Capítulo 12 - Mistrust

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Quem é vivo sempre aparece, e aqui estou eu, com mais um capítulo recheado de material para as teorias de vocês.

Será que tem alguém ainda por aí??

💎

Camila cheirava a rosas. Desde o primeiro dia, aquele perfume me hipnotizou. Apreciá-lo durante uma noite toda, com seu corpo colado ao meu, parecia um sonho.

Sendo assim, pela manhã, a ausência do alento de seus braços ao meu redor foi o bastante para me despertar. A voz doce que há algumas horas me sussurrava provocações, soava firme ao telefone, conforme a mulher caminhava de um lado ao outro do quarto. Eu prestaria atenção no conteúdo de suas palavras, se ela ao menos vestisse alguma peça de roupa.

Meus olhos divagaram entre os longos cabelos castanhos, a bunda monumental que esteve em minhas mãos, e uma tatuagem presente em suas costas. Três flores delicadas e bem desenhadas, uma ao lado da outra. Como eu não havia notado aquilo antes?

- Eu estou dizendo, tenho tudo sob controle. Apenas preciso de mais tempo.

Ela ajeitava os cabelos com uma das mãos sem parar, como se aquilo pudesse aliviar sua ansiedade. Percorria um trajeto repetitivo entre os móveis do meu quarto, e apertava o celular entre os dedos, aguardando a resposta de alguém do outro lado da linha.

- Sim, eu estou ciente dos riscos. Tem que confiar em mim.

Ao completar essa frase, seus olhos encontraram os meus, e ela esboçou um sorriso suave que em nada condizia com sua postura.

- Preciso ir agora, nos falamos depois. - Camila deixou o celular de lado, e se aproximou até estar sentada sobre a cama ao meu lado. - Desculpe, eu acordei você?

- Não, tudo bem... - Fechei os olhos por alguns instantes, apreciando o carinho em meus cabelos. - Quem era ao telefone? Você parecia nervosa.

- Era Ally, me cobrando sobre assuntos de trabalho. Nada com que você precise se preocupar.

Me estiquei sobre a cama, como que me espreguiçando, e tive um vislumbre do aparelho apoiado sobre o móvel ao lado, com o contato de Allyson na tela. Camila estava falando a verdade. E eu, precisava deixar de ser paranoica.

- Acho que ainda não agradeci o suficiente por ontem. - Falei.

- Não precisa me agradecer. - Ela se inclinou para selar nossos lábios de maneira carinhosa. - Sabe, você também é muito boa de cama, eu poderia facilmente me viciar nisso.

Balancei a cabeça em negação, com um sorriso tolo no rosto.

- Não seja boba, falo da minha família. Se não fosse por você, eu provavelmente não teria coragem para ir vê-los.

- Foi divertido ser sua namorada por um final de semana. - Senti sua cabeça ser apoiada sobre meu ombro de maneira preguiçosa. - Ainda assim, você parece chateada.

- Me entristece ter que estar sempre afastada deles. Fiz essa escolha há alguns anos, pela minha saúde mental, por sentir que nunca fui verdadeiramente aceita. Toda a pressão e os julgamentos me faziam muito mal. E sempre que os visito, percebo que tomei a decisão certa.

- É mesmo difícil ter que estar longe da família. 

Eu assenti, sabendo que ela compreendia aquilo melhor do que ninguém.

- Apesar de tudo, eu gostaria de estar mais presente, principalmente por Taylor. Costumávamos ser muito próximas, e agora eu mal a vejo.

- Convide-a. Vamos fazer algo juntas, nós três. Eu me encarrego de planejar tudo pessoalmente.

Now Or Never - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora