Mon amour

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O clarão vermelho iluminou o rosto de Adrien Agreste, sorrindo, mesmo que não pudesse me ver. Senti as borboletas no meu estômago se desesperarem. Será que ele reconheceria meu cheiro? minha voz? E se reconhecesse, ficaria decepcionado? ou conseguiria ver LadyBug na simples Marinette?
A escuridão tomou novamente o quarto, mas o rosto dele ficou gravado em minha mente.
A mão livre de Adrien acariciou meu rosto, como se seus dedos pudessem me reconhecer, já que seus olhos não poderiam.
- Isso é tão estranho - ele sussurrou, apenas assenti, não querendo que reconhecesse minha voz.
Sua mão desceu para meu peito, minha barriga, minhas coxas, não com desejo, mas cheio de curiosidade, prestando atenção no formato do meu corpo, no que eu estava vestindo.
- vestido longo? - ele riu, e me dei conta da roupa que eu estava usando. - queria poder ver isso, sempre te imagino como alguém que usa jeans
- ocasião especial. - sussurrei.
A mão desceu até a sandália alta, contornando as tiras de couro, e analisando o salto muito fino, talvez comparando a imagem que formava sobre meu eu civil com o que tinha imaginado todos esses anos em que nos conheciamos.
- não acredito que você está de cinta-liga, estava tentando seduzir alguém? Eu devo me preocupar com algum concorrente?
- agora eu acho que deve - sussurrei novamente, como se assim não reconhecesse minha voz - tem um modelo em quem estou de olho.
- espero que seja um loiro muito, muito bonito, senão vou ficar com ciúmes.

A estranheza de ouvir Adrien falando como ChatNoir logo diminuiu, e a sensação gostosa da mão deslizando por meu corpo fazia tudo parecer certo, até mesmo os beijos de Adrien, iguais aos de Chat, exceto pela ausência dos caninos pontudos. Sua mão era mais suave que a de sua outra versão, mas a forma como deslizou entre meus lábios era bem conhecida. Seu rosto encontrou o meu, compartilhando cada fôlego enquanto enterrava os dedos entre minhas pernas, até me levar ao orgasmo.

Adrien parecia muito mais paciente do que ChatNoir. Tateou por meu vestido até encontrar o discreto zipper às minhas costas, e precisou das duas mãos para fazer o cursor deslizar para baixo. Ergui os braços, permitindo que retirasse minha roupa, me deixando nua da cintura para cima.
- como você fica gostosa, arrepiada desse jeito. - sua respiração contra meu pescoço, ao falar, me fez arrepiar ainda mais.
- uhum - assenti.
Seus beijos desceram até o vale entre meus seios, as mãos deslizando para baixo dos meus braços, e pressionando meus peitos contra seu rosto, um gesto de ChatNoir que sempre me fazia rir.
- seu cheiro realmente fica diferente, é ainda mais gostoso, sabia? - era estranho pensar em um Adrien falante na cama, aquela era uma mania de ChatNoir, algo que sempre me fazia acompanhar seus comentários, menos hoje.
Mais alguns comentários sobre meu cheiro e sabor e ele sossegou somente quando me abocanhou, somente porque estava com a boca muito ocupada para continuar conversando.
Tentei não atrapalhar enquanto procurava suas roupas no escuro, afrouxando sua gravata e desabotoando sua camisa com mãos ansiosas, parando para livrá-lo do colete, antes de voltar aos pequenos botões. Estranhando ter tanto o que tirar, quando seu uniforme era tão facilmente descartado.
Empurrei Chat para que se deitasse, e me pus a tirar o que restara de suas roupas. Era estranho pensar em ChatNoir vestido em roupas sociais, pois parecia muito descontraído. Mas Adrien realmente ficava muito bem com aquilo, como pude notar no início da noite, enquanto dançávamos, quando ele era apenas meu amigo, sem saber que o homem cuja mão estava em minha cintura era o mesmo em minha cama na noite anterior.
Na minha imaginação era ChatNoir nas roupas de Adrien, e foi com esse pensamento que o deixei nu.

Me ajoelhei entre suas pernas e minhas mãos o envolveram, a total escuridão fazia tudo parecer mais erótico, desde seus gemidos nada discretos, até a textura macia dele quando o coloquei na boca.
Era uma pena não poder vê-lo, ChatNoir, porque sua expressão de prazer era maravilhosa, mas também era melhor assim, porque ainda não me sentia pronta para ver isso em Adrien.
- Bugboo! Que boquinha gostosa...
Fiz com que deslizasse mais, até tocar minha garganta, e então o suguei com força, subindo e descendo enquanto o chupava, fazendo Adrien Agreste gemer meu nome e falar obscenidades, em uma mudança tão brusca de comportamento (do príncipe perfeito para um pirata de língua suja), que me fez rir enquanto o abocanhava.
Fazer oral em ChatNoir era sempre excitante, embora não me achasse particularmente boa naquilo. Ele gemia e se contorcia, cravava as garras na própria perna, segurava meus cabelos, mas nunca tentava controlar, não pedia mais do que eu o oferecia.

Fazer oral em Adrien era diferente, porque ele era totalmente ChatNoir, de um modo que nunca imaginei. Mas me deixava igualmente excitada.
Usei uma das mãos para ajudar a satisfazê-lo, apertando e movendo levemente, circundando sua glande com a língua enquanto o chupava. Os palavrões ficaram menos distinguíveis enquanto ele agarrava os lençóis e se derramava em minha boca. Continuava sendo meu ChatNoir.

Mon amour, mon amiOnde histórias criam vida. Descubra agora