Meretriz

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Eu estava estática. Fui tão grosseira e imatura com Cassandra. Eu não estou em um bom momento, e sinceramente não sei oque está acontecendo comigo e isso é muito assustador.

Respiro fundo e resolvo conversar com Mary, minha conselheira e amiga.

- Olá Clara.

- Bom dia vossa alteza, como posso ajudá-la? - Clara diz com um sorriso no rosto enquanto para de limpar as janelas do palácio para fazer uma reverencia a princesa.

- Estou a procura de Mary.

- Ela está na cozinha ajudando no banquete alteza.

- Obrigada por informar.

Vou até a cozinha a procura de minha amiga e me deparo com o príncipe Felipe correndo em minha direção com a respiração ofegante como se tivesse percorrido todo o castelo a minha procura.

- Princesa!

- Olha, príncipe Felipe, é um prazer revê-lo. Perdão pela grosseria mas não posso prosear agora.

- É importante!

- Creio que sim.- Digo sarcástica e saio andando, o dando as costas.

- É sobre Cassandra! - Felipe grita por causa da distancia. Logo em seguida me viro bruscamente.

- O que tem ela?

- Está sofrendo uma injúria, uma agressão.

- Como?

- Ela es-

- EU ENTENDI OQUE DISSE! Só estou abismada... me leve agora mesmo para onde você viu essa hostilidade!

Fúria invadia meu corpo, chamas do fogo em meus olhos enquanto eu seguia o príncipe Felipe e pensava até quantas violações uma princesa, futura herdeira do trono poderia cometer.

Chegando as portas de um dos grandes salões do castelo, Felipe abre uma delas para mim e se afasta devagar. Assim, vejo uma das piores cenas da minha vida. De um lado uma empregada com postura de realeza estava com os braços cruzados com sua face expressando superioridade. E do outro, Cassandra. Cassandra estava no chão com suas vestes rasgadas e com todo o seu corpo lesionado. Quando ela percebe minha presença, em seu rosto angelical, lágrimas de dor e sofrimento escorrem de seus olhos amêndoas. Meu coração parou por um momento.

- POSSO SABER OQUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!

- Vossa alteza! Ainda bem que está aqui. Está crioula jura para mim que trabalha aqui. Então dei apenas um jeitinho nela. - Sorriu entre as palavras.

- Qual seu nome?

- Helena alteza.

- Helena... eu juro que estou me segurando para não chamar os guardas para mandá-la para o berço de Judas.

- Como???

- Eu gaguejei?

- Vossa alteza quer me punir por eu ter punido a essa escrava negra e imun- Antes que Helena terminasse de falar, a interrompo com uma bofetada em sua face.

- Escute bem oque sua alteza vai dizer; se minha pessoa ficar sabendo que você tratou alguém assim novamente, eu garanto que irei fazer você limpar este castelo inteiro com essa sua língua maldita e suja! E em seguida mandaria lhe jogar e lhe trancar dentro do porão de fora do castelo, fazendo você passar frio e fome até segunda ordem.

- Perdão alteza! Peço misericórdia! . - Ela se ajoelha em minha frente e começa a implorar.

- Tive uma ideia melhor. Já que não é para mim que tenha que pedir perdão, apesar de que oque você vez não há perdão... vamos fazer um acordo, se você pedir sinceras desculpas para Cassandra e ela aceitar, você vive, porem terá que servir Cassandra como você me serve. Caso contrario... eu faço todas as atrocidades que falei, incluindo a tortura do berço de Judas.

- Senhorita Cassandra me perdoa por favor! Imploro por misericórdia!

Olho para Cassandra e ela estava sem reação. Olho para ela dando a entender que oque ela decidir será feito.

- Eu... te dou o meu perdão. - A cacheada fala com dificuldade, tanto por estar machucada, quanto por estar em dúvida de sua decisão.

{QUEBRA DE TEMPO}

Após o acontecido, dou ordem para que algumas funcionarias ajudassem Cassandra a cuidar de seus ferimentos e pegar uma nova veste para ela.

- Lilian?

Olho em direção da voz e Cassandra estava linda como sempre. Porem seus olhos eram tristes.

- Eu sinto muito mesmo por hoje... você sabe que se você não perdoasse ela, eu realmente faria aquilo né?

- Sei sim.

Cassandra chega mais perto e me abraça por um longo tempo.

















Notas finais: Berço de Judas

Com um pouco mais de sadismo, as vítimas eram obrigadas a sentar em pirâmides de madeiras lentamente até a morte. Presas por cordas, elas tinham seus orifícios anais ou vaginais "esticados" pelo tronco pontudo de madeira durante dias. A intenção do efeito era empalar lentamente.


RACISMO É CRIME!

capítulo não revisado.

The commonerOnde histórias criam vida. Descubra agora