capítulo 35

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Lágrimas

Peter não ia admitir isso em voz alta, mas ele gostou bastante do silêncio e da paz que o consumiu depois que Evelina partiu. Ele não conseguia se lembrar da última vez que havia desfrutado de algum tempo fora de seus planos malignos. Até os vilões também precisam de férias. Ele estava tirando uma soneca curta quando ouviu soluços altos se aproximando da porta. Ele se levantou rapidamente da cama e olhou para a porta com preocupação, e observou Evelina entrar correndo.

Ela era a fonte dos soluços. Pan nunca tinha visto Evelina tão chateada. Na verdade, ele nunca tinha visto nenhuma garota tão chateada. Isso fez seu estômago revirar. Lágrimas gigantes correram por suas bochechas deixando rastros de sua presença para trás. Seu cabelo antes perfeito agora estava despenteado e caindo na frente de seu rosto. Seu rosto estava mais vermelho do que nunca e ela não conseguia mais respirar direito..

Pan pulou da cama enquanto engasgava com seus próprios gritos. Ele deslizou na frente dela, e seus olhos a examinaram com preocupação.

"Amor, eu preciso que você respire." Ele falou com ela enquanto puxava seus braços. Evelina caiu no chão, ainda chorando drasticamente. Pan a segurou em seus braços enquanto tentava de tudo para acalmar a garota. Ele a silenciou calmamente e alisou seu cabelo. Ele a balançou para frente e para trás. A garota simplesmente agarrou a camisa de Peter, enquanto a encharcava com  lágrimas quentes.

Peter, que nunca havia encontrado uma garota em tal devastação, não sabia exatamente o que dizer naquele tipo de situação. Ele queria que ela parasse de chorar. Ele queria que ela contasse quem a havia machucado de uma maneira tão horrível que a levou a ser assim. Ele queria ver aquele sorriso lindo que se tornou tão raro para Evelina mostrar hoje em dia.

"Princesa, por favor, tente se acalmar. Então você pode pelo menos respirar corretamente novamente." Peter disse tentando fazer as meninas respirarem de volta ao normal. Ela começou a soluçar e por um momento ficou em silêncio antes de soltar seus gemidos novamente. Pan olhou para a porta e temeu que alguém a ouvisse ou pior, entrasse na sala. Ele moveu o pequeno corpo da garota e usou seu braço livre para sacudir seu pulso, tornando a sala à prova de som.

Ele se virou para a princesa da neve ainda chorando.

"Não se preocupe, baby, estou aqui para você. Apenas deixe tudo sair."

~

A sala ficou em silêncio. A única coisa que se ouvia eram os uivos do vento forte lá fora. Evelina tinha adormecido nos braços de Pan. Peter lentamente se levantou do chão e cuidadosamente a carregou até a cama. Ele cuidadosamente a colocou no chão e olhou para a pobre garota quebrada.

Como doía vê-la daquela maneira.

Ele acariciou seu cabelo e enxugou as lágrimas perdidas que ainda estavam frescas em seu rosto. Ele não queria deixá-la sozinha quando ela estava em um estágio tão vulnerável. Pan sentou-se do outro lado da cama. Ele a observou para se certificar de que ela estava bem. Ela começou a se mexer e Pan começou a entrar em pânico. Ele nunca havia lidado com algo assim. Ele se aproximou dela e olhou curiosamente para seu rosto amassado.

"Evelina, você precisa de alguma coisa, amor?" Peter perguntou à princesa suavemente. Evelina abriu ligeiramente um dos olhos antes de fechá-lo novamente.

"Por favor, apenas me abrace."

~

A vida de Evelina estava lentamente se desfazendo diante de seus olhos. Tudo estava desmoronando aos seus pés e ela não tinha como impedir.

Seu maior sonho era conhecer sua mãe. Seu maior desejo era finalmente poder encontrá-la cara a cara e quando ela finalmente chegasse tão perto.

A vida a tinha fodido.

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