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GABRYELLA 💭
12 : 40

Porra, porque quando a gente quer que o tempo passe rápido ele demora mais ainda?!

Meu plantão aqui no postinho do morro acabaria em 20 minutos e a hora não passava, e só chega mais pacientes...

— Campos, venha aqui — Jessica, a médica chefe me chamou empurrando uma maca com uma mulher loira deitada

— Fala, Lima — olhei pra ela que estava me observando enquanto eu avaliava as pupilas, vendo se tinham ossos fraturados ou quebrados — Lima?! Oque aconteceu com o paciente?

Ela ficou estatelada me olhando como uma idiota,talvez seja porque nós ficamos semana passada e ela seja emocionada? Talvez.

— Ah...acidente de carro — voltou pra terra

— Só vou atender essa, meu plantão já acabou — falei olhando nos olhos dela, fazendo ela assentir

Os enfermeiros levaram a paciente pra sala de cirurgia e eu logo depois fui atrás, e lá vamos nós...

13 : 50

Peguei minha bolsa no armário quase do meu tamanho e no lugar coloquei meu jaleco e meu estetoscópio, fechei o armário colocando a senha do cadiado, mas quando me virei colocando a bolsa no ombro sinto alguém me encurralando, as mãos se posicionaram no armário ao lado da minha cabeça me cercando.

— Por que está fugindo de mim? — ouvi a voz da Jéssica baixinho no meu ouvido

— Lima, aqui não! Depois nós conversamos — falei do modo mais profissional possível tentando ir embora, ela segurou meu rosto com força mas não o suficiente pra me machucar — me solta!

— Por que está fugindo de mim? Me responde e deixo você ir — beijou meu pescoço fazendo meu pescoço se arrepiar automaticamente e fazendo ela rir baixinho

— Caralho, Jéssica! Se eu quisesse repetir a foda eu te falava — empurrei ela e sai da sala

Andei rápido até a saída do hospital, e sai de lá respirando fundo. Cheguei no estacionamento e entrei logo na minha HB20 preta, mina insistente demais mas isso é pra eu aprender a não fuder com gente do trabalho.

Uma vez nós por um acaso da vida nos esbarramos em uma boate e ela deu em cima de mim pra caralho, e eu que não era boba nem nada fiquei com ela mas meu erro foi dormir com ela até o dia seguinte, tinha que ter metido o pé de madrugada.

Coloquei minha bolsa no banco do passageiro, e procurei a chave do carro, achando e já ligando meu bebê. Passei a marcha, e sai do estacionamento, quando cheguei perto da boca abaixei os vidros e liguei as luzes do "salão" como eles dizem.

Vi o GT na contenção e logo ele veio na direção do carro com o fuzil abaixado.

Fala, minha vida — ele se escorou na porta do carro

— Fala, meu amor — beijei a bochecha dele e ele sorriu — Posso passar?

Debochei olhando pro meu melhor amigo, GT entrou no mundo do crime por necessidade a coroa dele ficou com câncer e já tava quase morrendo, aí ele entrou e teve que ficar pra poder pagar a químio da mãezona dele que já tá muito melhor.

— Claro, doidona mas ó vai ter baile amanhã tu vai né ? — perguntou

— Claro ou óbvio? Tô cansada, mas amanhã não tem trabalho então fica sussa que eu vou aparecer lá pra te dar trabalho — pisquei pra ele e acelerei levemente, mas não antes de ouvir "sapatona braba!"

NEUROSE [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora