Stupid Wife-The other side

Raiva

Dou leves batidinhas na porta antes de entrar, e ela revira os olhos assim que percebe que sou eu.É...pelo visto não vai ser fácil.

-O que você quer Valentina?Veio me perturbar na minha casa também?

-A gente precisa conversar...

-Eu não tenho nada pra conversar com você, Valentina.Me deixa.

-É sobre o Léo.

-Quem é Léo? 

-É o nosso filho, eu sei que você não lembra mas ele sente a sua falta.

-Eu tenho um filho? E ainda por cima com você? 

-Ele está lá fora, ansioso pra te ver.Só não desconta nele, ele não tem culpa.

-Tá.

Saio de seu quarto para chamar o Léo mas o pequeno estava do outro lado da porta, será que ele ouviu alguma coisa? Pela sua carinha de felicidade imagino que não, assim que ele percebe que tem espaço o suficiente para passar, ele vai correndo em direção à Lu e se joga na cama, e ela continua sem expressar nenhuma reação mas abraça o pequeno.

Deixei os dois sozinhos e sinceramente não sei o que fazer ou para onde ir, pela primeira vez me sinto uma estranha indesejável nessa casa.É como se minha presença aqui fosse errada mesmo eu não tendo feito nada.Ela nem olhou pra mim.

                                                                                        (...)

Algum tempo depois ela aparece sendo puxada pelo carinha dizendo que resolveu voltar com a gente para nossa casa.É um alívio ouvir ela dizer "nossa casa", será que ela está começando a lembrar da gente?Não parece ser esse o caso mas sinto que as coisas estão se ajeitando aos poucos, talvez ela só precise da rotina dela de volta.

Assim que estaciono na garagem, noto uma pequena bola alaranjada perto da porta, e tão logo eu destravo as portas Léo sai correndo para ver o que é, mal desço do carro e ele já está correndo de volta na nossa direção com algo nas suas mãozinhas.

-Mamães, mamães, por favor posso ficar com ele?Por favorzinho.-a carinha que ele faz, é impossível resistir.

-O que é isso meu filho?-ainda não consegui ver do que se trata e Luíza continua sem reação, como se estranhasse sua própria casa.

-É um gatinho, por favor deixa!!!!!Eu prometo que eu vou cuidar.

Merda! Mais essa? Preciso pensar rápido, nunca conversamos sobre animais de estimação, o máximo que temos é o cachorrinho do meu pai que costuma vir junto quando ele vem me visitar.Eu não sei nada sobre gatos e Luíza, bom, no momento ela e nada é a mesma coisa.

-A gente vai fazer o seguinte: vamos levar o gatinho no veterinário e depois se ele não tiver dono, a gente conversa sobre isso, tudo bem?

-Fazer o que né.Vamos!-ele fala enquanto abre a porta do carro mas eu o impeço.

-Calma aí, carinha.Tenho umas coisas para resolver em casa antes mas daqui a pouquinho a gente vai, combinado?

-Sim! 

Mais essa agora, quando minha vida parecia estar voltando ao normal, aparece mais um problema para resolver.