Primeiro dia de aula.

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E cá estou, nesse momento me arrumando pro primeiro dia de aula, que eu espero que não seja tão ruim assim.

Espero que minha guia não seja uma patricinha mimada e arrogante, ou uma gótica esquisita, ou uma gótica esquisita rica e mimada.

Nesse momento eu estava colocando minha inseparável jaqueta de couro preta, caem entre nós, eu fico muito bem de jaqueta.

Desci de forma um pouco apresada ao andar de baixo apenas para pegar uma maçã, não tenho muito apetite pela manhã, e não quero me atrasar no primeiro dia.

— Já vai menina Topaz? — Nossa empregada Lisa diz ao me ver basicamente correr pela cozinha.

Lisa sempre foi uma pessoa importante pra mim, ela me trás um sentimento materno no qual eu não tenho.

Os meus pais a contrataram para ser minha babá quando tinha apenas dois anos, até porque, estavam ocupados de mais trabalhando.

Desde então quando meus pais falaram que eu não precisaria mais dela eu chorei, chorei e a abracei dizendo repetidas vezes para ela não sair da minha vida assim como todos. Então meus pais a contrataram como empregada por tempo integral, assim ela fica sempre ao meu lado me dando um apoio e um amor de quase mãe.

Ela se mudou conosco para Riverdale, afinal, eu jamais deixaria ela ir embora da minha vida, ela simplesmente vem conosco em todas as viagens de uma "nova vida" em outra cidade, e eu sinceramente me sinto melhor em ter seu apoio ao meu lado.

— Já falei para não me chamar assim, Liz, pra você é Toni. — Falo de forma brincalhona a fazendo rir. — E respondendo sua pergunta, eu não quero me atrasar pro meu primeiro dia. — Falo fazendo careta.

— Não vai ao menos tomar café? Sabe que eu fico triste em tomar café sozinha. — Fala fazendo um bico.

— Só porque sou boazinha. — Falo largando minha mochila no balcão e indo até a grande mesa, quase sempre vazia.

Ela da um pulinho enquanto bate palmas de forma animada, me fazendo rir. Sem dúvidas, a melhor pessoa que tenho em minha vida.

(…)

Assim que chego ao grande prédio, que caem entre nós, é até bonito.

A questão é, essa escola fica a mais ou menos, cinco quadras de distância da minha casa, e eu vim de moto, bom, acontece que eu implorei pra meu pai me dá uma, alegando ser responsável e que me ajudaria a ir mais rápido pra escola.

Assim que me dirijo para a porta de entrada do grande prédio, avisto uma linda ruiva parada no meio das duas grandes portas que levam para dentro.

Bom, eu percebi que gostava de meninas desde dos meus doze anos, então me "assumir" bissexual para mim mesma, apenas nunca cheguei a namorar uma garota, então não via necessidade de me assumir ao meus pais, afinal, eles não ligariam.

Já vi muitas meninas bonitas, mas essa ruiva era simplesmente, S-U-R-R-E-A-L. Sério, que garota linda. Ela tem os cabelos ruivos, tem um corpo deslumbrante, uma pele clara como leite fresco, e puta merda.

Parece que tudo simplesmente ficou em câmera lenta.

Assim que ela me vê ela abre um enorme sorriso, e que sorriso perfeito.

Assim que estou bem mais perto, para ser exata, em sua frente, consigo ver seus olhos atrás de um óculos, seus olhos são castanhos escuros e eu tenho quase certeza de que eu olhasse por mais tempo conseguiria ver o universo neles.

— Olá. — Ela fala de forma calma, e que voz angelical. — Você deve ser Antoinette Topaz, eu sou Cheryl Blossom, e vou ser sua guia, tudo bem por você? — Ela fala sem jamais deixar o sorriso de seu belo rosto.

— Pode me chamar apenas de Toni, por favor. — Eu falo fazendo uma careta a fazendo rir de maneira suave, e que som maravilhoso. — E respondendo sua pergunta, é uma honra ter você como guia, Cheryl. — Pude a ver corar um pouco com minha frase, e tem como isso ser mais fofo?

— Bem, vamos. — Ela fala me dando espaço para entrar no grande prédio, e que escola linda.

(…)

Depois de algum tempo a ruiva me apresentar a escola enquanto conta a história da mesma, ela me mostra meu armário, que por coincidência, era ao lado do seu.

Ela me entrega o horário, mas assim que vai me entregar os livros, os mesmos colidem com o chão, e Cheryl é empurrada fortemente por um cara alto, com cabelos negros, e olhos puxados, parece um asiático.

— Oh, mil perdões, esquisitona. — Fala em um tom irônico e escuto mais algumas pessoas rirem atrás de nós.

— Sinto muito por isso, Toni. — Ela fala desesperada tentando ajuntar os livros, mas o cara babaca o chuta para longe.

— Hey, idiota, o que pensa que está fazendo? — Pergunto o empurrando e ajudando Cheryl a juntar os livros caídos.

— Toni, você não precisa fazer isso, me desculpe novamente, eu sujei os livros. — Sussurra segurando em minhas mãos impedindo meus movimentos.

—  Hey, tá tudo bem, não se culpe pelo o que o idiota ali fez, vem, deixa eu te ajudar. — Falo pegando alguns livros e logo dando a mão a ruiva para que ela levante.

— Você é nova né? Ei, gatinha, não ande com essa esquisitona, você vai se arrepender depois. — O babaca que até então estava calado se pronunciou.

Ah, como eu odeio garotos mimados, playboyzinhos, filhinhos de papai.

— Olha, escute aqui, sei lá quem você seja, ou oque faz, eu não me importo, pelos três minutos que passei aqui já vejo que você é aquele típico de garoto que todas as garotas desejam, é mimado, e acha que é o dono da porra toda, mas com licença, eu prefiro ficar com uma "esquisitona" do que com um grande idiota, play boy que nem ao menos se preza, então, passar bem. — Falo segurando a mão de Cheryl e a arrastando dali. Escutando um coro de "ow" atrás de nós.

— Para onde vamos? — Cheryl pergunta ainda segurando em minha mão.

— Sendo sincera, eu não sei, só queria te tirar de lá, deve ser desconfortável ficar no meio de tantos babacas. — Falo me escorando na parede de um corredor aleatório.

— Isso foi incrível. — Ela fala e eu franzo o cenho. — Sabe, aquilo que fez, você não precisava, mas mesmo assim, obrigado, Toni. — Ela diz sorrindo.

— Eu só não suporto garotos mimados, e eles são uns completos babacas. — Falo sentindo raiva, e logo sinto a mão de Cheryl na minha, oque me faz relaxar.

— Tá tudo bem, eu já estou acostumada. — Ela fala como se fosse a coisa mais normal do mundo.

— A quanto tempo eles são babacas com você?

— Des da 6° série. — Ela fala sorrindo fraco.

— Então eu vou fazer isso mudar. — Falo sorrindo pra ela.

— To-  — O sinal toca a atrapalhando.

— Poderia me informar onde é a sala de química?  Sabe, você não me mostrou as salas de aulas — Falo rindo.

— Oh... — Ela coça a nuca. — Desculpe, eu sou péssima nisso. — Ela rir fraco. — Por sorte essa é minha primeira aula também, vamos, eu te mostro o caminho.

Então seguimos juntas até a sala de aula.

Algo me diz que essa cidadezinha pode ficar interessante.

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