TERÇA-FEIRA
07/02
05:48 am.
Megan Thee Stallion - What's New soava alto em seus fones, combinando perfeitamente com a corrida constante, ia mais rápido que o habitual naquela manhã, com a cabeça cheia e uma disposição incomum.
Jimin definitivamente amava correr, por mais que levantar cedo fosse difícil, correr era sua terapia, além de mantê-lo com o corpo bonito, também o ajudava a aliviar o estresse.
Talvez fosse o ar gélido se chocando contra sua pele a cada novo metro conquistado, bagunçando seus fios escuros e balançando suas roupas de tecidos leves, ou talvez fossem as playlists repletas do mais puro bom gosto, que transbordavam suas preferências ecléticas e únicas, levando-o do rap ao pop e do pop ao rock em minutos.
De fato, ele não saberia dizer o que amava mais, só poderia afirmar o quanto amava, e por algum motivo sentia que o dia seria bom, acordou com aquela sensação e a arrastaria consigo para que se tornasse realidade.
Respirou fundo, desacelerando quando o semáforo a sua frente fechou, sinalizando que era a vez dos carros passarem, e por mais que fosse cedo e os automóveis fossem poucos, permaneceu ali, na calçada, dando pulos no lugar para o corpo não esfriar, a música ainda alta nos ouvidos, mal conseguia escutar os sons externos.
Olhou para a frente, finalmente aquele bonequinho andando piscou, como se dissesse para ele continuar a correr, sorriu e com um último pulinho, o solado do Fila tocou o asfalto, dando início a uma nova corrida antes que voltasse para casa. Não ouviu nada, o fone alto impedindo que prestasse atenção ao restante, preso demais em sua música, absorto na própria terapia, mas com certeza sentiu o impacto.
Seu corpo foi jogado para o lado violentamente, só teve tempo de proteger a cabeça com os braços antes de cair, seu cotovelo acertou o solo áspero com força, grunhiu alto, mordendo os lábios com tamanha fúria que os cortou, o gosto ferroso invadindo sua boca de forma gradativa.
Subitamente sentiu-se pesado, mais que o normal, e ainda que quisesse abrir os olhos e descobrir o que estava acontecendo, seu coração disparado continuava a impedi-lo. Se perguntou se teria sido um carro, provavelmente não, estaria sentindo muito mais dor se este fosse o caso, então devia ter sido uma moto, não conseguia acreditar que tinha sido atropelado por uma moto, sua cabeça já começava a doer só em imaginar seu estado.
— Puta merda, cacete! —A voz rouca, marcada pela proximidade, fez Jimin arquear as sobrancelhas.
Abriu os olhos, finalmente entendendo: nem carro, nem moto, mas um cara centímetros mais alto.
Tinha acabado de ser atropelado por um cara que aparentava ser apenas alguns centímetros mais alto, e para ajudar, ele continuava ali, em cima de seu corpo, era esse o peso que estava sentindo antes, a boa notícia: seus órgãos permaneciam todos em seu interior.
— Caralho, meu skate, caralho. —O rapaz se levantou com certa dificuldade, tocando sua coxa como se estivesse doendo.
Jimin até esperou ele o ajudar a levantar, esperou que ele pelo menos perguntasse se estava tudo bem, mas o rapaz apenas abaixou-se um pouco a frente, segurando um skate nas mãos, analisando atentamente cada risco do objeto, aquilo fez o Park rir num sopro, desacreditado.
— É brincadeira, certo? Só pode ser. —Murmurou, esperando mais um pouco, não conseguia acreditar que ele realmente não ia ajudá-lo a levantar.
Com um sorriso indignado nos lábios, passou a língua na parte interna da bochecha, erguendo-se com certa dificuldade. Suas costas chiaram e percebeu que seu tornozelo estava dolorido, provavelmente o havia torcido, passou as mãos pelas roupas claras, limpando-as, observou seu corpo para ter certeza de que não tinha quebrado nada, como estava de shorts, seu joelho manchado de sangue chamou sua atenção, estava ralado e ardia mais do que o esperado para algo tão pequeno.
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The Eternal
Teen FictionOnde Park Jimin queria ser livre e Min Yoongi veio libertá-lo. Ou Jimin, em seus 18 anos de vida, continuava seguindo pelas linhas de outras pessoas, fosse sua mãe, fosse o seu colégio, fossem os colegas com os quais precisava conviver. Ser verdadei...