A vida de Samantha já era um pouco incomum por ser irmã de Vanessa Carpenter, vocalista integrante da girlband latina mais famosa do momento - Girls War.
Mas se torna ainda mais incomum quando Girls War se junta à boyband mais famosa do mundo, Tokio...
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- Você fica - Georg falou olhando em meus olhos profundamente e juro que senti minha pele arrepiar na mesma hora.
Ficamos nos olhando por uns 10 segundos, completamente parados, ele ainda segurando meu braço. Foi aí que eu percebi que ele é um puta de um gostoso mesmo. Tudo nele me atraía; seus olhos, sua boca, sua mandíbula, céus, sua mandíbula. Nunca me vi atraída por caras de cabelo longo, mas dessa vez é diferente. Era como se ele fosse de outro mundo, outro nível de atraente. Ele parecia analisar meus traços e eu fazia o mesmo com os dele, até que Tom nos interrompeu.
- Dá pra vocês se comerem com os olhos depois? - ele diz se sentando num sofá que havia ali.
- A gente não tava se comendo com os olhos - respondo rapidamente, indo me sentar do lado de Gustav.
- É cara, para de falar bosta - Georg complementa e se senta na poltrona em nossa frente.
A luz pra esse lado do estúdio era um pouco mais fraca, me deixando relaxar um pouco mais os meus olhos.
- Tanto faz. Sam, conta mais sobre você. O que você faz? - Tom pergunta deitando-se um pouco mais no sofá.
- Eu trabalho numa cafeteria lá da minha cidade.
- E você... já tentou seguir o mesmo rumo que sua irmã? - Gustav perguntou inclinando sua cabeça pro lado.
- Uma vez, sim. Eu e meus amigos criamos uma banda, mas não rolou.
- Como assim não rolou? - Gustav pergunta.
- Não foi pra frente, sabe? A gente ficou na sombra por tanto tempo que simplesmente desistimos - falei enquanto relembrava dos momentos com minha banda.
- Na sua banda, o que você era? - Georg me pergunta inclinando seu tronco pra frente, apoiando seus braços em suas pernas.
- Guitarrista - respondo um pouco nervosa, percebendo o olhar dele sobre mim fortemente.
- Caraca, eu também sou guitarrista! - Tom exclama, se desencostando do sofá - A gente combina pra caralho gata, você não acha?
- Não - respondo simples, tirando gargalhadas dos outros 2 ali.
- Só não chora, Tom - Georg brinca e Tom cruza os braços se enfiando mais no sofá, fazendo eu e Gustav rir.
- E por que você não toca um pouco pra gente? - Gustav pergunta, parando de rir e se ajeitando.
- Acho que perdi o jeito - dou de ombros - Nem gosto mais de tocar.
E não gosto mesmo. Toda vez que eu toco, acabo lembrando de uma guitarrista deplorável da banda da minha irmã, que tenho que ver toda semana.
- Ah, toca pra gente aí - Georg resmunga.
- É, gata. Ou tá com medo de eu ser um guitarrista melhor que você?
- Você não falou isso - respondo com um tom de indignação e ele me olha com uma cara de "ah, falei" - Vamo lá então - falo me levantando do sofá, mas logo paro meus movimentos quando ouço a porta do quarto que minha irmã entrou se abrir, junto de barulhos de meninas conversando.
- Bill, essa é Sam, minha irmã - minha irmã diz andando em minha direção junto do garoto com o cabelo parecendo o de um super herói, e eu ando pra me encontrar com eles.
- Eaí, Sam! - ele me cumprimenta com um toque.
- Vamos começar então, meninos? - a voz amarga de Michelle ecoa pelo estúdio inteiro, me fazendo automaticamente tampar meus ouvidos por uns 2 segundos.
E aí está. Michelle é guitarrista do Girls War, e ela é terrível. Não é só insuportável e forçada como também é maldosa - e quando eu digo maldosa, eu realmente quero dizer MALDOSA. Todos os ensaios da banda são lá em casa, e ela sempre dá um jeito de me tratar mal. Depois do primeiro ensaio delas, fomos todas lá em baixo na cozinha almoçar e ela tava sentada do meu lado. Ela pegou um pouco de macarrão no garfo e discretamente jogou na minha roupa, debaixo da mesa. Claro que eu fui pra cima dela na hora, mas depois desse dia ela só continuou enchendo meu saco e minha raiva foi aumentando a cada ano que se passava.
Logo fui expulsa de meus pensamentos julgando a garota, quando sinto alguém chegar por trás de mim, disfarçadamente.
- Depois a gente termina isso aqui, tá? - a voz grossa de Georg sussurra levemente próxima de meu ouvido e eu gelo, me arrepiando de novo.
Fez isso de propósito, desgraçado. Ele não me deu tempo de responder e logo seguiu os outros, subindo no palco e pegou seu baixo. Mas que porra, quem ele pensa que é?
Balancei a cabeça pra parar meus pensamentos mais uma vez, e voltei ao sofá pra assistir as bandas começarem a tocar.
- Why'd You Only Call Me When You're High, 3, 2, 1 - a fala de Vanessa ecoa por todo o estúdio e logo começam a tocar, e eu assumo que esse é o nome da música.
Depois de um tempo dentro da música, percebo que a voz de Bill é tão boa quanto a de minha irmã, o que me surpreende muito; minha irmã tem uma das melhores vozes que eu já ouvi, e tenho certeza que isso é o pensamento de todo mundo. Mas Bill? Eu realmente não esperava que a voz dele fosse tão boa assim e combinasse tanto com a de Vanessa, e combinou. Quando cantavam alguns versos juntos , até acreditei que eu estava alcançando o céu; as vozes de ambos harmonizavam uma a outra, me tirando até o fôlego. Todos lá estavam tocando muito bem, incluindo as meninas do Girls War; fora a vocalista, Lara se destacava muito tocando baixo também. Quando Lara estava nos ensaios, conseguia quase cobrir toda a energia péssima que Michelle trazia de tão legal que ela é.
Estava tudo perfeito, até Michelle chegar extremamente perto de Georg e tocar sua guitarra quase encostando nele. Posso jurar que meu sangue subiu muito rápido, mas fiquei quieta. Se fosse qualquer uma chegando perto dele eu não tava nem aí. Mas logo essa sem noção? Levantei e fui tomar uma água pra me acalmar num bebedouro do corredor. Não é como se ele fosse importante pra mim, é que tudo que essa garota faz me irrita mesmo. Não só isso como uma vez, quando eu e as meninas da banda fomos sair pra tomar um sorvete, um menino chegou dando ideia em mim e sabe o que a vagabunda fez? Trombou nele, sujou a blusa dele e começou a esfregar o peitoral dele "limpando", literalmente na minha frente.
Quando voltei, a música provavelmente estava no fim já que ninguém mais cantava e os vocalistas pareciam relaxar enquanto o resto ainda tocava. Quando coloco meus olhos em Georg e Michelle, vejo uma cena... diferente.
