Correr atrás

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Definitivamente, ter aceitado jogar verdade e desafio não tinha sido uma boa ideia

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Definitivamente, ter aceitado jogar verdade e desafio não tinha sido uma boa ideia.

No começo, tudo era uma brincadeira boba, desafios como ver quem tinha mais força na quebra de braço - Gustav ganhou - se tornaram desafios valendo quem aguentava mais shots de vodca, que virou uma bebedeira tremenda e que consequentemente virou o que estamos fazendo agora.

Tom acabou de receber as caixas de pizza enquanto meu irmão mais velho tenta ficar por exatos dois minutos de ponta cabeça. Georg tenta colocar a bermuda no lugar da camisa e Bill não consegue evitar uma crise de risada que escapa de sua garganta.

Meu corpo pende pra frente e para tras, meus pensamentos parecendo um pouco mais leves. O alcool geralmente me afeta assim, o riso facil, o efeito bom e ruim, a sensação de ser imortal.

- A pizza chegou! - Um dos garotos avisou, mas não sei ao certo qual.

Me levanto devagar, pra evitar cair, mesmo assim acabo tropeçando nos próprios pés antes de chegar a mesa.

O cheiro da pizza de pepperoni invade minhas narinas e pego uma fatia com meu sabor favorito.

Gustav ainda luta com o equilibro do outro lado da sala e Georg tenta se livrar rapidamente da bermuda, desesperado para comer logo.

Tom abre outra caixa, onde outra pizza de pepperoni descansa. Minhas sobrancelhas se franzem.

Tom odeia essa pizza.

- Porque comprou pizza de pepperoni? - pergunto meio confusa e o observo por entre as sobrancelhas. - Você nem gosta.

Ele sorri, passando a mão pela cabeça, como de estivesse envergonhado.

- Eu não gosto, mas sei que é sua preferida. - Diz e posso sentir um pouco do meu sangue se acumular nas bochechas.

Não consigo evitar um sorrisinho sincero, mordendo mais um pedaço da fatia, encarando tudo, menos os olhos do meu melhor amigo.

Não demorou muito para devorarmos todo o conteúdo da caixa, bebendo coca cola em copos de plástico vermelho e rindo como cinco idiotas.

Estou sentada no chão a essa altura, com a cabeça encostada entre as duas pernas de Bill. Meu cérebro está meio zonzo, a visão turvada e o tempo parece se misturar agora, me deixando meio mole.

Sei que o alcool está começando a fazer efeito, mas também sei que não estou completamente bêbada. Ao contrário, é claro, de Georg, que come sua última fatia de pizza e começa a sentir ânsias. 

Não demora muito para que meu irmão o levo de volta pro quarto, rindo enquanto diz que irá segurar o cabelo do amigo enquanto vomita.

- Vou pegar algumas aspirinas na recepção.  - Bill diz, deslizando os olhos entre eu e seu irmão gêmeo. - Esses caras vão ter uma ressaca desgraçada amanhã, é bom prevenir.

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