IV

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1775
Marie.

Marie havia pegado o primeiro navio do dia para Nova York.
À cerca de uma semana, seu gêmeo Jordi havia lhe arranjado um casamento com um Conde, que tinha o dobro de sua idade. Marie não podia se submeter a um casamento onde seria infeliz pelo resto de sua vida.
Ela escreva para uma tia da Nova York, pedindo abrigo e proteção. Marie contou todos os detalhes dos encontros que teve com o conde, todos bizarros já que a única coisa que o preocupava era ter herdeiros para seu condado, não importava quantas vezes Marie tivesse que engravidar.

Sua tia a entenderia muito bem já que ela havia sido prometida quando tinha apenas 15 anos ao Duque Leblanc.
Sua tia porém, se apaixonou por um servo de seu marido.

Mesmo casada, continuou tendo encontros recorrentes com o rapaz, teve filhos com ele, Lian e dois anos depois ela foi agraciada com o nascimento de David, que só tiveram a paternidade descoberta após o nascimento do terceiro filho, Simon — o último mencionado sendo realmente filho do duque.
A pele do caçula era ligeiramente mais clara e rosada do que as dos irmãos mais velhos, o duque ficou furioso com sua tia e seu amante e o mandou para longe.

"Não seja pega minha pequena.
Com amor,
T.Le"

Tinham sido as últimas coisas da carta que havia recebido de sua tia antes de partir de Andorra, Marie pegou roupas de Jordi e se passou por seu irmão durante toda a viagem porque — ela acreditava — evitaria olhares curiosos sobre o porquê uma dama estaria viajando sozinha.

Jordi e Marie sempre foram muito próximos, sempre aprontaram alguma coisa com os convidados super importantes de seus pais.
Mas quando tinham dez anos, seu pai Gales morreu de tuberculose, passando seu título de visvonde para seu irmão. Desde então a relação deles nunca mais foi a mesma.

Jordi se casou aos 16 anos com uma escocesa, Isla.

Isla nunca foi muito chegada em Marie e assim que teve a confiança do marido, Isla convenceu Jordi que já era hora de Marie se casar.

O navio balançava como nunca, um sinal que logo chegariam a costa. Marie foi para o convés em busca de terra.
A brisa salgada do mar a acertou fortemente no rosto, a levando de volta para os dias em que ela costumava viajar com a família.
Nunca eram viagens tão longas quanto esta, mas Marie odiava da mesma maneira,ah sim, Marie odiava viajar de navio, seu corpo nunca se acostumou com o balançar da água.

Sua mãe sempre adorou o mar, e sempre amou viajar. Marie desgostava de ambos.

— Terra a vista! — berrou o capitão do alto do posto de observação.

Marie sentiu seu coração disparar de emoção ao ouvir as palavras do capitão. Ela se esforçou para enxergar além do horizonte, ansiosa para vislumbrar a terra que seria seu refúgio. A medida que o navio se aproximava, os contornos da costa se tornavam mais claros.

Aos poucos, Marie pôde distinguir a beleza selvagem e exuberante de Nova York. As colinas verdes e as densas florestas à beira-mar pareciam um convite para começar uma nova vida longe das garras do duque doloroso. Um sorriso tímido brotou em seus lábios enquanto imaginava a liberdade que aguardava por ela.

Os passageiros passaram a se aglomerar na proa do navio, todos ansiosos para desembarcar e pisar em terra firme novamente. Marie sentiu um misto de tentação e alívio ao ver que a viagem finalmente estava chegando ao fim. Ela estava prestes a dar um passo corajoso em direção a um futuro incerto, mas cheia de esperança.

Sir LafayetteOnde histórias criam vida. Descubra agora