III - Uma Longa Madrugada

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Kagura e Kanna chegaram ao castelo sem dificuldades. A pequena estranhou que sua companheira não descera consigo.

— Kagura?

— Até mais! Vou dar uma volta, não tem nada para fazer aí! — respondeu ela, já subindo pelo ar em sua pena voadora.

— Vai espiar Sesshoumaru de novo... — murmurou Kanna, de si para si. 

A pequena foi até seu quarto e se sentou no chão, como de costume, e fechou os olhos. Sendo uma criatura sem alma, Kanna não costumava dormir: simplesmente mantinha sua mente livre de quaisquer pensamentos. Isso era equivalente a uma boa noite de sono.

Enquanto isso, a Mestra dos ventos voava pelos céus, contemplando a lua e lembrando de uma coisa que Kanna lhe dissera acerca do ritual mágico que presenciaram:

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Enquanto isso, a Mestra dos ventos voava pelos céus, contemplando a lua e lembrando de uma coisa que Kanna lhe dissera acerca do ritual mágico que presenciaram:

— Sabe, Kagura, Ishiteimei me disse que este foi o mais complicado desejo que ele realizou. Como nosso mestre Naraku é resultado de uma fusão de centenas de youkais, não se sabe qual será a intensidade do instinto paterno que ele receberá. Pode ser que ele apenas diminua a sua rudeza ao tratar conosco, como também ele pode se tornar extremamente possessivo e superprotetor.

Kagura meneou a cabeça, descrente.

— Você quer dizer que ele pode lidar conosco como se gostasse de nós? Ah, Kanna! — riu. — Você é tão inocente...

A pequena Kanna apenas olhara para ela por uns instantes e murmurou:

— Ele me trouxe o akita. Vai transformar Naraku também.

A menção ao cãozinho fez com que Kagura se sentisse muito desconfortável. Calou-se e assim permaneceu até deixar a criança em segurança no castelo do hanyou. Agora, sozinha, procurava não ficar lembrando disso e imaginava se teria a sorte de encontrar Sesshoumaru mais uma vez e poder admirá-lo incógnita.


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Em dado momento daquela madrugada, cada célula do organismo de Naraku esquentou e se revolveu, como se todos os youkais que o compunham resolvessem se agitar. O hanyou suava em bicas, agoniado, como se estivesse tendo um pesadelo. Enfim, acordou aos gritos e se sentou rapidamente, levando logo uma das mãos à cabeça, que doía. 

Sentia-se estranho após ter dormido por quatro horas seguidas, pois seu costume era de dormir apenas uma e somente uma vez a cada três dias. Um ser como ele, rodeado de inimigos, não podia se dar ao luxo de dormir mais do que isso — pelo menos, não até que a Joia de Quatro Almas se completasse.

Meu Paizinho, NarakuOnde histórias criam vida. Descubra agora