03. Caja de sorpresas

112 18 25
                                    

       Sentindo as mãos firmes em seu rosto, as lágrimas esquentaram ainda mais o rosto avermelhado e Jungkook se encolheu, a respiração tornando-se descompassada e a garganta fechada quando circulou os braços ao redor do corpo de Taehyung, o rosto se mergulhando contra o peito dele.

A princípio, o Kim não soube como reagir até lentamente passar os braços ao redor dele, piscando lentamente: — Jungkook, o que estava fazendo aqui até a essa hora? — perguntou, mas não havia um tom de julgamento, apenas de interrogração.

— Eu achei que eu fosse morrer — Soltou, soluçando violentamente — Eu só estava desenhando. Eu queria fazer uma roupa pra você aí começaram a atirar e... tinha alguém lá dentro comigo! Eu achei que fossem atirar em mim! — Soltou, a frase saindo embargada e abafada enquanto ele se mantinha agarrado a ele, chorando.

Taehyung não era bom em consolar as pessoas; receptividade não era seu forte. Essas coisas sempre caíam no colo de Namjoon, porque ele costumava ser mais simpático, mas agora ele estava ali, com aquele garoto riquinho agarrado a si, apavorado.

— Ah... — Soltou, sem saber o que responder, ele ainda estava chorando e fungando em sua camisa nova — Que tipo de roupa você ia fazer pra mim? — Perguntou, engolindo em seco, deixando dois tapinhas fracos em suas costas, numa forma desajeitada de acalento.

— Eu... — Ele soluçou — Uma calça de alfaiataria... e blusa de botões.

— Eu gosto de blusa de botões. De mangas longas ou curtas? — Estendeu-se, porque não sabia o que era uma calça de alfaiataria. Só usava bermudas ou jeans.

— Curtas. Tinha que mostrar seus brações — Disse choroso e ele apertou os lábios, tentando não rir.

— Eu gostei. Eu poderia usar ela desabotoada? — Prolongou-se no assunto, porque aquilo parecia desviá-lo da breve situação de quase morte que vivenciara.

— Ia ficar lindo — Lamuriou-se e então, se afastou um pouco para olhar seu rosto. Agora, ele não estava mais chorando, mas ainda soluçava lentamente, com os olhos esbugalhados voltados em sua direção.

Indicou que ele se sentasse em uma das cadeiras de madeira, o encarando com atenção. Tinham seguido direto para a casa de Taehyung, porque ele não sabia como entregá-lo em sua casa enquanto ele soluçava e chorava compulsivamente. Os pais dele costumavam ser ricos; ainda deviam saber como foder com a vida de alguém pobre.

Aquí — Sua abuela se aproximou aos poucos, com uma xícara branca de flores cor-de-rosa pintadas, em mãos. Em seu interior, havia um chá e o cheiro de camomila se espalhou por toda a cozinha — Ah... pobre cosita — Soltou, acariciando os fios escuros de Taehyung — Ya se terminó

— Ela não tá me xingando, né? — Ele perguntou, choroso, aceitando a xícara.

— Não! — Taehyung soltou, rindo baixo — Ela está te consolando...

Concordando com a cabeça, Jungkook bebeu o chá aos poucos, engolindo lentamente, ao passo que a respiração se acalmava. O rosto ainda estava inchado e molhado, mas pelo menos o choro compulsivo tinha passado.

— Taehyung — Ele chamou acanhado — O que aconteceu lá? Por que você estava lá? — A expressão do Kim endureceu e ele ergueu uma sobrancelha.

— Você não está mais em Malibu, não pode ficar andando por aí depois que escurece

— Eu não morava em Malibu — Repetiu, fazendo um biquinho — Estavam dando tiros por lá, Taehyung!

— Sim. Isso é El Cielo, Jungkook, é como as coisas funcionam por aqui — Reiterou, suspirando — Olha, aqui, não dá pra ficar dando mole assim. Precisa ser esperto, não dá pra contar com a sorte

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: May 22, 2023 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Diles • taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora