Amor Oculto (DEGUSTAÇÃO)

𝑈𝑀

Judith

Seis anos atrás...

Entrei no carro e Harry logo começou a dirigir. Meu pai não trabalhava hoje, mas minha mãe sim. Ela tinha uma livraria, a qual era mais frequentada da cidade. E isso era porque a mulher era uma Hall e uma mulher importante da sociedade. Suspirei enquanto esperava o motorista da família chegar no colégio. Eu tinha dezesseis anos e estava no segundo ano do ensino médio. Minha irmã, Aria tinha quatorze e estava na escola. Dylan, o caçula, já tinha dez anos.

O tempo estava frio. O uniforme do colégio era curto, principalmente a saia. Losa, minha mãe, já protestou inúmeras vezes sobre o tamanho do tecido. A blusa social branca se ajustava perfeitamente na cor da minha pele. O colete azul-marinho acomodava a blusa. Ajeitei minhas mãos no meu colo e peguei o telefone. Angel disse estar me esperando na frente do prédio.

Quando o veículo parou, desci e agradeci o homem. Harry era velho e trabalhava com meu pai há anos. Sorri para ele e corri para dentro do colégio, juntamente com minha amiga. Angel, filha da Danny e do Matthew, os quais são amigos dos meus pais. Suspirei e abrimos nossos armários. Pegamos os materiais. O corredor estava lotado. Os alunos atrasados se apressaram para pegar suas coisas e correr para suas salas. Um garoto do primeiro ano tombou no meu braço, fazendo minhas coisas caírem.

Cerrei os dentes e me abaixei, pegando meus livros e resumo de história.

— Desculpe, Judith — ele gritou e correu.

— Idiota. — resmunguei.

Angel fez o mesmo que eu. Pegou a papelada e me entregou.

— Obrigada!

— Você me agradece com outra coisa. Talvez um livro novo? — falou brincalhona. — Vamos para aula.

Corremos para nossa sala. Encarei meu lugar, o qual estava sendo ocupado por Layla e rolei os olhos. Ela me odiava pelo simples fato de eu ser filha do dono da empresa mais popular do país, ou talvez seja porque ela é insuportável. Sentei-me na cadeira ao lado da janela e coloquei minhas coisas em cima da mesa. Angel se alojou no lugar ao meu lado e sorriu. O professor entrou na sala, mas antes e começar com sua aula, o Bennett entrou com seus amigos.

Os meninos entraram com suas poses de valentões, me fazendo bufar. Esses garotos eram bonitos e faziam todas as meninas suspirarem. Eles sabiam disso, por isso agiam com superioridade. Louis Tate era o mais sério. Esse tinha cabelo loiro e rosto quadrado. Não era musculoso como os outros dois, mas tinha uma beleza encantadora. Taylor Hale. Filho do delegado da cidade. O garoto se achava o mais foda do grupo. Cabelos castanhos e olhos verdes. Suas sobrancelhas grossas eram bonitas, mas sua personalidade era horrível. E por último, Enzo Bennett. Herdeiro da família Bennett. Era um ano mais velho que eu. Cabelos e olhos negros. Era alto e jogava lacrosse. Seus olhos pretos intimidavam qualquer um.

O garoto caminhou pelas fileira da minha cadeira e sentou atrás de mim. Ele sempre fazia isso que passou a ser costume. Eu não sabia o motivo pelo qual o Bennett insistia em fazer da minha vida um inferno.

Encarei a minha amiga e suspirei, logo virando para ela. O Hale provocava a garota todos os dias. Ele era insuportável. Apertei os punhos e respirei fundo, sentindo a raiva crescer no meu corpo.

— Babaca. — falei.

O garoto olhou para mim e estreitou os olhos, como se não acreditasse nas palavras que saíram da minha boca. Normalmente eu não responderia as suas provocações quando o assunto era comigo, mas quando envolve a Angel, eu me transformava.

— O quê?

— Eu te chamei de babaca. — eu disse. — Está surdo? Ou é burro o bastante para fingir não ter ouvido?