A Floresta do Canto Negro.

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Elliot já se havia se distanciado da Vila da Colina faz algumas horas e agora caminhava rumo a Floresta do Canto Negro quase se perdendo em seus pensamentos sobre sua mãe e seu irmão. Caminhara quilômetros e quilômetros até que de longe avistou grandes árvores de troncos negros que iam a alturas, e eram muitas árvores, umas dos lados das outras alinhadas como um imenso paredão que se estendia ao longo do campo verde até onde os olhos podiam ver. Essa é a Floresta do Canto Negro, uma floresta tomada pelas sombras, traiçoeira e perigosa. Elliot aproximou-se dela e avistou um portão cinza indicando a entrada das grande floresta com algumas placas velhas escritas: " Não entre, há criaturas horríveis aqui.", " Floresta do Canto Negro." e " CUIDADO ". Elliot ficou com um pouco de medo mas sabia que teria que entrar e foi isso que fez, entrou na escuridão da floresta. Lá dentro ainda perto do portão com mais placas: " Volte enquanto pode.", " Fuja das vozes. " e uma última com manchas vermelhas que pareciam...sangue " CORRA ". Sentiu o medo aumentar mas prosseguiu.


Já estava na floresta há horas e parecia cada mais escura apesar de estar de manhã. As grandes árvores se estendiam a metros acima e as folhas... as folhas, muita folhas no galhos grossos e altos tapando o céu, impedindo a luz de penetrar na floresta deixando-a sempre escura e sombria. Elliot já estava com fome e depois de quase cair em de desfiladeiro com um paredão de pedra estendendo-se á baixo na escuridão de onde saim mais e mais árvores com troncos grossos e negros, quando decidiu parar para almoçar. Ele estava sentado em uma pedra quadrado almoçando quando levou um susto com uma criatura desceu de uma árvore ao seu lado e pegou um pedaço pequeno de pão. Era uma criatura azul escura, pequena, com dentes grandes, amarelados e olhos esbugalhados. Elliot um tipo de esquilo das trevas.


Depois de seu meio macabro Elliot levantou-se guardando suas coisas e continuado a caminhada para o leste seguindo a velha trilha. Olhou em seu pequeno relógio de bolso e viu que já se aproximava do crepúsculo e temia a noite naquele lugar sem fazer a mínima ideia de quando sairia daquele lugar repugnante e sombrio. Dormiu, dormiu aflito e com muita dificuldade até que não aguentou e seus olhos se fecharam.


Quando acordou pensou que ainda era noite mas lembrou que lá é sempre noite, levantou-se pegando a mochila e sua coberta e partiu. Depois do almoço Elliot começou a sentir-se perseguido e observado, até que começou a escutar barulhos como de passos e de pessoas quebrando galhos depois de pisar em cima.

- Quem está aí?- Gritou ele mas não veio resposta e os barulhos pararam.

Mas depois de voltar a caminhar percebeu que o barulho voltara.

- Muito bem, quem está aí? Apareça!- Gritou com mais firmeza e levou um susto com uma..." coisa " que saiu de trás dos arbustos e pulo em cima dele derrubando-o no chão.- SAIA DAQUI. SAIA!- Gritou Elliot empurrando a criatura para trás com os pés e sacando a espada.

- Por que está aqui? Este lugar lugar não é para pessoas como você.- Disse a criatura ofegante.

Elliot reparou melhor na " coisa " e viu que era uma pessoa, mais precisamente um homem, bem baixo, com uma grande barba cinza quase branca e longos cabelos da mesma cor que a barba.

- Você é uma pessoa?- Perguntou Elliot ainda em alerta.

- Sou um anão caso não esteja vendo bem.- Respondeu ele rudemente.

- Muito bem, mestre anão. Eu só estava tentando passar para Crífina, somente.- Disse o jovem.- Tenho que chegar a Cidade das Torres o quanto antes.

- Está bem longe hein, e no caminho errado.- Respondeu o velho anão.

- Caminho errado? Mas como? Estava na trilha certa a até algumas horas atrás.- Falou Elliot preocupado.

- CAMINHO ERRADO simplesmente, sabe? Provavelmente pegou a trilha errada, mas como sou um ANÃO e não homem qualquer, levarei você até a trilha de Crífina, fedelho.- O anão era rude, mas amigo apesar do ataque.

- Ficarei muito agradecido, mestre anão.- Dizia Elliot com um sorriso enquanto o anão não expressava nenhuma emoção.

- Como devo chama-lo?- Perguntou Elliot.

- Pode me chama de qualquer coisa por enquanto. Depois saberá meu nome.- Respondeu ele.- Siga-me.

Elliot seguiu o anão até chegar em uma grande árvore a mais grossa que ele vira até então. Ao chegar perto da árvore Elliot reparou que havia uma porta onde o anão entrou e ele foi logo atrás.

- Bem-vindo ao meu lar...homem.- Disse o anão com o braço estendido mostrando a casa.

- É realmente impressionante.- Respondeu Elliot boquiaberto.

E era de fato. Dentro da árvore era como se ela estivesse oca, porem viva, firme e forte como uma muralha de pedra. E a parte oca se estendia acima, alto, muito alto. Lhe pareceu que demorou anos para terminar aquilo. E era bem mobilhada como uma casa normal, cama, mesa de jantar, cozinha, banheiro e tudo mais.

- Aproposito, me chamo Elliot.- Estendeu a mão ao anão que não deu o trabalho de aperta-la.

- Bom, e eu me chamo Gloinus.- Respondeu o anão.- Agora descanse, amanhã vamos sair cedo, vou leva-lo a trilha de Crífina e de lá seguirá sozinho.- Completou Glonius.

- Entendo. Já sera uma grande ajuda, obrigado.- Falou Elliot deitando-se, virando para o lado e dormindo.


- Vamos seu preguiçoso já está na hora de irmos.- Dizia Glonius acordando Elliot com a " delicadeza " dos anões.

- Já, já, já levantei acalme-se. Levantou-se ele.

- Venha e tome tome seu café da manhã. RÁPIDO!- Ordenou Glonius.

Elliot alimentou-se rapidamente e pegou suas coisas partindo junto a Glonius. Os dois caminharam por longas horas em silêncio até que chagaram a um caminho mais iluminado, o que Elliot estranhou porque até antes não havia visto luz naquela lugar.

- Bom, chegamos a trilha de Crífina. Daqui não tem como se perder, é só para lá.- Apontou para o leste.- E se por um acaso você passar por um dos reinos dos anões, fale que é amigo de Glonius e lhe tratarão bem.- Completou.

- Muito obrigado pela ajuda e pela comida. Adeus.- Despediu-se.

- Sorte sua que não ouviu os Cantos.- Falou Glonius em um tom de admiração.

- Cantos?- Perguntou Elliot curiosamente.

- Sim, quando você se perde assim começa a ouvir vozes, cantos para ser mais exato. É uma voz de uma mulher, uma voz doce e angelical tentando enlouquecer você, e ela não para tão cedo, fica lhe atordoando até você perder o raciocínio e ficar completamente louco.- Explicou Glonius.

- Sorte mesmo. Não teria aguentado nem cinco minutos. Mas obrigado por tudo Glonius, vou ser sempre agradecido a você.- Enfatizou Elliot.

- Não seja exagerado. Adeus garoto.- Disse o anão virando-se e sumindo nas trevas.

- Crífina, aí vou eu.- Falou Elliot olhando para o leste e caminhando até se livra daquele lugar.

Atrás das nuvens.Where stories live. Discover now