O que pensar quando você acorda e a situação a qual se via vivendo não era real?
Lauren andava bastante estressada com toda a sua vida, trabalho, amigos, vida amorosa, família... uma situação inesperada acontece resultando em uma fuga "temporária"...
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Algumas semanas se passaram desde que Lauren saiu do hospital, suas amigas tentaram levá-la para alguns passeios noturnos mas ela sempre inventava alguma desculpa bastante convincente. Nesse meio tempo ela começou a fazer terapia, o que pra ela não ajudava muito já que nada daquilo era invenção de sua cabeça, era o que ela repetia para si mesmo quase todas as manhãs.
— Mana, você tem que procurar fazer alguma coisa - sua irmã falava pela décima vez aquela manhã - criar uma rotina parece bom para distrair a mente, você poderia correr comigo pela manhã. O que acha?
— Pode ser - a mulher estava deitada na cama com ambas as mãos embaixo de sua cabeça e encarava o teto - estou precisando fazer algumas atividades já que emprego não tenho mais...
— Tô sabendo - suspirou - quando nossa mãe me disse que tinham te demitido após a primeira semana de coma eu fiquei cega de raiva, mas não poderia fazer nada.
— Acho que foi melhor assim - mexeu os ombros - não me sentia bem lá, acho que não quero mais fazer isso.
— E o que você quer fazer? - Taylor a encarou com curiosidade - você sabe que não precisa começar a trabalhar agora, parece confusa ainda.
— Eu acho que quero ser escritora - ela disse sem jeito, em seu "sonho" era o que ela fazia - mas no momento quero arranjar qualquer emprego, apenas para ter o que fazer e não precisar passar 24hrs dentro de casa tendo que ouvir mamãe...
Dona Clara quase todo dia na hora do almoço queria saber como estava sendo a terapia, se estava ajudando a esquecer o delírio de uma família inexistente. Não que ela não quisesse que sua filha formasse uma, mas estava com medo do que poderia acontecer com a filha caso ela continuasse com essa ilusão.
— Posso tentar te ajudar nisso - apertou a ponta do dedo indicador na bochecha direita de sua irmã - sempre tem vários anúncios lá no mural da universidade sobre empregos de meio período ou algo assim. Pode ser qualquer coisa mesmo?
— Claro - Lauren se sentou na cama e ajeitou seus cabelos - acho que vou começar a correr hoje, a tarde. Amanhã faço pela manhã e caso consiga o emprego escolho o melhor horário para prosseguir.
— É assim que se fala - deixou um beijo na bochecha de Lauren - agora eu preciso ir, vou encontrar uma colega no shopping e se me atrasar ela corta minha cabeça fora.
Oh menina bravinha.
Ainda ouviu sua irmã resmungar antes de sair do seu quarto, se jogou mais uma vez na cama e ao fechar os olhos a imagem de Camila veio na sua mente. Seus lindos olhos cor de chocolate, o nariz arrebitado a qual ela amava quando a mesma sorria e o enrugava quando prendia a lingua entre os dentes. Os lábios bem desenhados e carnudos a qual toda noite ela beijava e dizia o quanto era bom fazer aquilo, os carinhos que recebia e todo amor que ela lhe dava, aquilo doía.
A imagem de seus dois filhos brincando na sala, seus primeiros passos, suas primeiras palavras. Quando os olhos de ambos definiram suas cores e quando elas perceberam que um tinha olhos coloridos, a forma como eles a chamavam de mommy e sempre a acordavam em seu aniversário com dois cupcakes com velinha, cada um com uma rosa de cor diferente. Ela os amava tanto e aquilo doía.
