27 US'S D

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Bangchan perguntou se alguém poderia ficar de olho no enfermo, caso ele acordasse e não visse nenhum rosto conhecido ali. Sem resmungar ou reclamar, Jeongin se prontificou.

Entrou no quarto assoviando alguma música aleatória enquanto carregava consigo uma pequena vasilha com água morna e um lenço já molhado. San estava com febre, pouca, todavia quente.

Mas tudo aconteceu tão rápido...

O Lee se sentou no canto da cama e quando piscou os olhos, uma faca era posta em seu pescoço!

— Você... Quem é você? — o homem de cabelos negros perguntou, sem tirar a expressão de ameaça em seu rosto.

— San...

— Como sabe o meu nome...? — Se assustou. — Cadê o homem que estava comigo?! — exigiu. Jeongin não respondeu. — Responda se não quiser a sua cabeça rolando pelo chão desse quarto!

— Choi San! — a voz lhe chamou. Ela havia se tornado autoritária de repente.

— Senhor! — o menino se levantou, preocupado em apenas se curvar diante de Jeong. Jeongin encarou aquilo confuso. "Senhor"?

Tsc, San... Não sou como aquele homem ruim que nos machucou. — Ele se aproximou, colocando a mão sobre o ombro do companheiro. — Sabe como me chamar, não?

— Me desculpe, Hyung...

O clima ali era estranho. Jeongin não gostava.

— Jeongin, posso conversar a sós com San? Tenho que explicar a ele que agora estamos seguros, com pessoas seguras.

— Hum, claro! — assentiu antes de dar as costas e se retirar do quarto.

Jeong então, se virou outra vez para a figura atrás de si, ela que estremeceu com o contato e rapidamente abaixou o seu olhar.

🧟‍♂️

Jeong descia as escadas uma outra vez. O loiro o esperava lá embaixo para colocarem a conversa em dia. Ambos ainda não acreditavam que haviam se encontrado novamente, tinham muitos assuntos!

— Esse lugar é tão satisfatório de se ver! Sem zumbis, sem maldade, sem o pé no saco do governo. Como conseguiu esse paraíso, Chan? — o de cabelos compridos "glorificava" a casa.

— "Paraíso"? — Bangchan riu. — Bom, essa casa não é minha, é do Seungmin.

Logo, se sentaram nas cadeiras da mesa de refeições.

— Ah, seu namorado!

— "Namorado"? Seungmin não é meu namorado.

— Você não me engana, Chan. Meu irmão te conhecia há mais tempo do que eu, mas isso não muda o fato de que eu ainda sei diferenciar quando há uma diferença em você...bem aqui. — Colocou a mão sobre o coração fazendo com que os dois rissem daquela cena.

— Mas não somos namorados, Jeong. — Deu de ombros. — Seungmin é um tanto difícil...

— Hum, ele quem é o difícil? Tem certeza de que não é você quem o sufoca com toda essa aura de..."não sei levar um fora"?

— Jeong! Está me insultando assim, na cara dura?!

— Eu? Nunca!

— Você é um fingido... Agora vejo que aqueles anos todos que você estudou teatro nos Estados Unidos prestaram.

— Óbvio! Eu daria um bom ator, não acha?

— Ah, com certeza... — soou irônico, riram. — Por onde esteve, Jeong?

Ele suspirou, parecendo escolher as palavras que iria proferir.

— Acabei indo morar sozinho em Incheon.

— Hum. O Yunho...

— Eu vi. — o interrompeu. — Yunho me ligou antes de tudo acontecer, sabia? Disse que era 'pra eu o esperar, pois tinha acabado de receber o salário e iria fazer carne de porco 'pro jantar. Eu o esperei, mas ele nunca veio, Chan... Então vi o que estava acontecendo com o mundo e sem pensar duas vezes, fui atrás dele, na cafeteria.

— Eu sinto muito, a culpa foi minha...

— Foi você quem mordeu o meu irmão?

— O quê? Não...

— Então a culpa não foi sua, Chan. A culpa é deles, foram eles quem tiraram o meu irmão de mim, não você.

— Eu tentei o ajudar. Seungmin também, mas...

— Conhecia o Seungmin antes disso?

Tsc, longa história.

— Hum. — murmurou com um olhar de desconfiança. — De qualquer forma, aqui é bem mais seguro do que lá fora. Talvez, não como a "ZONA8"...

— "ZONA8"? O que isso significa?

— Você e o seu grupo não sabem? — Viu o loiro negar. — Céus... Olha, é uma zona de sobreviventes. É como a situação de vocês, mas isso envolve muito mais pessoas! A segurança é o forte deles, são carregados de armas e possuem muros gigantescos dentro desses lugares!

— "Desses"?

— É! Como o nome já diz, existem mais sete zonas iguais a essa. Disseram que todas são guiadas pelo mesmo líder.

— Isso é coisa do governo, não?

— CREDO! — esbravejou. — Digo...nunca! Eles detestam o governo, vai por mim.

— Hum... — murmurou.

— Eu e San vamos 'pra lá quando formos embora.

— "Embora"?

— Ah, é que... Chan, eu queria ficar. Eu QUERO ficar e tenho certeza de que San também! Mas desde o início, entenda, nós temos um propósito...

— Jeong, sabe ao menos se essas pessoas são tão confiáveis assim? Olhe ao nosso redor...estão todos perdidos em suas próprias ganâncias, em seus próprios medos!

— Elas são! E sabe o por quê? Porque também são pessoas desesperadas pela vida, pessoas que perderam gente importante, pessoas que fogem do governo, pessoas que só querem descansar e não ter mais pelo que temer! — Bangchan ficou em silêncio. — Tsc, vocês... Por que você e o seu grupo não vem com a gente também?

— Como...?

— Você sabe, eles estão de portas abertas para todos! Eles tem armas, altos muros que são resistentes demais para serem derrubados tão facilmente, o lugar é vigiado a todo momento, nenhum zumbi e nenhum cachorrinho do governo!

— Como sabe de tanta coisa? — indagou. — Deve ter ouvido muito sobre esse lugar por aí... De qualquer forma, não posso decidir sozinho se vamos com vocês ou não.

— Eu sei que você quer vir conosco, Bangchan. Posso ver isso em seus olhos...sei o quanto quer proteger eles e também proteger a si mesmo!

— Jeong, eu não posso simplesmente sair daqui tão repentinamente assim! Eu sei que sou o líder deles, mas as suas opiniões também importam, sabia? Acha que é legal decidir as coisas pelos outros? Isso é antiético! — Respirou fundo antes de continuar a falar. — Por favor, me deixe conversar com os outros antes. Logo lhe darei uma resposta.

— Jeongin, posso conversar a sós com San? Tenho que explicar a ele que agora estamos seguros, com pessoas seguras.

— Hum, claro! — assentiu antes de dar as costas e se retirar do quarto.

Jeong então, se virou outra vez para a figura atrás de si, ela que estremeceu com o contato e rapidamente abaixou o seu olhar.

— Se abrir essa maldita boca, corto a sua língua com uma faca quente. Isso te traz um deja vu, não? Seu namoradinho era um boca aberta também e veja, ele não teve um final feliz. Quer tanto assim fazer companhia a ele?

— Não, senh... Jeong!

' 𝐙ONE | ChanMin/SeungChanOnde histórias criam vida. Descubra agora