Castiel Villin.
Problemas, problemas e mais problemas.
Às vezes me perguntava porque que tinha me metido nessas merdas, e a resposta era sempre a mesma, porque era o que me foi mandado.
Desde os meus quinze, quase dezesseis anos minha vida mudou drasticamente. Tantas coisas aconteceram, tantas mudaram.
Na verdade, nunca tive uma infância ou adolescência normal.
Agora estou cheio de contratempos, problemas que nem são meus mas sou obrigado a resolver.
Tudo por causa de um disfarce.
— Você sabe o que é pra fazer, quero meu dinheiro hoje ! Não é pra ser mole como da última vez, não importa que caralho de idade que ele tenha ! — foi o que David gritou hoje mais cedo.
Como se ele ainda tivesse alguma autoridade comigo, como se não soubesse que não sou mais aquele moleque, sei que ele deve ter suas desconfianças sobre mim, afinal, eu era um moleque magrelo qualquer que mal sabia me defender e agora, eu reapareço parecendo um tanque de guerra, pedindo emprego, é claro que é suspeito— de fato, já que só voltei a “ trabalhar” pra ele para poder ter acesso mais fácil a algumas informações e ja que ja consegui.
O que sempre me irritou neste homem é que ele é um covarde de merda que só sabe falar, mas não tem a mínima coragem de fazer e falar todo mundo fala, agora fazer... Odeio toda essa merda.
Que-se-foda.
[...]
Entro na sala de David e jogo o envelope com seu dinheiro em cima da mesa atraindo sua atenção que logo pega e abre conferindo o dinheiro.
— Tem a mais, aonde conseguiu ?— Pergunta.
— Te deviam dinheiro, ele tá aí.
— De onde veio isso? Não sou burro e sei que não veio do bolso de quem me devia.— Argumenta já me tirando a paciência.
~~ flashback on ~~
—já sabe porque estou aqui— Falo ao rapaz, um menino, que não deve ter mais que quinze. — Você tem uma dívida a ser paga.
— Ma-ma-mas ainda não consegui todo o dinheiro— diz de olhos arregalados.
—Devia ter pensado antes. Seu prazo acabou e ele quer o dinheiro dele. — digo.
— Po-porfavor preciso demais te-tempo —começa a chorar e gaguejar sem ao menos eu ter demonstrado raiva ainda, o que significa que não é a primeira vez que se envolve nesta situação.
— Me-meu ir-irmão tava do-doente e estava de-desesperado, por favor! Eles não tem mais ninguém — se ajoelha chorando desesperado.
O choro e nada disso me comovem, mas algumas coisas em sua frase atraíram minha atenção.
— Cadê seus pais moleque?
— Nunca conheci meu pa-pai, e minha mãe foi embora, Porfavor! Me dá mais tempo, eu consigo o dinheiro ! Mas eles não tem mais ninguém.
Porra!
Ele é só uma criança cuidando de outra.
— Escuta aqui —digo puxando ele pela gola da camiseta, forçando-o a ficar de pé—dessa vez passa ! Mas dá próxima... E acho bom para o seu próprio bem, que história seja verdade porque se não for, rapaz ! Juro por Deus que você vai preferir nunca ter nascido.
O solto o empurrando, que agradece e sai correndo.
É sempre a mesma merda, os filhos sofrendo por irresponsabilidade e hipocrisia dos pais.
Cacete !~~ flashback off~~
—Não é da sua conta, se quisesse saber teria você mesmo ido cobrar. — disse já saindo, mas paro a porta.
— Não tenho nenhuma merda de dívida com você mais, não se esqueça disso.
—E você não esqueça com quem você tá falando, sou seu traficante, não seu amigo. Se eu mandar você faz, simples. — diz me fazendo rir.
— Você era o meu traficante, não é mais. — Falo com um sorriso amarelo— Você tem mais a perder do que eu e sabe disso. Minha dívida foi paga a muito tempo, e que eu saiba bem, se alguém deve algo a alguém aqui, não sou eu. E não esqueça que eu não sou mais o moleque de quinze anos que eu era, a partir de hoje não faço mais nada pra você— digo me aproximando um pouco— Você é quem come na minha mão agora. Só vim aqui hoje pra te dar um aviso e escute com atenção, não quero saber de você vendendo ou usando nenhuma criança como mula mais. Você ainda não tem noção de quem eu sou e não queira me conhecer de verdade.
A verdade é que só apareci hoje porque sabia o que ele faria com o moleque, e porque queria o fazer entender qual é o lugar dele, e o fazer entender que ele pode até achar que é o maioral, mas tem peixe muito maior que ele.
Saio dali o mais rápido possível, já se passam das três e meia da madrugada o que significa que estou acordado a mais de vinte e quatro horas seguidas.
Preciso da minha casa e da minha cama.
O clima é bem frio, e durante a madrugada ele chega e fica impiedoso em algumas noites específicas. As ruas e becos sempre ficam calmos e silenciosos.
Moradores de rua e drogados vão para alguns abrigos ou se escondem do frio e poucos se atrevem a sair do conforto de uma casa quentinha e enfrentar as madrugadas tão frias que nem mesmo um casaco caro é capaz de tornar suportável.
Esses dias são os únicos que tornam essa cidade mais suportável e diferente, chega a parecer outro lugar.
Apesar do tempo longe, Nova Iorque continua a mesma de antes.
Enquanto caminho rumo a minha casa, noto um movimento, um vulto à minha esquerda, pela primeira vez em quase meia hora. Como disse, a rua está calma e um pouco escura.
Viro meu rosto para prestar mais atenção. Devido a má iluminação, é possível ver apenas uma sombra em movimento, andando. Pela estatura, julgo ser uma mulher.
Só consigo concluir minha observação ao passar por uma fresta de luz vinda de uma janela. E bingo, uma mulher realmente.
Fico surpreendido ao notar que a mesma não usa nenhuma blusa de frio, mangas compridas ou um casaco, nada além de uma regata, calças jeans e tênis.
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(Nova versão atualizada em 16/09)
Espero que gostem, aqui vocês já tão conhecendo um pouco do Castiel.
Peço que votem e comentem.
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Dark Souls- Dark romance +18
RomanceEle a encontrou quebrada e a deixou totalmente destruída. Adalia sobreviveu ao inferno e se eeergueu e foi assim que se reconstruiu, totalmente sozinha e imersa em suas dores. E ele? Ele também, Castiel, sozinho, sendo atormentado por seu passado. ...