Infância é o resguardo do perigo.
É o amor de vó em nosso peito.
Ser criança é encontrar um abrigo,
uma casa de moldes perfeitos.
Infância é chorar em harmonia,
lágrimas adocicadas em fúteis feridas.
Ser criança é encontrar alegria
em breves crônicas de nossas vidas.
A infância é como mangueiras
pendentes no setembro otimista.
Ser criança é relembrar brincadeiras
de tendências noventistas:
Gude, peteca, taco, bola,
pular elástico, amarelinha, tapão,
queimado, pife, pular corda,
passar anel, cabra-cega e pião.
Cantigas e cirandas percorrem o ar.
Como dias de felicidade em uma tempestade.
Cantos infantis e uma dose de amar.
Cantos que nos livram da perversidade.
O Sol ressurge para queimar o que foi perdido.
Não esqueço minhas memórias...
Não esqueço o que eu já vivi...
Mas apaguei traumas e discórdias.
Lembranças de um tempo que já esqueci.
Calejado pela maturidade voraz.
Irei ao inferno ou ao paraíso.
Enfim, encontrarei paz,
mesmo que minha alma
ainda não possua prestígios,
muito menos pecados avermelhados
para ser julgado por um deus indeciso.
Infância é um conceito nunca explícito,
apenas proferido em vocábulos bonitos.
Mas de um suspiro surge uma ressalva febril:
Infância é a euforia e a alforria de uma inócua gentil.
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inócua gentil
HorrorSinta a destruição da infância de Alice que, após uma tragédia misteriosa envolvendo os seus pais, acaba indo para o Orfanato da Freira Madalena: local cristão, culto e religioso de segredos profanos e cabalísticos. Alice logo terá que se acostumar...