Oneshots hots Dramione

Luz do sol

"Olhe para mim", disse ele, com uma voz suave, mas ainda com aquela borda dura. "Você vai comer todo o seu jantar como a boa garota que eu sei que você pode ser. E então, vou lembrá-lo sobre nossas regras, já que você parece tão intencionado em ignorá-las hoje à noite."

Hermione destrancou a porta do grande apartamento, tirando os sapatos e jogando a bolsa para baixo. Hoje não tinha sido um bom dia de trabalho. Ela estava começando a sentir os sinais reveladores de esgotamento sobre os quais todos a alertaram quando ela começou seu trabalho no Departamento de Educação há um ano.

Ela jurou para cima e para baixo que nunca seria ela. Ela não se queimaria, faria a diferença, não descansaria até que todas as crianças do Reino Unido tivessem acesso a uma educação acessível e abrangente. Ela nunca se cansaria disso.

Até hoje. Hoje, ela estava cansada.

Havia também o pensamento irritante na parte de trás de sua cabeça que esteve presente a semana toda, rastejando de volta repetidamente, apesar de seus melhores esforços para carimbar de volta. Ela não deixaria - não poderia - que isso a distraísse.

E ainda assim, aqui estava ela.

Ela estava frustrada e queria chorar. Tudo o que ela queria fazer era rastejar para os braços de seu parceiro e entrar naquele espaço onde todos os problemas do dia desapareceram. Onde ele tirou tudo de ruim, e tudo o que importava era ela, ele e eles.

Entrar no apartamento vazio só a deixou mais chateada. Ela sabia que ele estaria trabalhando até tarde, ele a avisou. Mas isso não impediu que parte dela ficasse desapontada com a saudação silenciosa das paredes brancas frias e da iluminação fraca.

Ela se sentia carente, e isso só aumentou seus sentimentos de insegurança. Hermione não queria ser pegajosa ou irritante, mas também precisava ouvir sua voz e sentir sua presença.

Com as mãos trêmulas, ela pegou o celular do bolso e discou o primeiro contato.

O telefone tocou apenas uma vez antes de ele atender.

"Ei, querida," a voz suave de Draco atendeu o telefone.

"Oi", respondeu Hermione, a voz soando tão áspera e irritada quanto ela se sentia.

Ele entendeu imediatamente, sempre afinado com o humor e as emoções dela. "Algo errado?"

Ela suspirou. Estava mais desamparado do que ela queria que fosse, e ela não queria descarregar tudo nele quando ele estava trabalhando; o trabalho dele importava tanto quanto o dela.

"Eu tive um dia ruim. Não precisamos entrar nisso agora. Eu só quero te ver", ela sabia que ele provavelmente poderia visualizar o beicinho que ela usava atualmente, e sentiu uma leve pontada de culpa por estar incomodando ele no trabalho.

"Sinto muito, querida. Mal posso esperar para voltar para casa e melhorar tudo", ele se atirou para ela do outro lado do telefone. Já a voz dele começou a acalmar suas emoções frustradas, acalmar a tempestade que se preparava em sua cabeça. Aquele pensamento irritante ainda estava presente, mas ela sentiu a calma por apenas um momento.

Hermione hesitou por um segundo, inalando fundo antes de continuar.

"Amor ?"

Foi um dos sinais deles - sua indicação de que ela estava escorregando naquele espaço pequeno e confortável. O sinal dela de que ela estava querendo; desejando. Por enquanto, ela queria colocar essas responsabilidades adultas em segundo plano e apenas se concentrar em ser ela.

Draco sempre a aceitou alegremente, não importa como ela se sentisse. Hermione não gostava de ser sempre grande ou sempre pequena. Às vezes ela se deleitava em ser totalmente submissa, de não tomar nenhuma decisão e apenas viver, mente em branco. Às vezes, ela queria a liberdade de explorar seus interesses adultos, ou desejava tomar algumas decisões por conta própria. Ela pode oscilar para frente e para trás dependendo do dia.