Entre Cafés e Chamegos • coletânea de One Shots Luotto •

Beijo com Gosto de Café

Passar na cafeteria e comprar um café para Luísa estava se tornando um hábito de Otto. Todas as manhãs ele acordava cedo com o propósito de encontrar sua amada no local de trabalho dela com um copo fumegante de seu café favorito.

Quando parou o carro em frente a galeria, um sorriso automaticamente se fez presente em seu rosto apenas com o pensamento de estaria com Luisa em seus braços em alguns instantes. A paixão que nutria por ela, aos poucos se tornou amor, um amor que ele já não conseguia mais guardar para si e precisou externar para ela, sendo essa a melhor decisão tomada nos últimos tempos. Saber que amava e era amado na mesma intensidade, trazia para Otto uma felicidade genuína e tudo se tornava ainda melhor quando sabia que ele também fazia Luisa feliz.

Caminhou em passos apressados para dentro do local, se encaminhando para onde sabia que sua namorada estaria. Luisa estava de costas para ele, seu sorriso aumentou ainda mais e acabou deixando o copo com café em cima de uma mesa para de aproximar e abraça-la por trás, deixando um beijo em seu pescoço. A mulher é claro, se assustou inicialmente, mas ao perceber de quem se tratava, colocou o maior sorriso em seu rosto.

- hmm, ter você vindo me ver todos os dias é tão bom sabia? - perguntou fechando os olhos enquanto aproveitava os beijos que ele deixava em sua. bochecha. Ela se virou nos braços dele e colocou os braços sobre os ombros dele preguiçosamente ao mesmo tempo que ele a apertou mais contra seu corpo e a beijou apaixonadamente.

- pois vir te ver faz meus dias melhores - ele respondeu quando finalmente separaram os lábios. Otto sentia uma coisa tão boa em seu peito quando compartilhava momentos assim com Luisa que simplesmente queria esquecer todos os problemas que tinha e viver seus dias assim, ao lado dela e da filha - só um momento, vem, trouxe um café pra você - ele se afastou dela e a guiou para sentar no sofá, logo indo pegar o café que começava a esfriar - aqui - entregou para a mulher que tinha um sorriso radiante nos lábios. Otto se sentou ao lado de Luisa que se aproximou mais dele para lhe dar um beijo estalado na bochecha.

- sabe que ter você trazendo meu café favorito pra mim assim todos os dias está me deixando mal acostumada - disse rindo antes de tomar um pouco do café. Ele colocou o braço sobre o ombro dela para beijar-lhe os cabelos.

- é mesmo? Melhor seria ter você tomando café comigo todas as manhãs. Na minha casa - Luisa riu e negou com a cabeça, se inclinando para beijar os lábios dele, onde se iniciou um beijo lento com sabor de café.

- isso vai ser muito gostoso - sussurrou contra os lábios de Otto, que apertou delicadamente o ombro dela. Luisa riu antes de se afastar um pouco para beber mais de seu café - mas temos que ir com calma lembra? - ele fez um bico contrariado mas sorriu logo em seguida - e a Poli, ela está melhor? - sentiu ele respirar fundo. Toda essa história da Poliana, João, Eric e a aposta sobre o namoro dos dois primeiros, deu um pouco de dor de cabeça para Otto e Luisa, já que ambos tinham pensamentos diferentes sobre o assunto e maneiras distintas de aborda-lo com Poliana.

- pelo que eu percebi, sim. Ao que parece essa história de aposta se deu porquê o Eric voltou a gostar dela, enfim - Luisa levou a mão livre para o joelho de Otto onde fez uma leve carícia. O assunto era um pouco delicado para ele que ainda não aceitava totalmente que a filha estava crescendo e coisas como namoro e rapazes já se tornaram interessantes para ela.

- eu imaginei - não quis se estender muito sobre o tema pois Otto fica um pouco ranzinza quando se trata disso.

- falando em Poliana - ele se ajeitou no sofá puxando Luisa para um pouco mais perto, ela bebeu um pouco mais do café enquanto olhava para o namorado esperando ela concluir seu pensamento - eu acho que tá na hora de contar sobre a gente. Eu só não sei como faremos isso, o que você acha? - ela terminou de beber o café e respirou fundo, a mão agora apenas repousava sobre o joelho dele.

- a gente poderia ir jantar em algum restaurante especial. Eu acho que o momento merece - sugeriu. Ele ponderou por alguns segundos e mordeu o lábio inferior.

- eu não sei, eu preferiria uma coisa mais íntima. Um jantar lá em casa, pode ser? - o sorriso de Luisa agora era largo, ela acenou com a cabeça antes de beijá-lo novamente. Beijar Otto se tornava um hábito difícil de largar sempre que estava com ele, ela achava que poderia ser sua mente e seu corpo querendo reaver todo o tempo que ela perdeu em um dilema que não a levaria a lugar nenhum que não fosse os braços do homem ao seu lado.

- pode ser sim - beijou a bochecha dele, que por sua vez, sorria abertamente - é até melhor, não é? Não sabemos como ela vai reagir, se ela vai dar pulos de alegria - a outra mão dela apoiou o peitoral dele para fazer um leve carinho. Estavam no "escritório" de Luisa, ninguém além dela e Glória iam ali, e como a mulher não iria para lá hoje, não corriam o risco de serem pegos em uma sessão leve de amassos.

- ou se vai espernear de raiva - a mulher deu um tapa leve no peito de Otto que riu e beijou os cabelos dela. Era um sentimento de paz que ambos tinham ao estarem juntos.

Otto se afastou um pouco dela no sofá, segurou o rosto de Luisa entre as duas mãos para olha-la nos olhos. Todo esse sentimento que nutriam um pelo outro era algo tão bom, que parecia simplesmente sair deles sem que sequer tivessem controle sobre isso, era algo tão certo e natural que não entendiam como não haviam chegado a essa conclusão antes.

- eu te amo - ele disse em um sussurro. Os olhos de Luisa brilharam, ela sentiu seu coração errar as batidas com a declaração repentina. Ela apoiou as duas mãos no peitoral dele e sorriu, um sorriso tão largo e belo que Otto não acreditaria caso não estivesse vendo que estava sendo direcionado para ele. É, de fato ele a amava.

- eu também te amo - eles se beijaram de maneira apaixonada. Todos os problemas esquecidos enquanto estavam mergulhados no amor um do outro, era um sentimento tão forte chegava a ser avassalador. Luisa fechou as mãos em punho em volta da roupa de Otto com certa força, enquanto as mãos dele acariciavam as bochechas dela.

Encontraram um ao outro no meio do caos que a vida deles estavam, o amor sempre acha uma brecha, mesmo que pareça ser impossível de acontecer.