Capítulo 9

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Luciano


Eu tinha que admirar a desenvoltura de minha esposa. Não conseguia me lembrar da última vez que alguém escorregou pelos meus dedos e conseguiu isso. Oh espere, sim, eu poderia. Foi minha esposa então também! A última vez que ela desapareceu, sua família a levou para fora do país sem deixar vestígios. Ela desapareceu bem debaixo do meu nariz.

Eu tive que obter minha conexão com a polícia para me tirar da ilha e fazer com que eles a seguissem discretamente desde o momento em que pisasse na balsa. Uma coisa que Grace não sabia era que eu tinha conexões com praticamente todas as autoridades da Sicília. Observei-a com o passaporte na mão e uma mala de mão, o filho nos braços. A amiga dela também tinha uma mala de mão. Eu estava curioso para saber onde elas guardavam suas coisas, já que não voltaram para sua casa. Não pude deixar de ficar um pouco impressionado. Minha esposa estava preparada para o caso de eu a encontrar. Ela tinha percorrido um longo caminho desde ser minha esposa ingênua e confiante.

No entanto, eu não iria repetir o erro e deixá-la escapar por entre meus dedos. Se eu tivesse que acorrentá-la a mim, eu o faria. Ou melhor ainda, talvez seu filho. Porque eu sabia, sem dúvida, que ela não iria embora sem ele. Ele seria minha alavanca.

— Seu avião está pronto, Sr. Vitale. 

— Bom. — Fui em direção à minha mulher, com Massimo e Mario, um dos meus guarda-costas locais, e dois polícias. Ela estava pronta para embarcar em um avião para a África do Sul.

Maldita África do Sul! 

O que ela achava que faria na África do Sul?

Sim, isso não acontecerá. 

Caminhei em direção a ela, chegando logo atrás. Mesmo agora,eu admirava suas costas graciosas enquanto ela segurava seu filho em seus braços.

— Indo a algum lugar, esposa? — perguntei-lhe, em tom zombeteiro, elevando-me bem atrás dela.

Ela pulou, um gemido assustado saindo de sua boca. Virou-separa mim, o filho envolto em seus braços olhando para a frente e para trás entre sua mãe e eu. Eu vi seu rosto empalidecer alguns tons novamente,seus olhos cheios de terror e surpresa. Parecia ser sua única resposta para mim. Ela me temia, como deveria.

Eu deveria ter sentido arrependimento, tristeza, mas não senti. Não senti nada além de satisfação por tê-la conquistado. Ela ia me deixar, comendo poeira atrás dela. Sem olhar para trás. Agora que eu a tinha, ela não teria chance de escapar. Ela estaria sob minhas garras até que eu terminasse com ela.

— Meu avião está pronto, — disse-lhe, a voz fria e inabalável. —Você vai embarcar conosco. 

— Não. — Era a segunda vez em um dia que ela me recusava. 

—Você não tem escolha. 

— Farei uma cena, — ela ameaçou, seus olhos correndo ao redor do aeroporto. 

— Você pode, mas não importa, — a avisei. — A polícia aqui trabalha para mim. Faça uma cena, e jogarei você por cima do meu ombro e depois a levarei para o meu avião. Ou melhor ainda, pegarei seu filho ed eixarei você para trás. 

Ela sabia que eu estava falando sério. Não tinha o hábito de fazer ameaças vazias.

— Nós não queremos ir a lugar nenhum com você, — ela sussurrou. 

— Eu não dou a mínima para o que vocês três querem. Mas sei que você vem comigo. Ou talvez arraste seu filho comigo e permita que você o siga como um cachorro. 

LucianoOnde histórias criam vida. Descubra agora