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Daphne Collins, 25 de setembro de 2022:

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Daphne Collins, 25 de setembro de 2022:

Com a chegada do domingo, chegava também o início de mais uma temporada de eventos chiques.

Era quase que uma lei. Se você pertencesse à elite de Los Angeles, automaticamente você era membro do "Classic Empire of LA". Um clube chique, onde os mimados mais insuportáveis se encontravam.

Infelizmente Nessa não iria neste evento em particular. O que me deixou muito desanimada. Mas fui obrigada, pela minha mãe, a por um vestido bonito e sorrir durante aquela tarde para pessoas das quais eu não suporto ter por perto.

— Amor! - Ouço e me viro, vendo meu namorado. - Como você está?

— Estou bem. E você? - Retribuo a pergunta e ele me dá um selinho.

— Melhor agora. - Diz e eu sorrio para ele.

— Eu estava com saudades. Não nos falamos desde sexta. - Reclamo.

— Eu sei, amor. Me desculpa. Eu andei ocupado. - Justifica-se.

— É imagino. - "Em festas, enchendo a cara" penso para mim. - Vou dar uma volta.

Me afasto da multidão, e vou em direção a uma das outras salas.
Quando vou abrir a porta, a mesma é aberta por uma menina que logo venho a perceber ser Giulia Miller.

Ela era loira, tinha os olhos castanhos escuros e algumas sardas no rosto. Vestia um vestido lilás e seu cabelo estava levemente bagunçado.

Ela me olha e suas bochechas ficam levemente coradas. Deixa a sala e eu entro, fechando a porta atrás de mim.

Quando levanto meu olhar vejo Jaden ali de pé. Ele subia o zíper de sua calça e ainda não tinha percebido minha presença na sala, até me ouvir rir sarcasticamente.

— O que faz aqui? - Pergunta calmo, assim que vê quem é.

— Não gosto desses eventos! Você sabe. - Respondo e me jogo em um dos sofás daquela sala.

A sala não era muito grande. Tinham alguns sofás e uma lareira. Uma mesa de sinuca e uma espécie de bar em um dos cantos.

— Por favor, me diga que não foi nesse sofá aqui. - Peço quando me lembro do que vi.

— Pode ficar tranquila. Foi na mesa de sinuca. - Responde com a mesma calma de sempre e deixa escapar um sorriso ladino.

— Você é nojento! - Resmungo e ele dá de ombros, se jogando do meu lado no sofá, de seguida.

Um silêncio se instala no cómodo, mas não do tipo desconfortável.
Minha mente viaja e me lembro das falas do Senhor Jason.

— Jaden...

— Ninguém me chama assim, Daph. - Me interrompe.

— Eu chamo. - O rebato. - Enfim, o professor Jason disse que se minhas notas de química continuarem iguais as do ano passado posso ficar prejudicada no final da ano.- Começo por dizer.

— Estou te ouvindo! - Ele aparenta mostrar mais interesse na conversa.

— Ele disse que suas notas são ótimas. E, bom, preciso que me ajude a melhorar as minhas.

— O que seu namorado acha disso? - Pergunta.

— Eu não sei, não falei com ele. Por que?

— Nada. Ele só não me parece o tipo que levaria isso na boa. Por mais que não seja nada demais. E... Como eu posso te dizer isso?! Você só faz o que ele quer! - Fala a última parte como se fosse óbvio.

— Isso não é verdade! - Tento me defender, mas nem eu acredito nas minhas próprias palavras.

— É sim. E mesmo se não fosse, é o que ele fala por aí.

— Jaden! Vai me ajudar ou não? - Volto a atenção para o assunto principal.

— Eu não sei. Talvez eu devesse pedir permissão para o Louis primeiro. - Me zoa e ri de seu próprio comentário.

— Olha, esquece! Não sei porque resolvi pedir ajuda para alguém que não consegue manter o pau dentro das calças! - Me levanto e saio dali. Mas antes passo no mini bar e pego uma das garrafas.

Entro em uma outra porta que levava até as escadas de emergência. Subo-as até o final e chego no terraço. Lá, me sento no chão me apoiando em uma das paredes do prédio. E com algum esforço consigo abrir a garrafa.

Um gole.
Nada acontece. Penso em todas as outras vezes em que já bebi. Especificamente a primeira vez.

Dois goles.
A emoção, a leveza, a despreocupação perante a vida.

Três goles.
O motivo de ter levado o primeiro copo de álcool a minha boca.

Então, ao fim de algum tempo, perco as contas de quantos goles já havia dado na garrafa.

...🎀...

— Daphne, onde você estava? - Ouço uma voz distante perguntar. Mas não consigo responder.

Tudo ao meu redor parece girar. As luzes piscam repetidamente, e me sinto tonta.

Não costumo beber, o que faz com que me sinta muito mal quando o faço.
Nem ao menos sei o que bebi.

Minha mente me traz lembranças não tão antigas, mas que eu já havia enterrado bem no fundo da minha memória a um bom tempo atrás.

Era como se tudo voltasse à tona.

Meus pés se embolavam com as minhas tentativas de andar. Não os sentia também. O que me tirava a noção de quando meu pé chegava novamente no chão.

Murmurinhos eram ouvidos por mim, mas não conseguia distinguir se era real ou apenas coisa da minha imaginação.

De alguma forma, consigo entrar dentro do elevador e descer até o andar da rua.
Saio do prédio e olho em volta. Procuro um táxi, mesmo sem me lembrar o meu próprio endereço.

E o que acontece depois se torna uma grande incógnita no meu cérebro.

Crack my skull - JxdnOnde histórias criam vida. Descubra agora