31 - richard ríos

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Richard ficou do lado de fora da porta, me observando ficar confortável em meu próprio quarto enquanto ele se mexia de um lado para o outro em meus pés. Minhas mãos tremiam de ansiedade e ele podia sentir o suor escorregadio começar a umedecer entre os dedos. Ele nunca tinha estado em meu quarto antes, apenas namoravamos há alguns meses e por causa do rigor de meus pais, ele só agora teve acesso ao andar de cima de minha casa.

Ele não moveu um músculo, nem mesmo quando eu notei.

— Tem certeza que está tudo bem? – ele murmurou, esfregando a nuca enquanto tentava parecer indiferente, esperando que eu pudesse sentir o exterior calmo e controlado que ele estava tentando fingir.

Infelizmente para ele, eu já o conhecia como a palma da minha mão.

— Richard, –  ri baixinho com um aceno de cabeça. – claro, está tudo bem. Entra, por favor.

Ele não conseguia conter o ruído de desconforto que subia do fundo de minha garganta, por mais silencioso que fosse, enquanto ele entrava lentamente na sala. Os olhos dele ainda não encontraram os meus, em vez disso focaram na sala que ele tinha visto apenas alguns pedaços nas selfies que eu enviaria a ele. Ele olhou em volta - bugigangas de seus interesses favoritos decorados com bom gosto, fotos e pôsteres colados ao redor da sala e paredes perfeitamente pintadas de minha cor favorita que faziam sentido para ele.

Seus olhos finalmente encontraram os meus, seus lábios se curvando para cima enquanto ele tentava imitar meu sorriso, mas ele estava muito dominado pela timidez para encontrá-lo no meio do caminho. Ele se sentou ao meu lado na cama, depois que eu dei um tapinha no local ao meu lado, com as mãos plantadas no colo enquanto olhava para qualquer lugar, menos para mim.

— Eu, hum, – Richard tropeçou levemente em suas palavras, uma risada silenciosa escapando de meus lábios para aliviar o quão inquieto ele se sentia agora. – Me gusta tu habitación.

Eu murmuro um gentil 'obrigado', agora preocupada com o temperamento tímido dele. Meu dedo indicador enfiado embaixo do queixo dele enquanto eu virava a cabeça dele para encará-lo; seus olhos castanhos eram suaves, mas seus dentes mordiam o lábio inferior, um hábito que ele não conseguia largar quando estava nervoso.

— Qué pasa, cariño? – eu pergunto, franzindo as sobrancelhas enquanto seus lábios se franziam preocupados.

Richard encolheu os ombros, incapaz de encontrar palavras, embora elas dançassem ao longo de sua língua. Ele estava nervoso e sabia que estava sendo dolorosamente desajeitado - algo que o suor em suas mãos não o deixaria esquecer. Não conseguia parar as batidas rápidas do coração, algo que só sentia quando corria pelo campo, mas também quando olhava para mim. Eu fiz o coração dele bater perigosamente rápido e estar tão perto de mim, em seu espaço seguro onde ele nunca esteve, só o fez perceber o quão sério o relacionamento estava ficando.

Era assustador, mas tão excitante estar apaixonado.

Ele sabia disso, contando todos os conselhos que meu pai me deu de 'saber quando você está com aquele que parece o certo para sua vida, e que te respeite acima de tudo' em sua cabeça, mas ele não conseguia parar de sentir como meus nervos estavam à flor da pele.

Ele não podia estragar as coisas, não comigo.

— Tenho medo. – Richard suspirou, resmungando rapidamente sobre o quão estúpido ele se sentiu depois. Ele balançou a cabeça, tentando remover seu índice debaixo do queixo, mas eu não me mexo, forçando-o a olhar para mim. Ele resistiu por um momento, não querendo expor o quão vulnerável se sentia, mas o olhar conhecedor em meus olhos era algo que ele não podia ignorar, não importa o quanto tentasse.

Não ficou mais fácil quando eu começo a encorajá-lo silenciosamente, deixando-o saber que estava tudo bem para ele falar quando estivesse pronto e que eu queria ouvi-lo.

— Eu te amo. – ele falou, a respiração ofegante enquanto meu corpo tremia. Ele repetiu de novo, desta vez com clareza, com firmeza e naturalidade, já que era a segunda vez que ele pronunciava essas três palavras para mim. – E falo isso sério. Estar no seu quarto me faz perceber o quão sério nosso relacionamento ficou e estou com medo de que as coisas vão desmoronar ou bagunçar depois de tudo isso, e eu não quero que isso aconteça porque, eu te amo.

Eu solto uma lufada de ar que nem percebi que estava segurando; tal alívio quando eu finalmente respirei novamente, sorrindo para Richard enquanto afastava suavemente um pouco do cabelo de minha testa com a ponta dos dedos. Ele devolveu o sorriso, suave e embaraçado, incapaz de esconder o rubor que se espalhava pelas maçãs de meu rosto.

— Você não precisa se preocupar com isso, mi amor, eu prometo. – eu o tranquilizo enquanto minha mão caiu na dele, entrelaçando-as. – Não importa o que aconteça, você nunca precisa se preocupar conosco. Eu também te amo, Richard. Estamos bem.

Deixo isso claro a ele, porque estava ciente do quanto ele tinha medo de ter uma decepção novamente.

— Promete? – Ele perguntou, apontando o dedo mindinho na minha frente. Meu mindinho entrelaçado com o dele selou o acordo o suficiente para ele, fazendo-o assinar em alívio, mas a segurança de meus lábios pressionando contra o dedo dele o fez perceber que ele estava em minha cabeça e só precisava de mim para acalmá-lo, como sempre fiz. Ele se inclinou, seus lábios a centímetros de distância antes de pressionar um beijo suave contra meus lábios, tirando meu fôlego.

— Prometo. – eu sussurro contra os lábios dele, arrepios percorrendo minha espinha enquanto nossas bocas se moviam com paixão, como se fossem apenas nós dois no planeta.

Apenas nós dois.

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