Eu e Você (Luffy x Nami)

Capítulo 5

  Três toques foram feitos na porta, o barulho lá dentro cessou, para serem substituídos por passos fortes e lentos efetuados na madeira do chão da casa, eles vagarosamente se aproximavam, a ruiva e o moreno estavam paralisados e imóveis em frente a porta, apenas aguardando, até que enfim, ela se abriu com um ranger lento para revelar o velho.

-Como posso ajudar? – Ele perguntou com um sorriso amigável e com uma das mãos na barba grisalha.

-Você! Tira seu feitiço agora da Nami e de mim! – Luffy já se preparava para socar o velho, mas a navegadora o segurou.

-Espera, Luffy, vamos conversar primeiro, certo? – As palavras fizeram o capitão acalmar um pouco e suspirar concordando.

-Ahn, feitiço? – Ele olhou parar os dois tentando se lembrar de algo, até que a memória retornou a cabeça dele. – Ah, sim, me perdoem por aquilo, era meu dia de folga e eu acho que passei um pouco dos limites com a bebida, lamento muito.

-Era isso então? – Nami olhou com desconfiança. – Pode fazer a gente voltar ao normal então? – O velho pensou e pensou, até que resolveu falar.

-Eu adoraria, mas meu poder tem algumas limitações.

-Tipo o que, velho pé de cana? – Luffy ainda estava bem irritado com o Bruxo.

-Bom, para aqueles afetados pelos meus poderes voltarem ao normal, eles devem realizar uma ação.

-Fala logo o que é, então. – Nami perdeu um pouco a paciência.

-Nada mais nada menos que... – Ele fez uma pausa dramática e limpou a garganta. – Um beijo de amor verdadeiro.

O bando que tinha chegado a pouco escutou isso e paralisou confuso.

-Que coisa mais clichê, velho, seu poder não poderia ter uma solução mais interessante não? – Usopp disse apático a situação.

-Vocês que escolhem, ou fazem isso, ou sofrem os efeitos colaterais. – Ele deu de ombros. Aliás, antes que tentem me atacar, me nocautear não vai tirar os efeitos. – A última fala desarmou o ataque iminente de Luffy a ele.

Nami raciocinou um pouco, eles tinham menos de 40 minutos, era isso ou o fim.

-Certo, eu aceito isso, vamos acabar com esse feitiço! – Ela disse determinada.

-Senhorita Nami! Pode deixar que eu dou o beijo do amor verdadeiro em você para provar o quanto eu realmente te amo! – Sanji veio correndo, mas chegando bem próximo a ela, ele se lembrou que a navegadora ainda era homem e desanimou novamente no meio do caminho, caindo de joelhos no chão de forma depressiva e ficando ali parado.

-Senhorita Navegadora, acho que existe só uma pessoa com quem esse beijo de amor verdadeiro pode ser realizado. – Robin provocou com um tom de voz sério, mas que no fim era a pura verdade. Nami gelou com a fala da arqueóloga, olhou para Luffy, ele tinha um olhar confuso, a ruiva hesitou por um instante, mas logo começou a se aproximar do capitão.

Luffy percebeu a aproximação da ruiva, se lembrou do mesmo movimento que ele inconscientemente fizera a noite, teve o mesmo instinto de repetir tal ação. Dessa forma, se aproximaram aos poucos e foram fechando os olhos, se aproximaram até sentirem os lábios uns dos outros. Nami sentia que estava tão vermelha quanto a cor da camiseta que o capitão usava, mas ainda sim a sensação parecia muito normal, ficaram por alguns segundos naquele beijo suave até se afastarem e olharem nos olhos uns dos outros. Quando retornaram a realidade olharam para si mesmos, mas ainda estavam como antes, como se não tivesse adiantado nada.

Eles começaram a ficar decepcionados, mas então, uma luz os envolveu juntamente com uma pequena neblina que cobria apenas os dois, que tiveram que fechar os olhos por causa da intensidade da luz. Porém, quando o fenômeno passou, a primeira coisa que viram foi um ao outro, e estavam em seus corpos normais, como sempre foram, ambos abriram um enorme sorriso um para o outro. Nami correu para abraçar o capitão e ficaram assim até perceberem uma figura um tanto mais alta atrás deles, quando a viram, se assustaram.