02 - A ligação.

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    Passo pelos enormes portões e a primeira coisa que faço e procurar Kath com o olhar.

– Chegaram, podemos conversar? – Senhora Jonhson, diretora do orfanato, questiona Laura, assim que chegamos no hall. A mulher apenas dá uma aceno de cabeça, como se fosse um dia qualquer e eu também fosse uma qualquer.
– Pode ir brincar, Madeline. – Ela me diz antes de sorrir para Laura e segura-la pelos ombros.

Meus olhos começavam a vagar pelo lugar em completo desespero, procurei no orfanato inteiro, cada criança, mas não achava Kath. Com o coração apertado eu começava a desistir. Sento nos degraus que dão em direção ao pequeno parque e suspiro.

– Kath foi adotada, querida – Sobressalto com a voz da diretora. Como?.
– Quando? – Indago já sentindo minha garganta fechar e os olhos se encherem de lágrimas.
– Um pouco depois que você. – Ela diz. A sinto sentar ao meu lado.
– Mas foi só para teste, não é? – Pergunto, esperançosa, não queria que ela fosse adotada para não ficar, mas também queria muito que ela tivesse a oportunidade que eu não tive.
– Sinto muito por-
Rapidamente a interrompo.
– Está tudo bem, acho que já passei da idade de ser adotada... não é? – A olho por breves segundos. Ela solta um suspiro e me olha antes de me abraçar.
– Talvez Deus tenha planos maiores e melhores para você. Não desanime. – Ela sorrir antes de me beijar a testa e levantar-se.

Senhora Jonhson não era velha, mas também não era nova. Mas tinha a voz acolhedora e compreensiva. Todas as vezes que sou devolvida, ela me ampara e procura alguma forma de tentar me confortar.
Eu ainda sentia muita falta da minha mãe. Mas considerando os abusos que ela passava com a vovó, eu esperava que ela estivesse melhor que eu. Seja lá onde estivesse. Mas eu espera que ela estivesse no céu.

A I D A N

    Descanso minhas costas na cadeira confortável e solto a fumaça entre meus lábios. Olho para baixo vendo a mulher dando seu melhor para me satisfazer, com o cigarro entre os dedos, eu afasto seu cabelo a fim de ter uma visão magnífica do seu esforço.
– Vadia... – Gemo e a forço a aguentar mais fundo, ligeiramente ela tenta me afastar com as mãos, mas eu só a solto quando me despejo na sua garganta. Solto uma gargalhada quando ela se afasta limpando a boca e me olhando com os olhos arregalados.
– Saia! – Mando, levando de volta o cigarro aos lábios.

Coloco meu cinto novamente e volto a averiguar alguns papéis. Minha empresa era famosa pela produção de armas com alta tecnologia, inovei o mercado e agora apenas mantenho e fecho contratos com mais e mais empresas e até mesmo para os submundos. Minha principal meta é expandi-la mais.

Com toda essa fama, me torno o centro das atenções para as mulheres, tenho qualquer uma a meus pés e á minha mercê, o que particularmente é uma delícia, me permitem fazer o que eu bem entender com elas desde que tenham uma foto comigo no jornal ou uma boa quantia na conta.
São todas malditas interesseiras que não tem outra utilidade a não ser a boca e todos os seus buracos. E me orgulho de usá-las de forma mais dolorosa possível.

Aos meus 31 anos, nunca duvidei que chegaria aonde cheguei, principalmente depois da separação dos meus pais. Meu pai Albert Deklan e minha mãe Bethane Cornell, na minha pré-adolescência, resolveram se separar. Bethane queria algo diferente do meu pai.

Minha mãe nunca quis expandir muito o seu negócio, eles eram donos de uma rede de floriculturas na minha antiga cidade, vivíamos confortáveis, mas meu pai queria mais que isso. Se separaram e decidi morar com meu pai, claro minha mãe não gostou, me formei aqui em Londres, em Tecnologia, meu pai que assim que viemos para cá abriu uma loja de armas, me inspirou a ser o que sou hoje, depois de alguns anos de divórcio, quando eu tinha 17 anos encontrei minha mãe por acaso na cidade, ela estava com uma garota que aparentava ter minha idade, algum tempo depois meu pai me disse que ela havia adotado uma garota assim que fomos embora, e isso fez eu me afastar definitivamente de Bethane, ela havia nos substituído por uma órfã, desde então nunca mais soube dela, até agora:

Senhor, a Advogada da Senhora Cornell deseja falar com o senhor, pediu para o senhor retornar sua ligação. – Ela diz gaguejando um pouco, sempre a disse que se um dia houvesse ligações da minha mãe, ele deveria me comunicar sem falar que é minha mãe. – Parece ser urgente. – Disse e em seguida desligou.
O que a advogada da minha mãe queria comigo?

E agora estou eu, não parando de fitar o teto e pensando se devo ou não retornar a ligação, ela nunca se importou em me contactar antes.

Resolvo sair do escritório e buscar um café, alguns empregados me cumprimentam com um balançar de cabeça e ligeiramente intimidados.

– Achei você! – Uma voz feminina soa atrás de mim assim que me sirvo com o café quente, e a única coisa que tomo na copa da empresa, me viro para saber quem é.
– Ah, o que você quer Jenna? – Pergunto rude olhando brevemente para ela em seguida saindo do lugar sendo acompanhado pelo barulho irritante dos seus saltos, Jenna é secretária do meu sócio, saímos algumas vezes, apenas sexo.
– Pensei que poderíamos sair hoje, você não parece bem. – Ela diz tocando levemente meu ombro e tentando fazer uma voz sensual, isso não funciona comigo. Paro de andar e olho para ela, em seguida ao redor, algumas pessoas pararam para nós olhar.
– Não temos nenhum tipo de intimidade, para você é Senhor Deklan, e por favor não toque em mim sem minha permissão, não sei onde estava suas mãos, agora se me der licença, tenho mais o que fazer. – Digo alto para ela e os outros funcionários ouvirem, analiso seu rosto que fica corado de vergonha para ter certeza se ela entendeu algo que eu disse e viro as costas voltando ao escritório.

Jenna era uma pessoa aparentemente legal mas eu conheço o seu tipo, quer se aproximar do chefe para benefícios, sou bastante observador quanto á isso, não construí isso tudo com suor para vir uma vadia interesseira e me tomar tudo, exatamente por isso uso mulheres apenas para sexo, todas são malditas interesseiras.

Fecho a porta devagar e pego o número da advogada ligando definitivamente para saber o porque da sua procura.

AIDAN (Versão Proibida)Onde histórias criam vida. Descubra agora