Prólogo

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     Hoje era o dia.
Eu, minha tia e minha irmã estávamos andando pelo centro procurando a bendita loja de vestidos de noiva.

— Bem ali!

Minha tia aponta.

— Aleluia!

Sinaliza minha irmã.

     Fomos até a loja e escolhemos os vestidos para eu provar.

     Enquanto eu provava os vestidos, mais incomodada ficava.

— Tia, acho melhor escolhermos outro dia, não estou muito bem.

Digo massageando o peito.

— Quer ir ao hospital?

Tia Lucie pergunta.

— Não, só quero descansar um pouco.

Indo pra casa o mal-estar permanecia.

     Descido me deitar e tentar dormir. Mas o sono não vinha e o mal-estar permanecia.
Vou até o quarto de minha mãe e deito ao lado dela.

— Oi mãezinha...

     Minha mãe desenvolveu depressão severa após a morte do meu pai, não fala e nem se mexe faz 6 anos.

— Mãe, estou com uma impressão ruim...

Sinto um nó em minha garganta.

— Eu gosto do Luiz mãe, sei que ele gosta de mim também, mas...

Uma lágrima cai do meu olho e respiro fundo.

— Não acho que faz parte da vontade de Deus, o Espírito Santo tem me incomodado sobre o casamento...

Não consigo me conter e choro, descontroladamente.

— Termine!

Ouço uma voz e Tia Lucie entra.

— Talvez não seja o tempo, quem sabe quando for a hora certa vocês voltem? Mas se Deus falou, termine!

Ela me levanta e segura minhas mãos.

— Há um tempo certo para cada coisa, Deus sabe de coisas que não sabemos, minha filha... E é melhor estar debaixo da vontade de Deus, não acha?

Acaricia minhas mãos.

— Mas tia... A gente se gosta tanto!

Ela me abraça e me deixa chorar em seu ombro.

— Obedecer é uma escolha que não requer entendimento.

Se afasta e me olha nos olhos.

— Você quer permanecer com o bom, ou quer esperar o excelente?

Fico pensativa.

Notas Finais:
Esse prólogo foi inspirado em alguns testemunhos que ouvi.

Renúncias - Ficção Cristã Onde histórias criam vida. Descubra agora