Doutora Diaba

CAPÍTULO 8

Depois de uma semana corrida, Graças a Deus é sexta feira e vou poder descansar meu final de semana, já estou quase indo embora quando Samantha entra na minha sala, já fico apreensiva esperando-a despejar mais trabalho, vejo ela com o telefone na mão e já sei do que se trata, sem dar chance dela falar já respondo:

- Não vou atendê-lo, encerrei o expediente.

- Doutora, eu acho que devia atender, assim ele para de te ligar com frequência.

- Samantha eu não tenho nada para falar com ele, o que temos a falar será no tribunal. – Falo sem olhar para ela.

- Viollet! – Vixi, chamou pelo nome de batismo já fico em alerta. - ele insistiu o dia inteiro, já é a quinta vez que liga.

Respiro fundo, tentando tirar paciência de onde não tenho, só vou atender porque estou com pena da Sam, tenho certeza que ele deve tratar ela super mal, por se achar superior. - Estendo a mão e ela me entrega o telefone, nessa hora incorporo a profissional que sou.

Ligação

Doutor Mackenzie, a que devo a honra da sua ligação? - Olho para Samantha que está com a mão na boca segurando o riso.

Doutora Viollet Lancaster, como é difícil falar com você, comecei a achar que não queria me atender. - Paraliso por um momento, que voz molha calcinha é essa? Deu até um calor se é louco, respiro fundo, preciso responder com profissionalismo.

Imagina Doutor, estava muito ocupada essa semana, não atendi pelo fato de não poder dar a atenção que merece. - Seguro o riso com a mão esperando sua resposta.

Doutora, posso jurar que a dois dias atrás quando liguei ouvi a Senhorita gritar que não atende ligações diretas do inferno. - Seguro o riso novamente, estou tentando ser profissional, mas ele não colabora né.

Doutor o senhor está equivocado, só pode ter sido minha estagiária, (a culpa é sempre da estagiária). - Olho para Samantha que está incrédula com o que eu disse e mando um beijo para ela que aperta os olhos na minha direção.

Claro, acredito que tenha sido mesmo um equívoco, mas não foi para isso que liguei, podemos falar referente ao e-mail que recebi. – Merda! É agora que ele me processa.

Que e-mail Doutor? Não sei do que está falando. – Me faço de desentendida.

Não sabe? Doutora a Senhorita sabe que posso usar esse e-mail contra você. – Esse cretino pensa o que? Que não sei que isso dá processo, ou até uma punição ética, lógico que sei, mas não tenho um pingo de medo.

Doutor eu realmente não sei de que e-mail está falando, mas posso dizer com convicção que cada ação gera uma reação, então vou deixar algo claro, pense bem antes de questionar o trabalho de qualquer outra pessoa, se quiser tenho um livro ótimo aqui sobre ética profissional.

O que você entende de ética profissional Viollet Lancaster? – Mas que babaca.

Opa, chamou pelo nome, significa que não é mais uma ligação profissional Doutor, esperava mais de você viu, não aguentou nada. Agora fala logo o que você quer! - Falo Ríspida.

Calma fera, não precisa mostrar as garras, liguei para falar sobre o processo, minha cliente quer um acordo. - Gargalho no telefone, não aguento, como pode gente, a mulher está fazendo várias acusações graves contra meu cliente e quer um acordo, isso só pode ser brincadeira.

Você só pode estar de brincadeira né? Um acordo? Em um processo criminal? – Pergunto entre o riso.

Não estou, minha cliente está disposta a tirar todas as acusações mediante indenização. – Ele fala calmo.