Four-Oh, who is she!?

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— Se arruma aí, Yoko, vamos jantar fora. — diz Enid colocando sua mala delicadamente no sofá.

— Que isso? Enid me chamando para jantar fora!?

— Yoko, não fode! Vai logo.

— Amei. Hoje vai ser o dia que iremos sair para comer e, no final, estaremos na boate lésbica ficando com todo mundo.

— Que!? NÃO. Só iremos comer fora mesmo.

— Aff, Enid, você deve ser mais extrovertida. Dar aula para esses emos está te deixando emo também.

— Não fale assim dos meus alunos. Tem alguns que não merecem ouvir algo do tipo.

— Aham. — diz Yoko se levantando. — Já se apaixonou por alguma novinha depressiva?

— Yoko, pelo amor de Deus, vá se arrumar ou eu desisto de ser uma pessoa legal.

— Epa, era só ter dito isso antes. — Yoko corre até seu quarto e começa a se arrumar.

Enid entra em uma luta constante contra seu guarda-roupa. A garota não sabia o que usar, apenas pegou um salto alto preto junto de um vestido longo também preto e um par de luvas que iam até o cotovelo, que SIM, eram pretas.

— Caralho, a gente vai aonde!?

— Em um restaurante.

— Já vi que vai ser coisa de rico.

— Que bom!

Yoko faz biquinho e volta para o seu quarto para se arrumar de novo.

— Agora sim?

— É... poderia melhorar...

— Pô, Nid!

— Eu tô brincando, besta, tá linda!

Enid e Yoko foram para o carro. Como ambas moravam juntas em um condomínio, acabaram conhecendo uma garota chamada Divina por lá. E bem... elas ficaram MUITO amigas.

— Cabeçuda, onde você estava!? Por que demorou tanto?!

— Calma, Enid, é difícil vestir essas roupas caras.

— Difícil mesmo é dirigir de vestido.

— #Prefiro Enid de terno.

— Cala a boca, Yoko.

— Credo, quanta discriminação.

— Socorro. — Divina ri da situação.

— Okay... somos três sapatão em um carro, e uma sapatão ainda não disse onde vamos.

— Você só vai saber quando chegar, nem adianta, sapatão.

— Aaff...

Chegando no restaurante, Yoko percebeu o quanto era chique. Havia uma lista enorme que parecia mostrar que todas as mesas tinham sido reservadas há semanas. Pessoas sempre bem vestidas por ali... era magnífico.

— Caraaaca, onde conseguiu tanto dinheiro assim, Enid Sinclair!?

— Bem, não me pergunte o óbvio. Uma educadora sexual sabe ganhar dinheiro muito bem.

— Putz... às vezes eu falo tanta putaria que... acho que eu levaria jeito.

— Vai na fé. — Enid diz andando plenamente.

— Cara... Enid realmente é de outro mundo. — Divina sorri e acompanha a garota, enquanto Yoko vai atrás.

Enid passou todas as informações sobre sua mesa para o recepcionista, que conferiu. Logo, estava lá dentro à procura de sua mesa... quando...

— Wednesday?! — Os olhos de Enid vão direto à morena que estava obviamente entediada no jantar em família.

— Que isso, conhece ela?

— Sim, é uma de minhas alunas.

— Caralho, agora eu sei por que gosta desse emprego estranho. — Yoko diz sorrindo de canto.

[...]

— Wed, aquela não é a Enid!? — Morticia diz olhando para Enid.

— Aham. — Wednesday olha de uma vez e seus olhos vão direto para Enid, que ria com Yoko.

— Uau, ela sabe se arrumar, hein? Para quem só trabalha de terno...

— Todo mundo tem seu estilo, mãe. Eu também nem gosto de vestido, mas sigo aqui usando um.

— Uiui... há uns dias atrás você queria que as pessoas se matassem ao invés de defendê-las. Enid está fazendo um bom trabalho.

Enid olha a mesa de Wednesday novamente, mas logo seus olhares se encontram, fazendo as duas terem um contato visual intenso. Yoko, sendo uma garota que gosta de provocar — ainda mais quando é provocar sua melhor amiga Enid — percebeu o contato visual e pegou a mão dela. Divina logo percebe e ri da cena. Yoko acha a mesa e puxa Enid até lá, de mãos dadas.

Wednesday arqueia as sobrancelhas, de forma que estava na cara que parecia surpresa com aquilo.

— Yoko!?

— Eu saquei tudo, hein. — diz Yoko se sentando.

— Que!? Ela é só mais uma aluna de várias. Nada demais, nada que vá além de aluna e professora.

— Enid! Quem olha assim para uma aluna!?

— Eu!? Só porque eu apenas olhei para ela!?

— Tolinha.

— Gente!? Yoko, a Enid ainda é presa naquele passado dela, aceita isso!

— Obrigada, Divina, pelo menos você tem cérebro aqui.

— Hum, tá vendo, Yoko? Você mal conhece a pessoa com quem convive.

— EU!?

— Você!

— Aff...

— Olá, senhoritas! Posso anotar o pedido de vocês?

— Bem, eu irei querer [...] — então todas fazem o pedido delas e voltam a conversar. Morticia acha incrível como Enid interagia e mal esperava para ver Wednesday daquele jeito.

— Cara, quando é a sua próxima aula!?

— Tenho apenas uma na sexta.

— A gente vai para a boate depois dessa aula. — Yoko diz animada.

— Boate!?

— É. A Enid está muito presa. Que tal levar ela para uma daquelas nossas noitadas? — Yoko sorri maliciosamente.

— Wow, isso seria demais.

— Galerinha, eu deixei de ser daquele jeito.

— É, mas não devia. A Enid das boates é um ótimo personagem para você.

— Se bem que eu era bem melhor nas avaliações quando eu era aquele tipo de pessoa...

— Então isso é um "sim"? — Divina pergunta animada.

— Bem... pode ser.

Yoko e Divina dançam na cadeira em comemoração.

Wednesday mantinha seus olhos na mesa de Enid, mesmo sem perceber. Ela se perguntava quem eram aquelas garotas e por que Enid nunca havia falado delas... Bem, não era ciúmes, é claro, mas a curiosidade de Wednesday era surreal.





𝚂𝚎𝚡 𝙴𝚍𝚞𝚌𝚊𝚝𝚒𝚘𝚗 • WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora