Cap 4 - O casamento

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Adrien fechou o laptop e olhou pela janela. A visão das nuvens macias não foi suficiente para acalmar sua ansiedade enquanto o avião se aproximava de Paris. Ele não via a noiva pessoalmente desde aquela manhã de quarta-feira, há um mês e meio, e mal podia esperar para tê-la em seus braços novamente.

O vôo de sete horas só foi suportável porque ele colocou toda a sua atenção no planejamento de seu próprio casamento. Era mais difícil do que ele pensava. Primeiro ele anotou exatamente o que havia planejado com Ladybug, mas depois percebeu que não serviria para eles agora. Marinette certamente não gostaria de se casar no Le Grand Paris e uma cerimônia pequena era mais o estilo dela. Ela sempre quis que fosse simples, fora ele quem insistira em uma festa mais sofisticada e maior, afinal, seu pai não permitiria nada menos de que isso. Ladybug havia empurrado de leve o nariz dele e brincado que, desde que não fosse ela quem estivesse pagando, ela poderia fazer sua vontade. Bem, de qualquer forma ele não podia pagar por algo assim agora.

Ele tentou pensar em tudo o que sabia sobre Marinette e percebeu que não era muito. Ela havia dito que não o conhecia mais e ele teve que encarar o fato de que também não a conhecia. Isso não diminuia o amor que sentiam um pelo outro, mas certamente dificultava organizar um casamento que a deixasse de queixo caído. No momento, ele tinha em mãos apenas uma fração do que um casamento envolveria.

Adrien suspirou. Nos três dias que passaram juntos, eles não conversaram muito. Entre pedir a permissão aos pais dela, comprar a aliança e comemorar com os amigos, o pouco tempo que restou eles preferiram se perder nos braços um do outro a conversar.

A voz da aeromoça interrompeu seus pensamentos e ele se concentrou em seguir as instruções para o pouso. Depois de pegar a bagagem, ele examinou o saguão em busca de Marinette. Ela estava segurando um buquê de camélias cor de rosa quase escondendo o rosto enquanto verificava o telefone.

Adrien tirou um momento para admirá-la de longe. Sorriu ao ver que o vestido de botão comum havia sido sutilmente, mas certamente, criado baseado em seu alter ego. Era todo preto com grandes botões verde-limão na frente que paravam no meio da coxa, deixando uma abertura até a bainha logo abaixo dos joelhos. Ele respirou fundo, balançou a cabeça e fez um desvio para se aproximar dela por trás.

– O que há de tão interessante no telefone, gatinha? – ele sussurrou em seu ouvido e sorriu quando ela estremeceu.

– Ahm, só um cliente, – ela respondeu com a voz rouca, virando-se para encará-lo. Ele sorriu e a abraçou. Adrien podia sentir que ela sentia tanta saudade quanto ele pela força com que ela retornou o abraço. – Tudo pronto?

– Imagino que isso seja para mim. – Adien apontou as flores ao se afastar.

– É... são sim. – Marinette entregou-lhe as flores.

Ele estudou o buquê esperando que ela dissesse mais alguma coisa e quando ela não disse ele perguntou com um sorriso pretensioso:

– Elas significam alguma coisa?

– Tenho certeza que você sabe o que significam.

– Que você sentiu minha falta.

Ela sorriu:

– Senti, mas ... não é só isso.

Adrien tocou cuidadosamente as flores, olhou para ela por baixo dos cílios e sorriu maliciosamente.

– Também significa que você tem um profundo desejo por mim.

As bochechas de Marinette se tingiram de rosa.

– Bem... não acho que posso negar isso. – Ela deliberadamente o examinou da cabeça aos pés, depois limpou a garganta e endireitou a postura para continuar: – Mas na cultura chinesa simboliza o amor eterno, e eu...

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