Capítulo único

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olá! espero que gostem da história tanto quanto gostei de escrevê-la. agradeço também a @hyein, que fez essa capa incrível!!

boa leitura 🤍




parte um

Lee Taeyong era luz. Era aquilo que atraía Doyoung a ponto de, se ele não tomasse cuidado, poderia findar se queimando. Desde o primeiro dia em que o viu na escola soube que, por mais que demorasse a admitir para seus amigos e negar incansáveis vezes, não poderia ignorar a presença chamativa do Lee.

E, ah, seus amigos sabiam. Doyoung não conseguia esconder. Taeyong não precisava nem estar no local para, caso tivesse simplesmente eu nome citado na conversa, fazer o coração – secretamente – fraco do Kim estremecer. E, claro, quando a figura estava presente, era quando ficava ainda mais evidente: os olhos de Doyoung poderiam ser comparados a duas estrelas ou bolas de bilhar polidas com perfeccionismo, de tão brilhantes. Ele evitava sorrir demais no mesmo ambiente que o Lee, mas seus olhos eram sinceros e transparentes demais para negar qualquer fato. Porque, sim, Doyoung estar admirado com o outro era a mais pura das verdades.

Dizem que, para saber se você está apaixonado, basta questionar-se a respeito dos defeitos da pessoa. Se demorar mais de trinta segundos para se pensar em um, logo, há paixão. E, Deus, como Doyoung forçou seu cérebro para pensar rapidamente antes do fim desses segundos. No fim, descobriu, talvez o único defeito de Taeyong fosse não gostar dele de volta. Porque ele, Doyoung, gostava dele. E muito.

Cartas rasgadas e jogadas no lixo, mensagens escritas e apagadas antes de serem enviadas, palavras pensadas demasiadamente antes de serem usadas… Doyoung nem se deu conta de como sua vida se transformou em um dilema. Sim ou não. Talvez não era uma opção. Por que era tão difícil simplesmente perguntar se o outro sentia o mesmo? Teria que adivinhar por sinais mirabolantes que de certo poderia não significar nada? Gostava tanto dele… mas a paixão se torna sufocante se sentida sozinha, se guardada em apenas um coração.

Demais para Kim Doyoung, que muito sentia. Pouquíssimo para Lee Taeyong, que nada sabia.

E, talvez, um dos maiores pecados de Doyoung foi permitir evoluir um mero gostar para um amar. Taeyong nem ao menos conhecia seus sentimentos, e isso lhe doía como o inferno.

E se ele dissesse não? Mas não a quê, exatamente? Não o estava pedindo em namoro. Queria saber se ele sentia o mesmo. Uma ardência que fosse, no coração. Um palpitar mais forte, um frio na barriga, uma liberação de ocitocina involuntária, uma alegria saudosa. Taeyong não aparentava possuir nenhum desses sintomas; já Doyoung, todos e mais além. Estava doente. De maneira romantizada, doente de amor.

Era incrível – se não fosse trágico – o modo como a doença (sentimento) do Kim não parecia melhorar. O silêncio de Taeyong abria caminho para a imaginação fértil do outro, que involuntariamente se deixava esperançar. Céus, se Taeyong algum dia cogitasse aquilo, chamaria Doyoung de louco, no mais simples dos casos.

Seus amigos não aguentavam mais. Estavam cansados de ouvi-lo comentar sobre o quanto gostava daquele garoto e do quanto ele tentava revelar seus sentimentos. Não permitiriam que ele se humilhasse àquilo… e só o que Doyoung respondia quando era repreendido por aquilo era: vocês não sabem o que é amor, não entendem. E, contrariados, desistiam tristes por, de fato, não poderem desmenti-lo.

Doyoung tinha um rosto tão lindo quanto o coração, mas ambos quebrados. O coração, em pedaços, o rosto, inundado em lágrimas. Novamente o amor o sufocava e ele entendia que estava cada vez mais próximo do dia em que Taeyong teria ciência de seu sentimento por ele. Era apenas questão de tempo.

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⏰ Última atualização: May 09, 2023 ⏰

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