capítulo 3

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O céu estava começando a clarear quando eu acordei. Joel já estava de pé, e Judith dormia como uma pedra.

Me levantei, e fui até ele:
-para onde vamos agora?

-para o tal museu, deixar a menina com a irmã.

-ta bom, Joel...

-fala.

-por que ontem a noite você tava vigiando?

Ele exitou por um momento, e disse:
-você parecia estar com medo. Fiz isso pra você não ficar assim.

-ah, entendi -eu sorri, esse cara se importando comigo? Essa era nova.

-bom, vai acordar a sua amiga.

-amiga?-eu respondi rápido.

-ela é sua amiga, não é?

-ah...claro, claro que sim.

-então anda, vai acordar ela.

Eu fui até o seu colchonete, e tirei seu cobertor. Fiz carinho no seu braço, e a chamei, ela acordou aos poucos e se sentou:
-bom dia-um bocejo- que horas são?

-quase 5:30, vem, vamos achar sua irmã!

Ela se levantou, foi para trás de umas árvores e se trocou, eu fiz o mesmo depois dela.

-tudo certo?-joel perguntou.

-tudo certinho.-ela respondeu com brilho nos olhos, ela nem tentava  conter a animação.

Entramos no carro, e então eu perguntei:
-judith?

-fala.

-posso te chamar de Jud? Ou Judy?-eu falei, Judith era um nome consideravelmente longo e...ai Ellie, vc tá mentindo pra quem? Você quer se aproximar.

-ah, claro! Nunca me deram um apelido, seria legal.

-ta bom então.

Eu vi Joel sorrir pelo retrovisor.

-então... Judy, me fala da sua irmã.

-aaah, tem tanta coisa pra falar daquela pequena!-ela deu um sorriso fechado, que mostrava orgulho.

-comece por onde quiser.

-bom, ela não tem nada haver comigo, ela é loirinha com os olhos claros, puxou mais pra nosso... Não importa!-eu sabia muito bem de quem ela estava falando...

Então ela continuou:
-e ela adora flores, ela desenha flores, gosta de roupas estampadas com flores, e ama pegar flores em qualquer mato. A cor favorita dela é amarelo, e ama quando eu faço tranças nela. -eu me peguei olhando para ela, atentamente, e com um sorriso bobo no rosto. Porra Ellie...

-e ela fala muito também!-ela finalizou.

-puxou da irmã né?-joel brincou.

Ela riu, entendeu que era apenas uma brincadeira.

Após algumas horas de viagem, chegamos a um beco sem saída. Joel procurou um meio de passar, mas não achou. Deu ré, e foi indo até a pqp.

Até que chegou em uma viela. Uma viela que dava para uma ZQ.

Um homem passou pela rua, ele parecia ferido, com a mão na barriga, com sangue. Ele entrou na frente do carro, e gritou:
-por favor, me ajudem! Eu... Eu não estou infectado, só me ajudem!

-o que a gente vai fazer?-eu perguntei.

-continuar.

-mas e o cara?-judy perguntou.

Just Survive Somehow || TlouOnde histórias criam vida. Descubra agora