Unrequited lust

Você tem Penélope

Notas:

A inspiração dessa história aqui é a cena da temporada 2, episódio 4 quando Colin volta da residência dos Cranes e fica refletindo sobre as palavras de Marina a respeito de Penélope.

Como já avisei, aqui o conteúdo é sexual e a linguagem é explícita.

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Você tem Penelope. 

As palavras de Marina permaneceram soando na cabeça de Colin enquanto ele fazia o caminho de volta para Aubrey Hall. Ele estava imerso em seus pensamentos e mal registrava a paisagem passando pela janela. 

Já tinha escurecido e a carruagem sacolejava um pouco pela estrada esburacada. O ar da noite entrava pela janela aberta, mas ele não se incomodava. Talvez a brisa fria pudesse trazer alguma calma ao que ele estava sentindo por dentro. 

A princípio, quando retornou à sua carruagem, deixando a residência Crane, ele achou que havia sido um erro ir até lá. Marina obviamente havia seguido em frente. E Colin concluiu que ele também. Ele finalmente seguiu em frente.

Pelo menos era isso que ele acreditou quando a viu naquela casa e não sentiu nada. Nem uma simples borboleta se revirou em seu estômago. Na temporada anterior, quando a via, ele se sentia excitado e animado, mas agora havia uma linha fria desenhada entre eles, mais fria do que o vento que agora açoitava seu rosto. Ele fechou a janela e se recostou em seu assento, com os olhos fechados. Se ele sentiu algo por ela quando a viu, foi pena. Ela parecia extremamente infeliz, mas resignada com as escolhas que havia tomado. 

Após uns minutos processando o que haviam conversado, ele chegou ao entendimento de que realmente deveria ter ido lá, pois precisava se desculpar pela maneira com que havia tratado Marina na temporada passada. Em suas viagens, ele percebeu que havia sido duro demais com ela e se sentiu mal. 

Mas, como ela mesma disse, isso estava no passado agora. E Colin havia se tornado um homem preocupado com o seu futuro e com o seu propósito que ainda iria descobrir.

Você tem Penelope. 

Mas uma vez as palavras dela voltaram a sua mente e ele refletiu mais sobre isso. O que ela queria dizer com isso? Ele tinha Penélope? Em que sentido? 

Era fato de que os dois eram amigos e se conheciam desde que ele usava calças curtas, mas Colin não conseguia entender bem o que Marina quis dizer quando falou que ele tinha Penélope.

A carruagem finalmente parou em Aubrey Hall e Colin desceu com a intenção de se recolher. Naquela noite aconteceria o baile da família dele, mas ele não estava com vontade alguma de interagir com as pessoas. A conversa com Marina havia dado a ele muito o que pensar e ele preferia fazer isso no silêncio do seu próprio quarto. 

Passando rapidamente pelo hall da casa, ele localizou Penelope com a mãe e a irmã entrando no salão de Aubrey Hall. Parecia que elas tinham sido as primeiras a descer para o baile. 

Por alguns segundos, protegido por um dos muitos arranjos de flores que certamente a mãe dele e Daphne tinham espalhados pela casa, ele a observou interagindo com a família. 

Ela estava vestida de rosa, uma cor que incrivelmente combinava com ela, apesar do tom do cabelo ruivo. O vestido dela era mais acinturado do que o costume, deixando o busto dela em evidência. Colin nunca havia reparado em como ela tinha seios consideravelmente grandes. Seus olhos percorreram todo o corpo dela, sentindo-se levemente estranho por estar fazendo isso ao mesmo tempo em que sentiu um calor não natural subindo pelo pescoço.

Sem querer se perder em pensamentos não tão cavalheiresco, ele se fixou no rosto dela. O cabelo dela estava arrumado em um elegante meio coque que deixava alguns cachos soltos adornando o rosto. Contudo, ela parecia aborrecida. Aparentemente havia discutido algo com a mãe, pois olhava para ela com a expressão contrariada. Os lábios rosados dela estavam contraídos em uma expressão de descontentamento e ela tinha um vinco na testa, aparentemente chateada.