A vida de Samantha já era um pouco incomum por ser irmã de Vanessa Carpenter, vocalista integrante da girlband latina mais famosa do momento - Girls War.
Mas se torna ainda mais incomum quando Girls War se junta à boyband mais famosa do mundo, Tokio...
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Passaram-se duas semanas desde o dia em que me juntei ao ensaio das bandas Tokio Hotel e Girls War. Eu e minha irmã estávamos agora terminando de arrumar nossas malas no meu quarto pra viajar pra turnê do álbum "Robotik", a qual eu prometi a Lara que iria. Pesquisei um pouco sobre o hotel que ficaríamos e de cara percebi que era elegante e almejado por muitos - também descobri que, pela diária cara, algumas celebridades ficam ali durante turnês ou simplesmente viagens. Tudo isso me animou mais para ir e eu arrumava minhas malas com um sorriso no rosto.
- Sam, não era você que não tava nem aí pra essa viagem? O que deu em você? Você tá sorrindo aí que nem uma boba - minha irmã diz colocando alguns produtos de pele em sua mala.
- Eu? Não tô sorrindo não, acho que você tá alucinando - falei parando de sorrir brincando e fechando o zíper da mala - Vamos, não quer perder o vôo né? - pergunto retoricamente colocando a mala no chão e puxando-a enquanto me direciono à porta.
- Espera, garota! - ela reclama da minha provocação, pois sei que ela odeia ser apressada - Vai indo pro carro, toma a chave - Vanessa se afastou da mala pegando a chave do carro dela, arremessando-a pra mim.
- Tá. Vê se não demora hein, agiliza isso aí - brinco apontando pra ela com a chave na mão, fechando a porta do quarto e consigo ver ela me dando o dedo do meio.
Desço as escadas rapidamente segurando minha mala no ar e logo colocando-a no chão quando termino de descer. Me deparo com minha mãe sentada no sofá da sala, ligando a TV. Ela não estava lá antes, provavelmente chegou agora.
- Já vai, filha? - Jane pergunta se virando para trás no sofá, com o controle na mão.
- Já sim - me aproximo dela e dou um beijo em sua bochecha - Tchau, mãe - me despedi menos carinhosa que o normal, lembrando-me da briga que tivemos ontem. Ela se estressa por qualquer coisinha e quando tento acalmar ela, sempre acaba me culpando por tudo, principalmente por meu pai ter nos deixado. O que realmente aconteceu foi... esquece. Não importa agora, não quero ficar triste logo antes de viajar.
- Vamos? - Vanessa desce as escadas e abraça e beija a bochecha de minha mãe - Tchau, mãe. Vou sentir sua falta.
- Eu também, querida. E juízo, Samantha! Sei muito bem o que você faz em hotéis - como é? Foi só uma vez! Ou duas...
Só pode ter sido a Vanessa que contou, essa praga. Pra contexto, tínhamos ido viajar e eu e minha irmã ficamos em um bloco diferente da minha mãe, por falta de quartos disponíveis. E o recepcionista era bem... como posso dizer? Atraente. Um dos caras mais bonitos que eu já vi. Eu estava de olho nele, ele de olho em mim. Eu tive a audácia de chamar especificamente ele pra consertar o chuveiro do meu quarto, que nem quebrado estava. Ele veio, e a gente ficou.
- Não sei do que você está falando - dei de ombros e saí antes que ela pudesse rebater, tentando fugir do problema.
Saímos de casa e entramos no carro.
- Você contou pra ela, sua prata? O que você falou? - interroguei ela imediatamente depois dela ter fechado a porta do carro.
- E-eu contei sob pressão! Você sabe que eu não sei guardar segredos!
- Puta que pariu - coloquei a mão em minha testa.
- A culpa é sua! Você devia ter se valorizado mais e não ter ficado com qualquer um!
- Garota? Você é 3 mil vezes pior que eu quando o assunto é ficar com qualquer um! - aumentei o tom de voz.
- É verdade, sou mesmo - ela falou e eu franzi o cenho. Qual o problema dessa menina? - Enfim, já foi né? - ela sorriu nervoso.
Olhei pra ela com reprovação e ela só ignorou e ligou o carro, começando a dirigir. Tiro o que aconteceu da cabeça e coloco o rádio pra tocar.
Chegamos ao aeroporto, passamos por todo aquele processo chato de segurança e os meninos da banda estavam esperando por nós, junto com o resto do Girls War. É sério que somos sempre as últimas a chegar? Vanessa correu em direção às bandas enquanto eu só andava, cansada demais com a viagem de quase 3 horas desde Kempten até o Aeroporto de Nuremberga.
A primeira pessoa em que pousei meus olhos foi Georg, que chamou muito minha atenção. Ele não havia percebido que estávamos ali, na verdade ninguém havia ainda - mas usava uma jaqueta de couro preta com uma blusa também preta por baixo, e uma calça jeans escura. Bill e ele riam de algo juntos e ver o sorriso de Georg acabou comigo. Cumprimentamos um por um e eu simplesmente fingi que Michelle não estava ali, passando reto da mesma que por algum motivo sentava ao lado direito de Georg enquanto Bill se sentava à esquerda.
- Eaí SamSam - ele zomba do apelido que Michelle me deu me abraçando.
Cara, ele cheira muito bem. Era um cheiro suave, nada muito exagerado. Era perfeito - Não duvido que ele gaste mais de mil reais em cada frasco de perfume.
- Nem começa - digo sorrindo desfazendo o abraço e ele me olhava de cima a baixo, nem tentando disfarçar. Ele molhou os lábios e a visão me deixou um pouco tonta.
- Quer ir pra um lugar menos cheio? - Georg pergunta sorrindo ladino, e eu juro que travei por alguns segundos. Mas que droga, eu nunca fui assim. O que esse garoto tá fazendo comigo?
- É... pode ser - fingi naturalidade.
- Vamos - ele puxa meu braço e começa a me levar pra algum lugar.
Olho pra trás pensando em avisar Vanessa que eu já já estaria de volta, mas logo penso que podiam especular sobre eu e Georg, então preferi passar despercebido pela maioria da banda na esperança de que Bill e Michelle não falassem nada. Ainda olhando pra trás, percebo que Michelle nos observava caminhando com uma cara de tédio, e eu sorri pra ela.
- Pra onde estamos indo mesmo? - questionei o moreno enquanto ele me puxava.
- Você vai ver - Georg me responde me encarando por poucos segundos, me deixando tonta mais uma vez.
