Capítulo 2

2.4K 104 18
                                    

-Certo, certo, sem desespero, tenho certeza que podemos conseguir arrumar isso antes de voltar para o Sunny. – Nami andava de um lado para o outro pensativa, ela podia sentir o desconforto da mudança, agora com a consciência retomada e percebendo a situação em que os dois estavam ela começava a ficar preocupada, mas ainda tentava se manter resignada e bolar um plano para conseguir reverter a situação em que estavam.

-Namiii, sniff, será que vamos ficar assim para sempre? – Luffy ainda chorava um pouco pela perda das estimadas joias de família dele.

-Não se preocupa Luffy, vamos achar aquele bêbado e recuperar nossos corpos originais. – Nami pensava num plano ainda. – Mas acima de tudo, melhor não deixarmos o pessoal nos verem assim, vamos concertar isso antes mesmo deles sentirem nossa falta, certo? – Luffy ficou bem inspirado com as palavras motivadoras de Nami e secou as lágrimas, se recompondo e ficando rapidamente em pé, sentindo o peso que estava na sua frente.

-Certo! Confio em você Nami! – A voz mais fina era até fofa para os ouvidos da navegadora, ela se sentiu feliz em ver que o capitão confiava tanto assim nela.

-Vamos então, olhe lá, tem uma pequena vila depois daquele bosque, talvez possamos encontrar ajuda por lá sem chamar a atenção do pessoal. – Ela apontou para um emaranhado de casas que se encontrava na encosta de uma montanha um pouco distante, um bosque pequeno ficava na frente, provavelmente alguns minutos de caminhada seriam o suficiente para chegarem lá e procurarem um lugar para passar a noite pelo menos.

Os dois começaram a caminhar tranquilamente, porém, cada um estava severamente incomodado com as mudanças físicas e penavam para se acostumar com os corpos diferentes.

-Luffy, seu Haki não consegue tirar esse poder? Tenho certeza que é uma Akuma-no-Mi, talvez possamos quebrar isso antes mesmo de chegarmos a vila.

-Tentei já, Nami, não aconteceu nada. – Ele pareceu um tanto chateado que não funcionará.

-Bom, provavelmente então só pode ser retirado pelo usuário do poder. – Ela colocou a mão no queixo pensativa.

-Sim! Eu vou quebrar a cara daquele velho, talvez assim quebre o poder dele. – Ele se enfureceu e cerrou os punhos, como se o velho estivesse na frente dele e ele o fosse socar naquele exato instante.

-Calma aí, capitão, as vezes se nos entendermos com ele podemos arrumar isso, pode ter sido um mal entendido já que ele estava bêbado naquela hora.

Luffy pareceu se acalmar um pouco, mas ainda parecia bravo, e com feições femininas ele não parecia tão assustador assim, na verdade, era até cômico para Nami, ela no momento estava mais alta que o capitão, parecia mais forte que ele e talvez parecesse um pouco intimidadora para qualquer um, enquanto Luffy parecia uma donzela, totalmente o oposto do que realmente eram, a navegadora até deixou um risinho escapar, deixando Luffy um tanto curioso para saber o que era engraçado, mas Nami apenas disse que não se tratava de nada.

A pequena vila na encosta tinha casas de tijolos cobertos de musgo e calçadas de pedras coloridas, mas uma grande construção de três andares no centro chamava a atenção, tinha uma grande placa que estava escrito "Taverna", lugar perfeito para descansar um pouco da caminhada, assim ambos seguiram para lá em busca de comida e repouso.

O local estava vazio, apenas uma mesa num canto com alguns fazendeiros locais que tomavam suas bebidas e conversavam divertidamente. Nami pagou um pouco de comida para ela e o capitão, e foi se sentar na mesa junto com o moreno.

-Vamos comer agora, e logo depois vamos perguntar para as pessoas se algum deles viram aquele velho bêbado. – A navegadora estava um tanto determinada a resolver a situação deles.

-Por que a gente só não perguntou para alguém da cidade onde a gente tava, Nami, não era mais fácil. – Luffy estava um pouco confuso pensando mais nisso agora.

-O pessoal está lá, eles poderiam nos ver assim.

-E qual o problema, poderiam até ajudar a gente.

