Mon Ami

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Todo salão parou de dançar quando entrei, as risadas dando lugar aos murmúrios de preocupacão, enquanto as pessoas procuravam a causa da minha presença.

Fazia menos de uma hora que tínhamos derrotado outro akumatizado, as pessoas estavam relaxadas, achando que o perigo havia passado, mas minha presença era um sinal de alerta.

Procurei pelo salão, em busca do aniversariante, mas sem sucesso. Na última vez em que o vi, Adrien estava encurralado por Audrey, com cara de quem precisava ser salvo.

— algum problema? — Alya sussurrou quando conseguiu se aproximar.

— procurando Adrien, você o viu? — ela me olhou surpresa, e apontou para o lado oposto do salão, onde ele conversava com Lila, parecendo ainda mais desesperado por socorro.

Não precisei chamar a atenção dele, porque o burburinho me acompanhava conforme passava, e antes que chegasse a eles, ambos estavam me olhando.

— não acredito que você realmente conseguiu vir — ele disse sorrindo, e quase fiquei com pena dele, por ter recusado o convite para seu aniversário.

— desculpe, não vim pela festa, tenho um assunto urgente a tratar com você. — não esperei que respondesse, segurei sua cintura e arremessei meu ioiô no lustre, nos jogando para fora do salão, e dali para o vazio da noite.

Adrien segurou meu pescoço, mas não pareceu ter medo da altura conforme saltamos de um prédio a outro, e tudo o que eu conseguia pensar era "acabei de sequestrar Adrien Agreste "

Nos arremessei por uma enorme janela, e aterrissamos facilmente próximo ao seu piano.

— minha casa? o que está acontecendo? — Adrien parecia confuso, então realmente podia não fazer ideia da burrada que tinha feito.

— desculpe te tirar da festa, mas eu precisava tirar uma coisa a limpo de uma vez.

— em que posso ajudar?

— preciso que me faça um favor, apenas diga: Plagg mostrar as garras. — pego de surpresa, ele deu um passo para trás.

— o que? porque eu diria algo assim? eu preciso voltar a festa logo.

— não se faça de inocente, Adrien. — cruzei os braços sobre o peito, o encarando — Eu já sei que é você, só quero ver com meus olhos, novamente.

A expressão dele foi de derrota, girando o conhecido anel no dedo. Não tentou desmentir ou se explicar, apenas olhou para os próprios pés ao dizer as palavras:

— Plagg, mostrar as garras.

Não pisquei, mesmo quando a luz verde se tornou quase cegante. Eu tinha visto o processo inverso a pouco mais de uma hora, quando, na pressa de voltar à festa, ele acabou se destransformando em um local muito aberto, ao menos para mim, que via tudo de cima. Não era minha intenção, foi apenas um acaso estar passando na hora.

ChatNoir me encarou, agora não parecia tão constrangido, talvez fosse a magia daquela roupa, fazia com que parecesse muito mais imponente do que sua versão civil.

— não sei como descobriu, mas você não pode tirar meu miraculous por isso. — me entristeceu que ele me achasse capaz de retirar seu anel, mesmo que eu o tivesse ameaçado, várias vezes, a alguns anos.

— é claro que não vou tirar seu miraculous, é só... Adrien Agreste? ChatNoir é Adrien Agreste? isso é um absurdo. — na verdade, depois de ver a transformação, parecia óbvio que eles fossem a mesma pessoa, talvez porque a magia da identidade fosse quebrada ao assistir a mudança.

Mon amour, mon amiOnde histórias criam vida. Descubra agora