AYA HANAGAKI
Na maioria das vezes, eu sempre me questionava qual era a grande merda que estava fazendo.
As famosas férias de verão haviam chegado finalmente.
Não querendo fazer jus ao clichê da garota antissocial que preferia ficar em casa do que ir a praia nas férias praticamente obrigada pelas amigas, onde conhece um cara gatinho e eles vivem um romance intenso no verão, e depois vivem felizes para sempre, mas cá estou eu.
Sou a garota antissocial, mas sem nenhum gatinho, até porque tinha apenas doze anos e, francamente, não acho que nenhum garoto se sentiria atraído por mim.
Não estou falando isso como uma estratégia suja que Mai sempre usa para conquistar os garotos mais velhos que nós, segundo minha amiga quanto mais você demonstra baixa autoestima mesmo sendo bonita, mais os garotos se interessam por você, pois você se torna um alvo fácil para eles te manipularem e fazerem o que quiser com você.
É cruel, se for parar para pensar. Mas o mundo atualmente tem sido cruel de qualquer forma.
Acontece que eu tinha plena certeza que minha rosácea juntamente com as espinhas que apareciam do nada no meu rosto oleoso, assim como meu aparelho para concertar meus dentões tortos, usar óculos quadriculado e ter o corpo de uma falsa magra, já era de se esperar que minha aparência era um verdadeiro suicídio social.
Eu tinha apenas 12 anos e as espinhas sempre apareciam, não importava o que eu fazia, quantos cremes para o rosto eu usasse ou remédios, elas simplesmente não sumiam. E isso, me tirava do sério.
No fundo eu já tinha aceitado que eu sempre seria o patinho feio do meu grupo de amigas e nunca, absolutamente nunca eu teria uma vida social agitada ou muito menos um namorado.
Estávamos viajando, ou era o que parecia para mim no banco da frente, enquanto Cho, minha amiga, estava no banco do motorista pisando fundo no acelerador, ao ponto de estarmos correndo tanto que duvidava que realmente estávamos numa rodovia de 40km/h, mas uma pista de corrida. Fala sério só de Tóquio até aqui, já havíamos assassinado cinco pássaros. Três foram atropelados sem misericórdia e outros dois quebraram o pescoço ao se chocarem brutalmente contra o parabrisa do corola 87 de Cho.
A única que parecia feliz com essa corrida idiota era Yuki, ela estava no banco de trás, se apertando entre Takara, Laura e Mai, mas isso não parecia incomoda-la afinal, ela estava de pé no carro, com grande parte do seu tronco para fora do veículo através do teto solar e ela gritava feito uma louca varrida, enquanto Taylor Swift tocava no som do carro.
Pela pior coincidência do mundo inteiro, estava tocando "Cruel Summer".
Ok, destino, eu entendi. Verão cruel.
— Alguém pode me dizer de quem foi a péssima ideia de Cho vir dirigindo? — Laura reclama com seu forte e grosso sotaque inglês, no momento em que Cho faz uma curva e a ruiva é simplesmente espremida por Mai e Takara no banco de trás. — Gente, ela só tem doze anos, isso não deveria ser proibido aqui?!
Cho fuzila Laura pelo retrovisor, furiosa.
— Da mesma forma que é proibido os amigos do irmão da Takara pilotarem motos. Qual é se aqueles projetos de marginais podem dirigir motos, eu também posso.
Alguns diziam que ao invés de falar suas primeiras palavras, Cho havia pegado seu triciclo de criança e saiu pedalando, causando o terror no bairro onde ela costumava morar.
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Chaotic ── 𝐊𝐄𝐈𝐒𝐔𝐊𝐄 𝐁𝐀𝐉𝐈
FanficAya Hanagaki estava farta. Farta das malditas gangues de delinquentes que aterrorizavam toda Tokyo e principalmente: todas as garotas e mulheres que eram vítimas diretas ou indiretas dessa brutalidade provocada por homens. Diante disso, Aya decide f...