capítulo três.

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- Sasa, tá acordada? - Saiya se desperta com o som de algumas batidas na porta e uma voz a chamando, pelo tom e apelido já sabia que se tratava de Nate. O que ela ainda não tinha decidido se era bom ou ruim, devido a interação tensa que eles tiveram a algumas noites, eles estavam sem se falar desde o acontecimento. Mas ela estava curiosa para saber o motivo por trás da necessidade repentina dele a chamar tão cedo em um dia de folga. - Pode entrar, Nate. Mas seja o que for, é melhor ser bom o suficiente para estar me acordando às oito da manhã. - O irmão espia pela fresta na porta e não deixa de reparar na carranca da menina ao olhar para ele. 

Nate empurra a porta com as costas, não dando visão de suas mãos para irmã. A verdade é que  ele se sentia culpado por ter tratado ela daquela maneira rude, ele nunca sentiu a necessidade de ser um otário com a irmã, porém, as vezes ele não consegue controlar essa tendência perturbadora de tentar controlar e dominar todos ao seu redor. Apesar de tentar muito eximir a irmã dessas atitudes ele estava ciente que não iria conseguir para sempre, aquela noite foi a primeira vez que ele levantou a voz de maneira inadequada a ela. - Eu sinto muito, não foi minha intenção brigar com você. - 

Ao virar do menino, Sai nota que ele está segurando uma bandeja com dois pratos e copos para o café da manhã e ela suaviza a expressão- ele havia cozinhado para ela - saber disso de alguma maneira a deixa mais vulnerável para as desculpas do irmão, o que não passa despercebido por ele. 

- Fiz algumas torradas e ovos a mais, achei que você não estaria no humor para cozinhar e achei que seria legal passarmos um pouco de tempo juntos. - Nate deixa a bandeja na frente da irmã e senta na ponta da cama, na esperança de que ela não expulse-o do quarto como na outra noite. 

- Então tá me dizendo que cozinhou para mim só para pedir meu perdão? - Saiya levanta as sobrancelhas de maneira inquisidora. O garoto respira fundo e da um sorriso de lado para a irmã, a verdade é que o perdão dela não foi o único motivo para todas as regalias que ele estava oferecendo. Ele ainda não tinha esquecido os acontecimentos da festa, e estava decidido a tomar as devidas providências sobre isso, algo que ele não poderia fazer sozinho e nem queria. 

- Por isso, principalmente. Mas tenho uma proposta para te fazer, e conhecendo o seu histórico acho que vai gostar. - E de fato, ela iria gostar. Não há nada que a coloque mais para cima do que a possibilidade de arranjar alguma encrenca por ai, com o temperamento forte e impulsivo ela gosta de estar em situações tem o poder e o controle para compensar suas fraquezas. Tal como o irmão. Os dois começam a comer em silêncio, Sai não fala nada com a ideia de que assim vai poder torturar Nate um pouquinho, como uma vingança pela sua atitude com ela. Já Nate come em silêncio na espera da confirmação da companhia para o que tinha planejado. 

- E o que iremos fazer de tão especial e irrecusável? Já adianto que dirigir pela cidade no seu Ford Raptor não me fascina tanto igual os seus amigos de personalidades duvidáveis. - 

Nate solta uma risada leve e genuína, são ações e sentimentos que ele normalmente só tem quando está perto da irmã. - Bom, eu admito que teremos que dar algumas voltas por ai, mas não é isso o principal. Tem um cara ai, ele fez algumas coisas que eu não gostei e acabei descobrindo que ele é maior de idade e anda ficando com menores. Ele merece uma visita, não acha? 

- Eu não sei que raios caiu em você hoje para querer virar vingador. Mas certo, leva a louça para a cozinha enquanto eu me arrumo. - Saiya não sentia a necessidade de saber quem era, ou exatamente o que esse cara fez para o Nate. Mas de uma coisa ela estava certa, ninguém sai impune quando se trata de atrapalhar o caminho de algum dos Jacobs. E ela estava animada em saber que depois de tantas vezes que seu irmão a ajudou com seus problemas e a livrou das frias, ela teria a oportunidade de retribuir. 

run and hide, cassie howardOnde histórias criam vida. Descubra agora