-Luffy, por minha culpa a gente está assim, se eu não tivesse ido comprar coisas de navegação, ou se eu tivesse ido sozinha pelo menos, talvez não estivéssemos assim. – Ela abaixou a cabeça olhando para a mesa de madeira em que estavam.

-Mas Nami, não é culpa sua, ninguém ia imaginar que o tio bêbado ia fazer isso, o pessoal ia entender. – Ele tinha um olhar reconfortante para a ruiva.

-Eu não quero dar tanto trabalho assim para eles, nem preocupar eles tanto assim, se resolvermos isso rápido tenho certeza que podemos apenas esquecer que isso aconteceu e voltar para o pessoal sem preocupações. – Ela voltou a olhar para Luffy, o olhar dele era profundo e acolhedor, mesmo com as feições afeminadas e diferentes para Nami ele ainda exalava muita segurança no olhar, o que era agradável para a navegadora.

Alguns segundo depois uma garçonete chegou com dois pratos, um deles lotado, obviamente o de Luffy, mas a garçonete deixou na frente da ruiva, já que ela possuía uma imagem mais forte e robusta, o capitão fitou o prato com muito pouca comida na frente dele e depois observou o prato que havia sido entregue para Nami, olhou para ela com um biquinho. Ela trocou os pratos, não pretendia comer aquele tanto e nem tinha estomago para isso, assim, passou o prato ao seu devido dono, a garçonete observou de longe essa ação e ficou confusa, mas quando viu uma morena comer aquele prato inteiro rapidamente e sem modos e depois viu o moço ruivo comportadamente comer o pequeno prato ela se assustou e voltou ao trabalho, "As aparências realmente enganam", pensou a garçonete enquanto limpava alguns copos.

Nami comia devagar, Luffy já havia terminado e estava parado apenas observando o teto, estava mais silencioso, então a navegadora pode escutar uma conversa paralela dos fazendeiros na mesa do canto, estavam falando num tom não muito alto, mas com o silencio ela podia escutar muito bem, mesmo que não quisesse saber de conversas alheias.

-Sabe, um primo do meu tio ficou com medo do Bruxo. – Um homem de macacão azul e camiseta listrada falou para os outros três e deu uma golada no copo.

-Aquele Bruxo, ele assustou muita gente por aqui, dizem que ele tem o poder de confundir a cabeça das pessoas e mudar a aparência delas, o irmão do meu primo de terceiro grau foi transformado em javali mês passado porque decidiu enfrentar o Bruxo.

-Mas ele ainda é um javali até hoje? Será que o feitiço não se desfaz?

-Na verdade, ouvi dizer que ele morreu, parece que o feitiço nunca se desfaz, na verdade, todos aqueles que estiverem sobre efeito do feitiço morrem dolorosamente depois de 24 horas. – Nami escutou muito claramente isso e congelou, Luffy nem percebeu, ele olhava para o ventilador de teto acima deles.

-Por sorte nossa esse Bruxo mora no meio da floresta, perto da grande nogueira. Só vai ser atingido por feitiços quem chegar perto.

-Mas a estrada que leva para o outro lado da ilha passa por lá, eu tenho que levar minhas coisas por ela hoje mesmo.

-Pois tome cuidado amigo, e se o vir, não deixe encostar em você.

Nami tinha parado de comer, estava apenas escutando os fazendeiros, mas talvez essa fosse a deixa deles para encontrarem o tal Bruxo, que ela tinha certeza que era o velho bêbado de mais cedo pela descrição. Se aquele fazendeiro iria passar pela estrada, era só seguir ele discretamente e procurar por uma árvore nogueira grande na floresta para conseguir achar causador de toda essa confusão.

-Luffy, ei, já sei onde encontrar o velho! – Ela disse muito animada.

-Sério? Então vamos logo, quero minhas joias de volta o mais rápido possível! O que precisamos fazer para conseguir achar ele? – Ele voltou toda sua atenção para a navegadora e se empolgou.

-Tenho um plano, vamos até onde o velho mora. – Ela apontou para uma janela que dava visão para a floresta a frente da vila.

Eu e Você (Luffy x Nami)Onde histórias criam vida. Descubra agora