Star

Seus pensamentos são seu próprio inimigo-4

Choi Yeonjun.

Simplesmente, inacreditável. Eu nunca fui negado em nada na vida, sempre consegui o que eu queria.

Mas ver o Beomgyu entrar no bar com seu amigo, abraçados como se eu tivesse batido ou feito coisa pior com o menor, foi frustrante.

Eu precisava dele para a Star, mudaria o rumo de nossas carreiras, até mesmo de nossas vidas. Entendo ele não querer largar seu emprego fixo com salário bom, mas precisava jogar o papel em mim?

Jogo minha franja para trás e suspiro, preciso me distrair, talvez seja melhor assim.

Não podia fazer mais nada, se ele não quer, infelizmente tenho que aceitar a decisão dele.

Vou para meu carro, dirigindo em direção a minha casa. Um incômodo vem, meu peito pesa e minha respiração se agita. Porra Beomgyu... Sua reação não sai de minha cabeça.

Assim que estaciono meu carro e entro em minha casa, me deparo com uma de minhas cenas preferidas. Soobin estava deitado de bruços no chão enquanto meu irmão estava de frente para ele na mesma posição, ambos tinham lápis de cor na mão e folhas rabiscadas espalhadas em volta deles.

- Cheguei- Kai olha para mim e sorri.

- Jun-hyung! Você finalmente chegou- sua postura muda, quando ele senta e cruza suas pernas- O Bin tava ensinando o Kai a desenhar.

- Sério?- me aproximo deles e Soobin se ajeita também.

- Claro, eu sou talentoso demais cara- ele ri e Kai concorda.

- Olha Jun, olha como eu sou talentoso- ele me entrega sua folha com um desenho um pouco borrado nele- É nossa família.

O desenho era bonito, mesmo que os rabiscos estivessem um pouco tortos, eram cinco pessoas. Uma mulher usando um vestido e cabelos curtos, porém seu rosto não existia. Logo de lado, um homem com cabelos curtos e mais alto que todos, se não fossem pelas covinhas desenhadas eu poderia até duvidar, mas claramente era Soobin. Ao lado dele tinha o desenho do próprio Kai, seu rosto nunca tinha nenhuma expressão, já que autistas sempre tinham dúvidas em ler expressões faciais. E por último tinha dois homens juntos, de mãos dadas.

- Somos em três pequeno-  bagunço seus cabelos- Quem são esses?

- Namorada do Bin-hyung, o Bin-hyung, eu, Jun-hyung e o namorado do Jun-hyung- ele sorri.

Meu namorado? De onde ele tirou isso? Eu nunca senti atração por homens, nem trouxe nenhum para cá sem ser o Soobin.

- Ficou lindo neném- meu primo sorri para ele.

- Obrigado, vou subir para tomar banho- Kai levanta e caminha em direção ao seu quarto.

- Namorado?- eu pergunto indignado.

- Qual é, não é o fim do mundo cara- o mais alto bate levemente em minhas costas- Só um desenho.

- Parece até que meu irmão tem bola de cristal- solto uma risada nervosa.

- Como assim? Você é gay?- Bin me olha confuso- Você é? Se sempre transou com mulher porra.

- Eu não sou gay, deixa eu terminar filha da puta- bato no seu braço- Hoje eu fui no Cherry's, e era noite de talentos, um garoto subiu ao palco e cantou "Love of my life", caralho, ele arrasou.

- "Love of my life"? Do Queen?- assinto- Ele foi tão bom assim?

- Bom? O garoto foi ótimo- eu falo suspirando- Se ele entrasse para Star, acho que seria nossa salvação.

- Então por que não chamou ele?

- Eu chamei porra- suspiro e jogo minha cabeça pra trás- Porém, eu fiz uma pergunta e acho que ofendeu ele.

- Que merda você fez?

- Eu perguntei se ele namorava uma menina que vivia perto dele, ele disse que não e que é gay, e bom- dou uma pausa me martirizando por minhas palavras- Perguntei, se ele usava mini blusa por ser gay.

- Você é burro?- Soobin grita- Como você fez isso caralho? Foda-se se ele dá o cu, seu burro.

- Não me chama de burro pirralho- reclamo- Foi sem intenção de magoar ele, porra os amigos deles eram tão diferentes, coloridos demais com suas roupas, me chamou atenção.

- Não te dá o direito cabeça de porra- Soobin suspira- Acha que consegue ele para a Star? Nossa apresentação tá chegando Jun.

- Eu não sei- olho para meu primo, que logo se joga no tapete novamente- Mas uma coisa eu prometo.

- Seu cretino, promete o que?

- Independente de onde Choi Beomgyu estiver, eu vou atrás dele, e vou fazer de tudo para esse menino ser meu.

- Seu? Okay então.

- Vou subir, e dar boa noite para Kai, pode dormir aqui essa noite seu mané- levanto e ele concorda, subo os escadas indo em direção ao quarto do meu irmão.

Bato três vezes na porta esperando sua permissão para entrar.

- Entra- ele fala após três segundos- Tira o sapato se estiver usando hyung.

Aish, essa mania dele.

- Já estou sem sapatos pequeno- assim que abro a porta posso ver meu pequeno irmão sentado em sua cama na posição que fica todas as noites quando espera meu boa-noite. Sentado exatamente noventa graus, postura ereta e apoiada na cabeceira da cama, suas mãos apoiadas em seu colo- Vim te dar boa -noite.

- Boa noite Jun-hyung- ele sorri e espera eu me aproximar mais- Kai te ama.

- E o Jun também te ama- beijo seus cabelos rapidamente para que ele não se assuste.

- Até amanhã.

- Vê se não dorme tarde em, espero que tenha uma boa noite de sono- me afasto indo em direção a porta, assim que recebo seu agradecimento em forma de sorriso, apago a luz e encosto a porta.

Vou até meu quarto, procuro uma roupa leve para me deitar e dormir,ao menos tentar.

Visto meu short, tiro minha blusa e me jogo na cama, um suspiro de alívio sai de meus lábios e sinto meu corpo relaxa ao me aconchegar na maciez do colchão.

A brisa fria batia em meus pés me causando arrepios, adorava a sensação de meus pequenos pelos se levantarem e um leve formigamento subir por meu corpo.

Poucas vezes sinto essa sensação mais de uma vez no dia sem ser por sexo, ou melhor, um sexo bom.

Mas hoje, hoje foi diferente, Choi Beomgyu lançou algum tipo de magia em mim, seu corpo magro e pequeno não sai da minha cabeça.

Pequenas partículas de glitter em suas pálpebras, brilho labial um pouco borrado, seu cabelo brilhoso, sem contar aquelas olhos tão vivos e bonitos. Beomgyu era bonito por inteiro e isso me irrita.

Ele não sair da minha cabeça me irrita,esse filha da puta...

Como ousa recusar meu pedido?

- Aish- resmungo me sentando na cama- Esse.... Aish- resmungo novamente- Por que tão difícil?

Obviamente a resposta não iria vir, mas não custava nada tentar.

- Eu preciso tanto dele, esse menino- passo minhas mãos pelos fios dos meus cabelos e aperto um pouco próximo a raiz- Eu preciso de você beomgyu.

Um suspiro frustado sai de minha boca, por apenas querer um cigarro agora e não poder por estar em casa e Kai odiar o cheiro.

- Está decidido- falo para mim mesmo- Eu preciso de Choi Beomgyu, e eu vou ter ele para mim, não importa onde ele esteja, ou o que fale para mim, Choi Beomgyu vai ser meu.