25 - frenkie de jong

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Me olho do espelho até o chão, não reconhecendo mais o reflexo. bolsas escuras embaixo dos meus olhos, sobrancelhas quase invisíveis pela cor clara que meu cabelo costuma ter. Fios jogados em um coque bagunçado no topo de minha cabeça, caindo em cada direção e lembrando um ninho de pássaro mais do que um penteado real.

Há quase três meses, decidi me mudar com Frenkie para Barcelona, em vez de vê-lo apenas uma vez por mês. As viagens pareciam fáceis, mas as marcas ficaram claramente visíveis em mim com o passar do tempo. Estou me mudando hoje, mas já consigo sentir a falta de levar uma Allyson para casa, de conversar tarde da noite com minha mãe sobre como Frenkie era bom para mim e de sair à noite nos pubs com as meninss.

No entanto, eu deixei tudo para trás para estar com o amor da minha vida. A espanha é linda, eu adorava o tempo ensolarado e a brisa quente do vento. Uma nova cidade, novos vizinhos, sem conexões.

Balanço a cabeça para tirar os pensamentos negativos da cabeça, saio do quarto, em direção à escada e direto para a área da cozinha aberta. Era quase noite, Frenkie deve chegar em casa a qualquer minuto de outra sessão de treinamento. Quase todos os dias da semana, ele tinha que sair por horas, o que tornava muito mais difícil de eu me  acomodar. Ainda assim, eu entendia o quanto essa chance era importante para ele.

Nunca interferi nos sonhos dele, e definitivamente não começaria hoje. Coloco a xícara de café frio no balcão e ligo o fogão. Assim que o relógio do jantar começa a piscar, a porta da frente da casa se abre e revela um jogador de futebol ofegante.

Observo ele deixar a bolsa cair no chão, Frenkie dobrou a esquina e atravessou a sala para chegar à área da cozinha. O lugar, onde eu passava a maior parte do tempo. Um sorriso largo se espalhou pelo seu rosto, parece aliviado em me ver novamente. Ainda assim, a expressão cansada mudou o clima imediatamente.

— Você está bem, amor? – Frenkie deu um passo em minha direção, a mão colocada no meu braço.

— Claro, por que não estaria? – dou uma risada baixa, dando de ombros em uma tentativa de mudar de assunto sem que ele note. – Como foi seu treinamento?

— Não mude de assunto. – ele falou imediatamente, – Aconteceu alguma coisa no Brasil?

Já a menção ao meu país, onde eu era cercada de amor e atenção causava uma pontada em meu peito. Uma sensação de aperto, como se eu tivesse esquecido como realmente se respira. Tento esconder mas os cantos da minha boca revelam meus sentimentos, as sobrancelhas franzidas seguiram a mesma direção. As vezes era inevitável sentir, relembrando as memórias do Brasil.

— Tudo bem, – o loiro levanta as mãos em defesa, completamente perplexo com minha maldita mudança de humor. Tenho raiva, – na maior parte das vezes – de fazer com que ele passe por isso. – você está grávida, é isso que está te incomodando?

Meu queixo cai, minhas sobrancelhas franzidas ainda mais juntas, mas desta vez em total confusão sobre sua pergunta.

— O que? – balanço a cabeça levemente da esquerda para a direita, tentando entender a trilha de pensamentos, mas perdendo logo no começo. Frenkie era doido, grande parte do tempo.

Continuo com as sobrancelhas franzidas, ele passou a mão suada pelas tranças do dorso da minha mão até os dedos acariciarem meu pescoço.

— Merda, você não está, não é? Me desculpe, apenas deixei escapar.

E entendo que ele tenha isso como uma preocupação no momento.

— Está tudo bem, – asseguro ao homem preocupado, olhando para qualquer lugar, menos para a mistura de emoções em meu rosto. – só sinto falta de casa. – digo por fim, dando de ombros novamente, murmurando as palavras com esperança de que ele não tenha ouviria nenhuma sílaba. Com as pupilas dilatadas, a surpresa superando a preocupação, Frenkie se aproxima de mim ovamente e passa os braços em volta de minha cintura.

— Meu amor, entendo que sinta falta mesmo. Você desistiu de tudo por mim, e eu sou muito grato por chamá-la de minha garota, meu amor. – Frenkie confessa como se as palavras estivessem preparadas nas últimas semanas até que chegasse o momento. Como se estivesse ensaiado a semanas. – Eu sei que não posso estar por perto o tempo todo, e você pode se sentir sozinha. Mas eu estou voltando para casa todos os dias, voltando para casa para estar com você, ver você e beijar você. Eu nunca estou longe, e você pode sempre se juntar a mim para a sessão de treinamento. Para cada jogo, você sempre pode estar comigo.

A confissão de amor dissipa a preocupação de estar sempre sozinha em Barcelona, Frenkie faz com que eu sempre me lembre do motivo de lutarmos por nós. Minhas pálpebras se fecham, as lágrimas se acumularam na linha d'água. Sinto uma única gota rolando por minha bochecha direita, mas não atingiu minha mandíbula. Frenkie reagr rapidamente, limpando a água com o polegar.

— Não chore, linda. Estou com você desde o início da manhã até o final da noite. Sempre aqui ao seu lado. – sinto-o seus olhos analisarem meu rosto, com preocupação e amor.

Inclinando a cabeça para frente, ele encosta a testa na minha, parece me apreciar tranquilamente mesml me vendosem a menor maquiagem no rosto. "Sua beleza natural é a melhor" Dou um sorriso de canto quando relembro quando ele diz isso a mim.

— Eu te amo, tudo bem? Com todo o meu coração. – ele pega minha mão, e eu coloco a outra palma sobre o seu peito. Exatamente o ponto onde o coração martelava contra o peito, e eu podia sentir cada batida. – Tudo para você, querida.

Balanço a cabeça repetidamente, fico na ponta dos pés para dar um beijo rápido, mas muito gentil nos lábios dele.

— Eu também te amo, muito.

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