Quinta-feira, 7 de outubro.
Os próximos dias passam tortuosamente devagar. Parece que cada minuto se arrasta até a linha de chegada, e o som do ponteiro dos segundos clicando no relógio é o barulho mais alto em qualquer sala.
Além de Christa aproveitar todas as oportunidades possíveis para incomodar Beth (sussurrando para as colegas de classe sempre que Beth faz um comentário na aula, deixando cair uma pilha de papéis que ela finge que vai devolver para Beth antes que ela os segure firmemente para que os papéis se espalhem por toda parte no chão, fazendo um comentário sarcástico sobre clipes de borboleta em um dia em que Beth estava usando um clipe de borboleta e a lista continua) a semana também é estressante porque o Rio não aparece na escola. Pelo menos ele não estuda matemática ou inglês e definitivamente não tem aulas particulares.
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Na segunda-feira, constrangida demais com a ideia de ser levada novamente, Beth pensa em deixar um bilhete com a bibliotecária caso o Rio apareça. O bilhete é simples e direto - ela não dá um motivo, apenas diz que precisa cancelar e, se ele quiser confirmar a aula particular para terça-feira, deve deixar um bilhete em seu armário. A Sra. Colte concorda em dar a ele, com os olhos brilhando.
Beth verifica seu armário entre cada aula na terça-feira, mas ele permanece vazio. Ainda assim, incapaz de se conter, ela usa seu período de TA para passear pela biblioteca. Só quando ela é pega folheando uma estante empoeirada de livros de referência que ninguém mexeu em pelo menos cinco anos é que Colte diz: — Ele não apareceu ontem. Você gostaria de deixar outro recado?
Beth balança a cabeça rapidamente, mas a Sra. Colte já puxou uma folha de papel de caderno e um lápis de sua mesa, então, não querendo ser indelicada, Beth rabisca apressadamente uma nova mensagem - só que desta vez, ela diz que não ficaria esperando por ele se ele não fosse aparecer, e ele (sublinhado três vezes para dar ênfase) deve descobrir uma maneira de contatá-la se quiser retomar sua programação de aulas particulares.
Ela se arrepende no final do dia e volta furtivamente para a biblioteca com uma nota nova e mais agradável, e a Sra. Colte apenas acena com a cabeça com conhecimento de causa, jogando o antigo no lixo sem questionar.
Na quarta-feira, Beth acha que vê seu zumbido cortado à frente dela no corredor, mas quem quer que seja anda muito rápido e ela não consegue confirmar.
Quanto mais tempo dura, mais Beth tem a sensação de que ela estava certa, que ele a está evitando depois da briga. Ela oscila entre a indignação e a sensação de que perdeu um passo ao descer as escadas. Acabou, toda a amizade deles, simplesmente assim? Ele nunca mais falaria com ela?
Quando chega a quinta-feira, Beth sente que está se desmanchando, especialmente quando o Sr. Stewart anuncia um teste na aula de matemática. Rio sempre vem para questionários, e ele não está aqui, mas ela estava meio certa de que o tinha visto desaparecendo na física naquela manhã com Elena. Ela quer consertar as coisas, mas não consegue nem encontrá-lo, muito menos imaginar o que ela diria.
Ela está ensaiando vários cenários em sua cabeça, perna saltando, quando o Sr. Stewart diz: — O tempo acabou. Por favor, passe seus questionários para a frente.
Empurrando a cabeça para cima, Beth olha para o relógio logo acima do penteado louro e espacial de Christa, percebendo que ela perdeu completamente a noção do tempo. Ela examina o papel à sua frente. Está meio em branco.
Não, ela pensa desesperadamente.
Christa suspira exasperada e Beth olha para cima para vê-la esperando, a mão estendida, os dedos flexionando impacientemente.
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🥤𝐃𝐄𝐋𝐈𝐍𝐐𝐔𝐄𝐍𝐓𝐒 ─ 𖥻brio
Novela Juvenil❝Segundo ano. 1993. Beth Marks é inteligente, mas acaba ficando para trás na escola quando as responsabilidades em casa se tornam demais. Rio Hidalgo é brilhante, mas preguiçoso e faz apenas o suficiente para sobreviver. Quando o professor de matemá...