, ele devia estar lá ao lado dela apoiando-a, gritando junto como um maior fã da própria namorada; mas estava ali se lamentando.

Alguns minutos se passaram e ele resolveu sentar no meio fio, apoiando o rosto na mão com cansaço, a hora do chá tinha sido adiada porque Daisy estava dando autógrafos e entrevistas, ela pediu para que Luigi esperasse e ele ficou, como um bom e obediente namorado. Como odiava isso.

Ele queria ser dono da própria vida, é claro que Daisy era legal, ela parecia realmente lhe amar, sorridente em todos os momentos; mas Luigi queria mais, queria emoção, queria sair por aí fazendo qualquer coisa que não fosse sentar, rolar e dar a patinha. Ele era o ômega de vários dos alfas nos reinos aliados ao cogumelo.

Resmungando, Luigi deitou a cabeça nos braços apoiados nos joelhos e suspirou, olhando para um carro violeta no estacionamento; nem todos os corredores haviam saído ainda e um deles era o Bowser. E Bowser mexia com Luigi, ele sentia uma conexão extremamente forte com aquele koopa, mas não dizia nada porque tinha certeza de que isso era estranho até para o cara mais estranho do mundo; Bowser.

É claro que eles tiveram algo, assim como Luigi teve algo com Boo e o Donkey Kong, épocas sombrias que não voltavam mais; Luigi entristecia com isso.

Assim que chegou naquele mundo com Mario, Luigi encontrou Bowser no meio da floresta quando se perdeu, ele observava um velho mágico fazer magia com algumas pedrinhas e daí aconteceram várias coisas, entre elas um sexo bastante selvagem contra uma árvore, depois que o mágico diminuiu drasticamente o tamanho do rei; os dois tinham a mesma altura. O que não era o caso de agora, Bowser média cerca de quatro metros e Luigi não passava de dois e setenta e cinco.

Ele fechou os olhos e voltou a lembrar daqueles momentos de quando eles saiam juntos, de quando dormiram juntos no grande quarto real de Bowser e de quando, uh, de quando... De repente Luigi levantou com o rosto vermelho e olhou para a mão direita, ofegando com a sensação de um anel super quente ali; ele...

Ele não teve coragem de aceitar se casar com Bowser por pura e espontânea pressão da opinião alheia. Mario iria surtar, Peach iria lhe expulsar da guarda real e Daisy, Daisy ficaria devastada; mesmo que não a conhecesse naquela época. Ela ainda era princesa e com certeza ficaria sabendo.

Luigi de repente quis gritar de frustração e se esconder debaixo de um carro daquele estacionamento, ser esmagado e morto apenas para não ter aqueles pensamentos horríveis de volta; se arrependimento matasse, ele com certeza já estaria no chão em milhões de pedaços depois de explodir.