No último capítulo, eu disse que havia me descoberto humana, mas sinceramente, isso não me ajudou em nada.
Já estou na metade de minhas férias e mal consegui estudar qualquer coisa que seja. Eu simplesmente não tenho ânimo pra isso, mesmo sabendo o quão prejudicial isso será pra mim no final do ano. Se eu não passar, eu não sei como eu vou sobreviver a tudo isso.
A dor de ter sido insuficiênte cresce a cada dia, e tenho medo de que mais essa falha, seja o estopim pra tudo.
Comecei escrevendo no meio do ano e voltei a escrever agora em dezembro, e não é que eu realmente estava certa? Não sei se eu apenas estava confusa ou se o desânimo era tanto que nem escrever eu conseguia, mas, de qualquer forma, aqui estou novamente, para a sua infelicidade, ou felicidade, não sei que tipo de sentimentos você tem em relação a mim.
Bom, sinceramente, não sei o que escrever.
Apenas tive vontade de vir até aqui e desabafar, mas é difícil saber por onde começar sem que eu atropele as palavras. É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e eu sinto que estou surtando, e não acho que minhas preocupações são merecedoras de tal energia que eu tenho gasto para resolvê-las.
Eu apenas gostaria de entrar em coma ou algo assim. Imagino que dessa forma eu serei capaz de respirar sem peso na consciência, mas também sei que o baque seria insuportável, considerando o tempo que eu teria perdido e poderia estar estudando.
Fui péssima no enem e em 4 dias farei a prova da FUVEST. Eu já aceitei que não passo, mas mesmo assim tenho aquela pequena esperança, sabe? Esperança de que eu não serei uma completa inútil como eu sempre fui e que não terei de me preocupar com a cara de decepção da minha família.
Apenas eu sei sobre tudo o que eu passei e continuo passando.
Só eu quem sei toda essa malancolia que eu tenho sentido.
E me dói ser sincera dessa maneira, mas eu estou desesperada para morrer. Não decidi quando, onde e muito menos sobre como isso vai acontecer, mas eu sei que não vou aguentar por muito mais tempo.
Eu tenho vontade de morrer desde os meus 14 anos.
4 anos inteiros instáveis e completamente desgastantes.
Tenho problemas de auto-estima, sou completamente preguiçosa pra fazer as coisas, sou uma burra estúpida, péssima namorada, péssima filha, tenho um pai alcoolotra, não consigo me concentrar, não tenho ânimo pra nada e eu poderia ficar horas falando sobre o quão inútil e idiota eu sou.
O ar que eu respiro queima em meus pulmões, é doloroso pensar na minha respiração.
Eu só estou muito cansada.
E não acho que descansar por algum tempo resolveria isso, eu apenas gostaria de partir.