Parte 1 - Pesadelo

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Eu não lembro bem o motivo para ter começado a beber. Me sentia sozinha, o álcool estava ao meu lado e a noite era fria. Era o dia em que eu mais sentia falta do Sasuke, com a casa vazia por Sarada estar dormindo na casa do Naruto, só me restando o silêncio e eu, sendo impossível minha mente não me levar ao marido que tanto amava. Por isso, não pude resistir a garrafa de vinho que havia ganho de um velho amigo. O sabor doce em meus lábios me fazia lembrar-me de Sasuke, da nossa lua de mel, o vinho aquecia meu interior em uma noite tão gélida. Estava um clima agradável, comigo encolhida na poltrona ao lado da janela na sala, com um livro em minhas mãos e um bom vinho me esperado na mesinha redonda ao lado.

Mas eu não devia ter ficado tão relaxada.

Já havia se passado um bom tempo que eu bebia daquele vinho, a garrafa já estava em seu fim e meu corpo todo se encontrava em um estado dormente. Uma névoa se passava por minha mente e minha visão estava turva, me sentia incrivelmente fraca e meus sentidos todos estavam refreados. Mas, por incrível que pareça, ainda consegui ouvir alguém bater na porta.

Grande erro.

Tonta, apoiando-me nos móveis da sala para não sucumbir ao chão, consegui chegar até a porta. E mesmo bêbada, reconheci aquele rosto a qual tanto amava. Meus olhos chegaram a brilhar em lágrimas pois ali, na minha frente, estava o homem que eu mais amei na minha vida e, definitivamente, continuaria amando. Pois o amor que eu sentia por Sasuke-kun não tinha meio e nem fim, era eterno e infinito e nada no mundo poderia romper esse laço. Embriagada pela bebida, pouco lúcida, me joguei sobre ele, sentindo seu único braço rodear minha cintura. Ele estava sério, continuado, o senti empurrar meu corpo para trás e fechar a porta com o pé.

Eu devia ter notado mais cedo.

Ao contrário do que originalmente pensei, ele não me repreendeu por estar bêbada. Apenas senti sua mão em minhas costas a me levar para o andar de cima, mas, diferente do que eu imaginava, ele não me levou para o banho e sim para cama, acatando todos os meus desejos. Sua boca trilhou um caminho de beijos do meus pescoço aos meus lábios, adentrando sua língua ávida, saboreando-me. Não me atentei ao fato de seu beijo estar um pouco diferente, afinal, fazia tempo que não nos encontrávamos. Dessa vez, ele havia passado dois meses fora em missão.

Outro erro.

Ele me empurrou contra cama e logo começou a retirar minha roupa. Estava com dificuldade com sua única mão e o ajudei, ou melhor, tentei pois de algum jeito mal conseguia colocar meus dedos aonde eu queria, estava sem estabilidade nenhuma. Sinceramente, estranhei um pouco por ele estar tão sem jeito, já que ele havia aprendido com o tempo a fazer as coisas com uma única mão. Mas não me atentei muito a isso, afinal, estava morrendo de saudades. Logo, com o meu dorso nu, rodeei seu pescoço entrelacei nossas línguas em um beijo intenso.

Mas dessa vez algo estava estava errado.

Mesmo embriagada, tonta e com meus sentidos entorpecidos, consegui sentir o fraco cheiro que emanava de Sasuke.

Não o reconheci.

Focada nisso, juntei todas as minhas forças para ignorar aqueles dedos que dedilhavam minha intimidade para tentar raciocinar o que poderia estar de errado. Talvez fosse por ele estar em um lugar diferente? Mas ele estava estranho demais, sua língua não me dominava como antes. Na verdade, ele apenas era o que estava fazer mais por eu não conseguir sequer dizer algo coerente.

"Sasuke-kun realmente me beijava assim?"

Não era segredo que meu marido gostava de estar no controle, mas esse beijo eu não o reconhecia e nem fazia me sentir todo aquele desejo que eu sempre senti. Quando seus lábios finalmente se desviaram dos meus e foram para meu ombro, juntei forças para pronunciar algo, com muita dificuldade pela exaustão que me dominava.

- E.. es... Espera... - Não foi muito alto, mas eu tive certeza que ele havia escutado.

Mas ele não parou.

Sua boca continuou a trilhar meu pescoço até chegar aos meus seios, tomando meus lábios quando tentei falar novamente.

Algo estava errado!

Foi quando tentei relutar. Pela primeira vez, tentei empurrar ele e gritar que eu não queria aquilo.

Foi quando percebi.

Eu simplesmente não conseguia, estava sem forças. Meu corpo estava parado, imóvel, e não importava a quantidade de força que eu tentava exercer, ele mal se movia. Quando tinha êxito em erguer meu braço e tocar sua pele, sequer conseguia exercer alguma força. Estar bêbada não podia me deixar tão fraca dessa forma, era impossível um simples vinho me deixar nesse estado. A não ser...

Fui traída?

Não, era impossível. O homem a qual sempre considerei família nunca me trairia dessa forma. Ele jamais, em hipótese alguma, colocaria algo em minha bebida. Mas fora ele que me entregou o vinho, pessoalmente, sorrindo e dizendo que era algo especial.

Não era possível...

Pare! Por favor, pare! Não me toque!

Aquela boca continuava a me beijar, meu corpo já estava livre de roupa e foi quando notei... Seus dedos que antes se encontrava em minha intimidade.. ele estava me preparando...

Não.. por favor!

- Por.. por.. por.. fa.. vor... - Era muito difícil conseguir dizer algo, as palavras saiam como se fossem cacos de vidro de minha garganta.

Mesmo assim, seus dedos não paravam de me tocar e foi quando senti... Ele me adentrar com seu membro.

Uma lágrima escorreu por minha bochecha, meus olhos verdes tão arregalados que nada poderia se equiparar a minha dor.

Ele não era Sasuke!

Eu sentia seus toques em mim, o rosto qual pertencia a quem me amava olhando-me com um sorriso a qual Sasuke nunca faria. Ele entrava em mim mesmo com todos os meus protestos e balbucios. Minhas lágrimas se derramaram em meu rosto mas ele não parecia ligar, na verdade, ele simplesmente ignorava como se não fosse de sua conta. A palma de sua mão acariciava meu rosto E seus olhos me encarava como se eu fosse seu brinquedo favorito.

Não, isso só pode ser um pesado!

Eu apenas queria acordar e sair desse sonho maldoso.

Foi quando despertei.

Me arrastei pelos lençóis brancos com a luz incômoda afetando diretamente meus olhos, me fazendo piscar repetidas vezes para me acostumar com a claridade. Sentada na cama, foi impossível não me lembrar do pesadelo, ainda era capaz de sentir os toques em minha pele perfeitamente. Lágrimas escorreram de meus olhos sem eu poder controlar.

Fora tão real.

Deixei meu olhar desviar do ponto aleatório que encarava para as cobertas, retirando-as de cima para poder retirar-me da cama, acabando por revelar minhas coxas, que por sinal, estavam nuas. Estranhei e foi apenas aí que percebi, eu estava completamente nua.

Não podia ser.

Eu sentia uma leve dor em meu interior e minha cabeça latejava pela ressaca.

Só pode ser um pesadelo.

Minhas roupas estavam jogadas pelo quarto, minha intimidade se encontrava melada.

Não foi um sonho.

Simples Pesadelo (Sasusaku)Onde histórias criam vida. Descubra agora