JANAÍNA
Me assusto com um estrondo alto e coloco a mão sobre o peito que esconde um coração acelerado, pego o livro do chão que caiu de minha mão o coloco sobre o estofado do sofá e logo gotas de água se choca fortemente no vidro da janela, levanto do sofá e corro até meu quarto pra fechar a porta da varanda que deixei aberta e vejo que molhou um pouco o piso, desco até a lavanderia pego uma flanela e volto enxugando tudo. Ouço o toque baixo do meu celular e o pego de cima da cama vendo ser uma chamada de Kristian.
-Oi! Digo ao atender, minha voz soa um pouco trêmula pelo nervoso da tempestade forte que cai lá fora.
-Você está bem?. Afirmo e bato em minha testa ao notar que ele não vai saber se não falar.
-Estou sim! Digo o ouvindo suspirar.
-Bem eu só queria saber se estava bem e lhe avisar que irei chegar um pouco atrasado, a chuva está muito forte para que eu possa dirigir, principalmente por está nevando também o que dificulta já que as estradas ficam muito derrapantes, tudo bem para você?. Confesso que a ideia de ficar muito tempo sozinha e em meio a uma tempestade me apavora, mas não irei dizer isso a ele do jeito que Kristian é, capaz de vim nesse temporal e acabar se acidentando.
-Tudo bem, eu irei ficar bem não se preocupe! Falo tentando manter minha voz firme.
-Tudo bem, até logo! Diz com a voz tensa.
-Até! Desligo e pulo na cama quando um raio clareia o quarto, pego meus fones de ouvidos na gaveta e coloco a playlist de músicas calmas dou play fazendo a melodia suave preencher meus ouvidos através do fone, deixando o barulho alto da tempestade um pouco menos assustador, cubro meu corpo com o edredom e tento deixar o nervoso de lado enquanto me concentro na música.
Acordo assustada ao sentir o edredon que cobria meu corpo se mexer e tenho dificuldades para reconhecer a pessoa em pé próximo a minha cama por conta da baixa claridade.
-Calma sou eu! Reconheço a voz de Kristian e suspiro em alívio sentindo meu coração ainda bater rápido. -Desculpe lhe assustar, mas você estava quase descoberta e a temperatura de seu quarto estava baixa, e poderia acabar doente por conta disso! Ele diz e me viro para acender a luz do abajur de parede e olho para ele o vendo todo ensopado.
-O que aconteceu?. Ele olha para suas roupas e me encara novamente quando levanto da cama sentindo um arrepio quando sinto o frio do chão de madeira.
- Durante a chuva algumas árvores caíram na estrada da montanha impedindo o acesso dos moradores a sua casa, então tivemos que nos juntar para desobstruir a estrada! Ele dar de ombros.- O bom é que tenho bastante madeira para fazer alguns móveis agora! Diz sorrindo e nego me aproximo com um pouco de receio e seguro seu braço checando os arranhões de suas mãos. Kristian não se move um centímetro siquer, continua em silêncio e posso sentir seus olhos sobre mim,mesmo não o encarando.
-Vai tomar um banho, irei preparar um chá de gengibre para você não ficar doente depois, você já jantou?. O encaro e ele apenas nega. -Tudo bem irei esquentar as sobras do almoço para comermos! Ele acenti e se afasta indo fazer o que lhe mandei.
Desco para a cozinha e olho as panelas vendo que tem comida o suficiente para nós dois, as coloco para esquentar e pego a chaleira colocando um pouco de água dentro e ponho no fogo também, encosto no balcão e olho para fora pela janela vendo que já é noite, olho o relógio na parede vendo já passar das 20:30 da noite e me surpreendo por ter dormido mais de seis horas fico um pouco ali lendo o livro de receitas que trouxe comigo quando vim morar aqui.
Acabo me assustando quando um estrondo alto abala a terra e a energia se vai, deixando a cozinha iluminada apenas pela chama baixa da boca do fogão.
-Deus! Sussurro pelo susto e logo a chuva aumenta novamente vinda acompanhada de raios e trovões ao qual deixa o ambiente um pouco assustador, grito alto quando uma mão gelada toca meu ombro e olho para trás vendo Kristian todo molhado tendo sua nudez coberto apenas por uma toalha escura. -Você me assustou! Digo desviando o olhar de sua imagem, enquanto minhas bochechas ficam quentes.
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Querido Lenhador
General FictionJanaína Castanho uma mulher de 26 anos, professora do Jardim de infância. Em uma conversa com sua amiga de trabalho, aceitou sua proposta de morar no Alaska, deixando sua vida e " Familia" para trás. O que ela não sabia era que iria compartilhar a c...