Good Things Take Time | Kth + Jjk

Pontos de Vista.

Sim, isso não é uma miragem

Depois de meses, voltei com atualizações de GTTT! 🥳

Queria agradecer a cada um que for ler isto, dizer que estou bem e se não desistirem de mim, também não desistirei de vocês

Beijos, meus lindos <3

anexo¹ : os emojis representam os POV's dos personagens!
anexo² : para esse capítulo não tem música 💔 se quiserem sugerir alguma depois...estou à disposição!

#PirralhoFertanteTK

🐱

A água fria batendo no meu rosto me desperta para a realidade pouco a pouco.

Quatro horas depois do meu turno noturno, estou acordado novamente, me enfiando em uma ducha bem gelada. Custo a abrir os olhos, me ensaboando de qualquer jeito enquanto bocejo debaixo d’água mesmo. Como de costume, praguejo o capitalismo e coloco mais água no shampoo para render. 

Normalmente, esse seria o único momento que tenho pra pensar, mas felizmente, hoje é sexta-feira. Tenho folga na pizzaria às sextas, e na farmácia aos domingos.

— Tá acabando mesmo, preciso receber… — murmuro, tentando enxergar por dentro do buraquinho da tampa.

Quando saio do banheiro, ainda é escuro lá fora. Espio pela janela enquanto checo minhas mensagens, me arrependendo instantaneamente. 

O proprietário do meu apê está me lotando de mensagens novamente e eu sei que todas são sobre o aluguel. Prendo um riso ao ver a quantidade de emojis furiosos na última.

Não é como se fosse culpa minha, aliás.

O chefe da pizzaria esteve com problemas  desde que abriram um restaurante japonês ao lado, resolvendo cortar gastos até que sua nova campanha estúpida de marketing desse certo. Ou até que achassem fios de cabelo estrategicamente posicionados dentre os sushis.

Meu salário reduziu com a promessa de um aumento assim que possível e, entre pagar o aluguel ou me alimentar, eu realmente não tenho muita escolha.

Mordo os lábios, incomodado, escolhendo não abrir sua conversa. Ao invés disso, abro minha única fixada. 

Jimin.

Releio nossa conversa de ontem, sentando em minha cama que tem menos da metade do tamanho da sua. 

Há alguns dias, Jimin descobriu meu aniversário – ou o dia que as pessoas me disseram que era, já que nunca conheci meus pais – e cismou com isso. Pode parecer estranho, já que nos conhecemos a tanto tempo, mas eu sempre dei meu jeito de fugir do assunto e quando ele era retomado eu simplesmente dizia que já havia passado. Sem datas, sem preocupações.

Não é que eu odeie meu aniversário. Eu só não vejo algo incrível nisso, saca? Nunca houve um evento importante, algo que me fizesse vibrar de alegria por estar vivo exatamente naquele dia.

Desde a saída do orfanato, aos 18, eu passo esse dia tão incrível trabalhando. Eu não costumava contar para ninguém, mas deixei escapar quando estávamos falando sobre a relação entre datas comemorativas e marxismo.

“— Na minha opinião, aniversários são uma invenção do capitalismo pra vender balão.” 

Não sei porquê tenho a tendência em me enfiar em terrenos perigosos quando estamos a sós. Ela parece ter algum tipo de poder sobrenatural sobre mim, que me fará confessar qualquer coisa só com um olhar específico.