(Re)conhecer

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Now Is playing:

🥀 Christmas Kids – Roar 🥀

"Você mudará de nome, ou mudará de ideia

E deixará esse maldito lugar para trás 

Mas eu sei."

☕️

Minha cabeça vai explodir.

Estou há mais de três horas sentado em frente à escrivaninha, sem comer, sem beber e sem ir ao banheiro. O motivo? Temporada de compra.

O preço do dólar está perfeito para investimentos em casas este semestre, o que significa que eu, corretor de imóveis, terei longos próximos meses.

A empresa vem me passando data após data. São tantas que minha agenda está fechada até agosto. Meu cronograma estará apertado, mas ao menos meu dinheiro não.

Lá pelas duas da manhã, recebo uma ligação. 

— Tae?

Era Jimin. Bêbada. Muito bêbada. A gente tem essa coisa de saber tudo sobre o outro pelo tom de voz, então em poucos minutos eu coloquei um casaco qualquer por cima do pijama e fui até o bar, buscar a Cinderela.

Tive que pedir um táxi, pois o carro estava no mecânico e o lugar onde minha amiga se enfiou era longe pra caralho da minha casa, apesar de ser relativamente perto da dela. 

Seria um caminho tranquilíssimo de fazer sozinha se não tivesse se enchido de cerveja.

Falando em cerveja, eu não simpatizo com a tal, então quando entro no local – um tanto quanto insalubre – minha vontade de explodir aumenta mil vezes.

Meus olhos vagam em procura de minha amiga, vendo ao longe uma cabeleira loira toda embaraçada claramente pedindo arrego. 

Jimin é assim, bebe até fazer bico, chora e dorme. Ela está chorando, então preciso ser rápido antes que seja uma tarefa ainda maior levá-la em segurança.

Quando me aproximo, vejo que ela tem o Instagram de Yoongi aberto no celular. E um isqueiro por perto. Decidido a não perguntar, apenas tento inutilmente convencê-la a se apoiar em mim para irmos. 

— Oi.

Quase me desequilibro ao ouvir aquela voz, e o bêbado nem sou eu. 

Jungkook me encarava, hesitante.

— Tá tudo bem com a noona? — Desde quando eles tinham intimidade? Eram amigos de bar? 

— Tá. Tudo sob controle. — Recuperei a consciência rapidamente e voltei a batalha contra os cabelos de Jimin.

— Quer ajuda?

— Não. Valeu.

Aparentemente minha negativa não serviu de nada, em dois segundos Jungkook já tinha colocado a Park nos braços. Assim, como se ela fosse um saco de batatas.

Sem paciência para contestar, o guiei até a calçada, chamando outro táxi. Não conversamos, se quer saber. Se ele acha que fez caridade ao ajudar minha amiga, o problema é dele.

 Quando o carro chegou, ele apenas me deu um aceno de cabeça e entrou. Eu me preocupei em não cair no sono, porque quando chegasse em casa teria uma nova batalha: tentar dar banho em Ji.

☕️

Me arrependo quando, ao atravessar a porta da sala de convivência, vejo Jeon Jungkook, como um fantasma que insiste em me perseguir.

Good Things Take Time | Kth + Jjk Onde histórias criam vida. Descubra agora