A Presidenta

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Pov Lexa 

Assim que sai da sala de Clarke e comecei a andar em direção a sala de reuniões não demorou muito para ela aparecer e me seguir, mesmo estando de costas para ela pude sentir seu olhar em meu corpo, sorri maliciosamente com isso, ficar tanto tempo sem sexo estava acabando comigo.

Assim que chegamos a sala de reuniões um dos seguranças abriu a porta permitindo nossa passagem, a sala estava cheia de homens. Percebi Clarke tensa ao meu lado então fiz sinal para ela me seguir, sentei em minha cadeira na ponta da grande mesa e ela se sentou na cadeira vazia ao meu lado direito. E demos inicio a reunião.

Falamos de vários temas até dos mais importantes e os insignificantes mais então entraram em assuntos com poucas probabilidades de acontecer e realmente isso estava me cansadando.

Era bem pouco provável que entrassemos em guerra com o Irã, faz muito tempo que não temos motivos para nos preocupar e só porque um dos líderes deles fez um comentário me diminuindo por eu ser uma mulher na presidência não significa que eles vão nos atacar, com o tempo eu aprendi a ignorar comentários machistas .

As vezes eu olhava para Clarke e ela estava tão linda concentrada em entender os assuntos ou anotando algo...

Voltei minha atenção para o assunto e decidi me pronunciar.

-É sério que a gente tá perdendo tempo falando daquele cara sendo que tem coisas mais importantes que resolver?

-Tipo oque presidente?- Um dos idiotas perguntou com cara de deboche como se eu não entendesse nada disso.

- Tipo vocês já mandaram as verbas que eu liberei ? o hospital Santa Cruz já recebeu equipamentos melhores? Já reformaram as escolas no interior ou aquelas crianças vão continuar sem estudar? O orfanato já recebeu as verbas que mandei?

- É serio isso? A gente tá falando de uma possível guerra e você preocupada com essas pequenas coisas?

Olhei para Clarke e ela agora olhava para mim atenta esperando uma resposta.

-Como você disse, uma possível guerra, Qual a probabilidade disso acontecer ? E se por acaso oque eu acho muito difícil se acontecer o nosso país tem capacidade suficiente de vence-la. Mas tem problemas reais para serem resolvidos, e você só não liga porque você não está doente e tem dinheiro suficiente para pagar os estudos do seu filho em uma boa escola- Falei começando a me alterar 

-E você porque já passou por tudo isso, mas não é porque você passou fome que tem que matar a fome de todo o mundo, não é porque perdeu sua mãe que tem que salvar a vida de todos.

Aquilo me deu muita raiva e dor, eu estava lutando para não chorar.

-Sai daqui agora- Falei totalmente  alterada

-você não pode me demitir, você precisa de mim. 

Eu ri com ironia de sua fala.

-Eu não preciso de ninguém, muito menos de alguém como você, agora cai fora daqui!- Falei em um tom passivo agressivo 

-Depois não diga que não avisei, esse país vai ir por água abaixo em suas mãos.- disse antes de sair da  sala.

A sala ficou em um completo silêncio, todos olhando para um ponto fixo da mesa com a cabeça baixa, menos Clarke. Ela olhava diretamente em meus olhos parecendo querer desvendar meus pensamentos. desviei o olhar.

-Reunião encerrada- falei me levantando saindo da sala, sai da casa e do lado de fora retirei meus saltos os deixando em qualquer lugar, caminhei descalça pela grama a procura de um pouco de paz. Fui até a parte dos fundos do terreno onde quase ninguém consegue ver devido as tantas árvores. Andei em cima da passarela de madeira que ia até o meio do lago que ali tinha e me sentei na ponta colocando a ponta de meus pés na água e então... Chorei.

Fiquei ali relembrando de tudo que já aconteceu na minha vida,  a morte da minha mãe... Ela morrei pois no hospital em que estava não tinha o equipamento necessário para poder salva-la, depois disso fui para um orfanato porque meu pai tinha morrido antes de nascer, então eu  não tinha ninguém, no orfanato éramos muitas crianças e o orfanato não recebia verba e muitas vezes chegamos a passar fome, eu nunca consegui ser adotada e dediquei minha vida estudando para poder chegar onde cheguei hoje e poder ajudar a resolver problemas que quase ninguém liga, mas que faz um estrago enorme na vida de alguém, muitos me julgam como uma líder ruim, mas eu só quero o melhor para meu povo, para aqueles que não tem  quem lutar por eles.

Já tinha um bom tempo que eu estava ali, nem vi a hora passar, mas eu não queria voltar. Escutei alguém se aproximar e antes que eu pudesse me virar para ver quem era eu escutei sua voz doce.

- Está tudo bem?

Me virei e a vi atrás de mim em pé e com o vento fazendo seus cabelos loiros balançarem .

-Está sim! - tentei não demostrar a verdade mas as lágrimas em meu rosto diziam outra coisa. Ela sorriu e balançou a cabeça de um lado para o outro.

- você mente muito mal presidente.- A maioria das pessoas tinham medo de falar certas coisas para mim, mas Clarke não parecia ser uma dessas pessoas e eu gostei disso.

Observei ela retirar os saltos e se sentar ao meu lado colocando os pés na água, acompanhei seu olhar para o horizonte e ficamos ali em silêncio confortável por alguns minutos .

-Eu não concordo com oque ele falou, eu acho que você é uma presidente incrível e que só tá tentando ajudar o seu povo, fazer aquilo que ninguém mais quer fazer- Ela disse olhando para a frente ainda.

Olhei para ela e sorri 

-Obrigada Clarke -

Ela me olhou e sorriu também, meus olhos encontraram seu olhar e eu senti tanta paz olhando para aquele azul, que eu poderia ficar olhando por horas e jamais me cansar. Desci meu olhar até seus lábios, e eu quis tanto beija-la mais fiquei com medo dela se afastar, e eu não queria te-la longe, eu só a conhecia a dois dias e mesmo assim ela me trazia um sentimento tão bom que ia muito além da atração física mais mesmo assim eu tinha medo, medo de me enganar e me machucar de novo.

Voltei meu olhar para o horizonte. 

- Você almoçou? - perguntei puxando assunto

-Não, não estava com muita fome.- 

- você nunca tem fome ? Você tem que comer Klork!- Falei fingindo estar  brava oque fez ela rir.

-Aposto que você também não comeu...- me olhou arqueando uma sobrancelha

-Ok, ponto para você - levantei as mãos em sinal de rendição 

depois ficamos em silêncio de novo e eu estava me sentindo tão bem ao lado dela, a última vez que me senti tão bem assim na companhia de alguém foi a de minha mãe e lembrar dela me fez sentir tanta saudade que não pude evitar de chorar, eu chorei tentando disfarçar para Clarke não perceber, mas acabei soluçando e ela percebeu.

-Ei, oque foi?- perguntou me olhando preocupada 

eu não conseguia responder, só conseguia chorar e eu estava me detestando tanto por ela estar me vendo assim, tão frágil.

-Shiuu- falou com a voz calma- vem cá, está tudo bem. 

ela disse se aproximando e me abraçando de lado, seu braço envolveu meu ombro me trazendo mais para perto, se fosse outra pessoa eu teria me afastado e recusado o abraço mais dela eu não conseguia eu não conseguia e eu não conseguia entender o que estava acontecendo comigo, mas eu apenas me permiti, me acheguei a ela e repousei minha cabeça em seu ombro a abraçando de volta.