Us - Wenclair

Undici

palavras: 1165

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- Sabe quando a gente conversou o motivo de eu ter retornado para Nevermore mais cedo? – disse depois de algum tempo em que nós simplesmente ficamos abraçadas sem precisar falar nada. Ela estava por cima de mim, com o rosto em meu pescoço e seus braços acariciando de leve meus ombros e nuca, enquanto os meus estavam em suas costas, subindo e descendo em um ritmo constante. Melhor que todos os sonhos que eu poderia ter sobre esse momento.

- Sim – ela murmurou em meu pescoço. Isso me arrepiou em níveis vergonhosos. Apertei sua cintura em reflexo a ação.

- Então, um dos motivos para Esther estar surtada comigo foi que eu falei que eu parceiro era humano – eu suspirei – ela tem uma mente muito fachada quanto a isso, na verdade – parei para pensar nas ações da minha progenitora – ela tem a mente fechada para caralho sobre tudo. Enfim, ela não estava aceitado o fato de ter saído em uma lua de sangue e que minha parceira, além de humano, é uma mulher.

- Com todo respeito a você mio lupo, sua mãe é uma escória de párea – ela levantou o rosto e focou em meus olhos – ela merece ser castigada por tudo o que te fez passar, todo o sofrimento que ela te gerou por não te apoiar só porque você não se transformou no momento que eu bem queria – ela parecia voraz falando essas coisas, seria muito errado só pensar em colar nossos lábios ? – teria o imenso prazer de a fazer sofrer.

- Koráki mou, por mais tentador e assustador que seja você querer fazer isso por mim – eu encostei nossos narizes e os esfreguei carinhosamente – eu não preciso disso quando tenho você comigo.

- Sempre – essa sussurrou. Então acabei com a distância entre nós, não de maneira apresada, teríamos todo o tempo que quiséssemos. Ficamos por algum tempo em um simples encostar de lábios, conhecendo, aprofundando aos poucos. Rocei timidamente minha língua em seus lábios, pedindo passagem para aprofundar o beijo. Me foi concedido aprofundar o beijo, céus, seus lábios tinham gosto de menta, não consegui reprimir o suspiro quando lentamente envolvi sua língua na minha. Nos separamos quando o ar se fez necessário, mas isso não impediu que Wednesday migrasse seus beijos por minha mandíbula, salpicar com mordidas e beijos pela extensão do meu pescoço.

- Isso é para mostrar para os outros que não estamos disponíveis – ela sussurrou em meu ouvido - ouvi coisas que me desagradaram e queria poder afirmar que você é minha.

Ela não tinha a mínima noção do que suas palavras causavam em mim, eu iria começar a ficar com problemas daqui a pouco, e isso era algo que eu tenho que conversar com ela.

Meu auto controle estava por um fio com o arfar de satisfação quando eu segurei sua nuca, a fazendo me olhar, e então retribui as marcas. Descobri que quando mordia um pouco mais forte ou apertava sua cintura ela suspirava como se estivesse rendida, e isso estava me incendiando. Queria a marcar, meu lobo uivava por isso, mas ainda era cedo, teríamos tempo para estabelecer nossa relação, tirando que eu queria pedir a mão dela para os seus pais. Me obriguei a parar. Me sentei na cama e, por consequência, ela estava sentada no meu colo, mais um pouco e eu estava indo de comes e bebes.

- Por mais tentador que seja reivindicar você agora – eu a olhei, seus olhos sempre contaram mais que suas expressões. Seus lábios estavam avermelhados, seu pescoço com algumas marcas, a obra mais bonita, e é só minha – eu quero fazer as coisas no tempo certo, pedir sua mão para seus pais, te levar a encontros, sem apressar nada, eu tenho você, não vou te soltar.

- Tudo o que quiser – ela murmurou acariciando minhas bochechas.

- O que você sabe sobre alfas fêmeas? – sentia meu rosto corar como nunca. Isso definitivamente vai ser difícil para mim.

- Que sã extremamente raras, podem engravidar seus parceiros e possuem o órgão reprodutor adequado para isso – ela estava corada, eu não seria a única tímida nesse quarto. Pera, como ela sabia isso?

- Como você sabe disso? – fiz minha melhor cara de confusão, ela sabia disso, mas nem cogitou que eu estava na dela?

- Eu li em um livro que peguei da biblioteca – ela se encolheu no meu colo – eu queria saber porque seu comportamento mudou, não queria falar diretamente com você pois temia que você mudaria. Então resolvi fazer uma pesquisa. Digamos que encontrei mais do que planejava.

- Meu deus – murmurei e coloquei meu rosto em seu pescoço. Eu estava fervendo em vergonha. Sabia que minhas orelhas estavam mudadas. Ela começou a fazer um carinho nelas.

- Não entendo essa reação mio lupo, eu iria descobrir uma hora ou outra.

- Eu sei, só – bufei a puxando ainda mais para mim – é vergonhoso falar isso com você, mas é importante, visto que você é minha companheira, algumas coisas tem que ficar alinhadas entre a gente.

- Como?

- Eu posso me tornar um pouco mais possessivo com você, te mostrar algumas coisas que para minha espécie pode ser importante, como a construção de um ninha quando eu ficar no cio – murmurei a última palavra – te apresentar para a alcateia como minha parceira – cheirei seu pescoço e a senti arrepiar.

- Sua alcateia já não desconfia disso?

- Desconfiar sim, mas eu quero que eles saibam que se eles tentaram alguma coisa com você estão ferrados comigo.

- E se eles não aceitarem?

- Não me importo – dei de ombros – eu sei de meia dúzia que vai reprovar isso, mas não é como se eu me importasse com o que eles vão dizer, desde que não encostem um dedo em você.

- Ver você assim faz coisas voarem em meu estomago – ela começou a acariciar atrás das minhas orelhas. Golpe baixo.

- Addams – murmurei me afastando um pouco dela. Já não estava fácil, e ela me complicava ainda mais.

- O que? – sua cara estoica não escondia o divertimento em seus olhos e a sombra de um sorriso.

- Não seja má comigo – murmurei.

- Filhote, eu ainda nem comecei – estremeci como um garoto de 14 anos que acabou de entrar na puberdade, seu tom de voz grave e seu olhar que me fazia remexer na cama. Ela vai ser a causa da minha morte. E eu vou adorar morrer em seus braços. Fiz uma careta, isso soou extremamente Wednesday Addams – o que foi?

- Um pensamento soou algo que você diria.

- Me fale.

Coloquei uma de minhas mãos em seu pescoço a inclinando para mim, quando meus lábios estavam grudados em sua orelha sussurrei – você vai ser a causa da minha morte, e será um prazer morrer em seus braços.

Ouvi um grunhido vindo ela entes que ela me puxasse e me beijasse com uma intensidade gigantesca. Não me fiz de rogada e retribui na mesma intensidade. Estou viciada em seus lábios. 

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até semana que vem