Daria certo?

episódio 31 🌾

15:45 AM ⏳️
Cauã Souza

Passei o dia pensando em como seria minha tarde com Manuella, será que passaríamos a tarde inteira só assistindo a série preferida dela? É muito tempo. E eu não curto qualquer série, só aceitei pra tentar deixar o clima menos ruim.

Estaciono o carro em frente a casa dela, no horário em que combinamos, caminho até a porta e toco a companhia. Toco duas, três vezes e ninguém me abre a porta. Merda.

— Cauã?— levo a mão no peito ao ver o senhor Edson em minha frente, ele tinha sua testa franzida por me ver, acho que não me esperava por aqui.

— Oi..Oi, senhor Edson, que susto cara — me recomponho — eu e Manuella marcamos de...de ensaiar alguns roteiros pros vídeos — menti, menti por não imagina a sua reação, vai que ele me odeia? Não vou arriscar.

— só vocês dois? — ele procura mas alguém — achei que o Junior não ia gravar hoje.

— é...então só nos dois — sorrio, e ele sorrir junto.

— ela tá no quarto, entra aí. — ele sobressai pro lado me dando espaço para entrar.

— valeu senhor Edson — e assim subo as escadas. Eu deveria ter perguntado ao pai dela onde seria o quarto da doida, mas eu só queria fugir dele, então eu me viro por aqui.

Ultrapassei o quarto de Manuella assim que o som de furadeira preenche o ambiente, Manuella parecia impaciente tentando furar a parede por não conseguir fazer nada ficar da maneira certa.

Vi o exato momento em que ela desceu da cadeira e me viu encostado na parede com os braços cruzados. Eu contive um pequeno sorriso no rosto.

— onde você conseguiu essas coisas? — pergunto realmente preocupado, por que raios ela tá com uma furadeira na mão?

— meu pai — ela bufou, e agachou em frente a uma caixa de ferramentas.

— já está estressada? — brinquei, assim que ela revirou os olhos eu dei um pequeno sorriso, ela é a pessoa que se estressa em segundos. Acho que tenho esse poder.

— não enche por favor — ela bufa novamente.

— para de ser tão chata, deixa eu te ajudar — me desencosto da parede e dou passos até ela.

— eu sei me virar, mas obrigado — ela dá um sorriso sinico, pega um martelo em uma mão, e um prego em outra.

Manuella posicionou o prego na parede no local indicado, checou várias vezes se estava tudo certo e avançou o martelo no prego posicionado, vi a hora que ele deslizou pro chão e o martelo quase acertar seu dedo.

— meu Deus Manuella, como você é teimosa — apressei meus passos até ela, peguei sua mão assustado — machucou?

— claro que não bobinho, nem chegou perto —  ela franziu o rosto me olhando indiferente, soltou suas mãos das minhas.

Pegou o martelo do chão, e tentou mas uma vez prosseguir o que estava prestes a fazer, eu a impedi pegando o martelo de sua mão.

— deixa que eu faço isso — eu a interrompi — Você quase perdeu um dedo.

— para, nem chegou perto, me dá isso aqui — ela avança na minha direção.

— não vou dar — Manuella posicionou a cabeça para o lado e fechou os olhos.

— Cauã..me dá isso aqui. Para de graça — ela tentou mas uma vez pegar o martelo, mas esquivei dela em todas as tentativas. Minutos depois ela desistiu.

— eu só quero te ajudar, vai deixar ou não? — ela fez uma careta implicante e eu sorri.

— vai faz — ela cruzou os braços e se sentou na cama.

E dei continuidade ao que ela tava tentando fazer.

Depois de um tempo, termino de por os quadros na parede do quarto de Manuella.

— ficaram lindos — ela abre um grande sorriso.

— graças a mim — arrumo todas as ferramentas na caixa e deixo de lado.

— valeu, aparentemente se eu botasse ia ficar torto — eu concordo com a cabeça — há, e desculpa, sério mesmo eu tava tão maluca com essas coisas.

— desculpa pelo que? — perguntei confuso.

— pela grosseria — ela diz sem jeito, e tenta o máximo manter os olhares longe dos meus.

— relaxa, tô acostumado — ela rir e me lança uma almofada de sua cama.

— Você ainda vai querer assistir a série comigo?

— eu vim pra isso, quero conhecer esse tal de ff — Finjo esquecer o nome do tal personagem pra irritá-la 

— é jj cauã, pelo amor de Deus, não erra mas — ela resmunga.

— hurrum tá.

— vem senta aqui, e me espera sair do banho, tô morrendo de suor — ela levanta da cama, bagunça todo o guarda roupa acho que afim de roupa, e entra em um cômodo ainda dentro do cômodo, deduzir que seja o banheiro — não meche em nada por favor — ela aparece de novo, e desapareci novamente.

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